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25/04/2020 - 08:44

A maternidade por meio da doação de gametas


Já imaginou como deve ser para uma mulher que sonhou durante anos com uma gravidez descobrir que é infértil? Existem inúmeras situações que fazem com que ela não possa gerar filhos com material genético próprio, isto é, com seus próprios óvulos. Mas isso não quer dizer que ela não possa engravidar se o útero estiver saudável.

E é isso que acontece com a personagem de Júlia Lemmertz, Esther, na novela Fina Estampa, em reexibição na TV Globo, durante o período de pandemia por Covid-19. Na trama, aos 44 anos, a personagem sonha engravidar mas isso não será possível com seus próprios óvulos nem com o esperma do marido.

A solução encontrada pela médica de Esther é a Fertilização In Vitro – FIV, utilizando material genético doado, já que seu útero permanece saudável. Essa é uma alternativa da Reprodução Assistida que oferece a possibilidade dessas mulheres viverem a experiência da gravidez.

Contudo, na novela, exibida pela primeira vez em 2011, o marido de Esther tem uma rejeição inicial. O que, na vida real, também é comum de acontecer. Para ele, é como se não fossem pais daquela criança. Mas, veja só, não é bem assim!

Para uma mulher que sonhou durante muito tempo em engravidar, gerar um filho a partir do material genético cedido por outra pessoa pode ser a última chance de viver esse momento, com tudo que se tem direito.

A mulher vai enjoar, ver a barriga crescer, ter fome, desejos, sentir o bebê chutar e o corpo se modificar, além das trocas sinestésicas com a criança e vai amamentá-la ao nascer.

A doação de gametas é um ato de amor de uma mulher saudável que pode oferecer esperança a quem já superou diversos obstáculos na vida e está disposta a encarar um novo desafio, como a maternidade. É, literalmente, doação de vida!

No Brasil, são permitidas as doações voluntária e compartilhada. Esse último caso ocorre quando uma mulher, que já está em tratamento de reprodução assistida, mas não tem condições de continuar arcando com as despesas, cede parte de seus óvulos. Em contrapartida, metade do seu tratamento é pago por quem os recebe.

Mesmo sem conhecer uma à outra, porque o processo de doação é anônimo, ambas se acolhem e compartilham do sentimento de solidariedade. Nesse caso, para a mulher que recebe, pode ser a última chance de gerar um bebê no próprio ventre.

Portanto, a doação de material genético é um ato de solidariedade e amor. Não importa o caminho percorrido, no final, aquela mulher irá se tornar o que sempre sonhou: mãe!

. Por: Cláudia Navarro, especialista em reprodução assistida e diretora clínica da Life Search. Graduada em Medicina pela UFMG em 1988, Cláudia titulou-se mestre e doutora em medicina (obstetrícia e ginecologia) pela instituição federal. Atualmente, atua na área de reprodução humana, trabalhando principalmente os seguintes temas: infertilidade, reprodução assistida, endocrinologia ginecológica, doação e congelamento de gametas.

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