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29/04/2020 - 09:05

Estudo apresenta medidas de proteção à população idosa e cuidadores

Entre as iniciativas voltadas para essa parcela da população durante a pandemia, está a implantação de serviços de teleajuda e telemedicina.

Um estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) no dia 27 de abril (segunda-feira), propõe iniciativas para ampliar a proteção a idosos e seus cuidadores neste período de pandemia de Covid-19. A autora, Ana Amélia Camarano, pesquisadora do instituto, afirma que três grupos deveriam ser alvo de políticas imediatas: os idosos que declararam necessitar de cuidados, mas não recebem; os cuidadores familiares não remunerados; e as empregadas domésticas cuidadoras.

Para os idosos que moram sozinhos, sem cuidadores, principalmente os de baixa renda, a nota técnica do Ipea sugere a implantação de um serviço de cuidados domiciliares formais, por meio de teleajuda e telemedicina. Outra proposta para essa população é a ajuda instrumental constante para tarefas como arrumação da casa, alimentação, exercício físico, cuidados higiênicos, ir ao médico, fazer compras e pagar contas, entre outros.

Para o cuidador familiar, a pesquisa recomenda incluí-lo no programa de auxílio aos informais e no sistema de seguridade social. Outra sugestão é o acompanhamento criterioso das condições de saúde desses cuidadores – aí incluídas as empregadas domésticas – por serviços públicos e privados, visando reduzir seu grau de contágio e favorecer a qualidade de vida. Outra medida é proporcionar maior qualificação ao cuidador familiar e às empregadas domésticas, o que poderia ser feito de modo intersetorial e virtual por técnicos do Ministério da Saúde e da assistência social. Isso significa a provisão de treinamento para cuidados técnicos com os idosos, bem como a preparação dos cuidadores informais.

A pesquisa também recomenda políticas que incentivem a atuação de cuidadores domiciliares formais com uma frequência regular, como forma de permitir que os cuidadores familiares tenham algum tempo para si. E ressalta que a introdução de programas de cuidado domiciliar formal no Japão resultou em uma redução significativa nos desequilíbrios emocionais que geralmente acometem o cuidador familiar.

O estudo considera idosas as pessoas com 60 anos ou mais de idade, sendo que os muito idosos – com 80 anos ou mais – são os maiores demandantes de cuidados e o grupo que mais cresce no Brasil. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 4,1 milhões de pessoas com 60 anos ou mais declararam em 2013 ter alguma dificuldade para tomar banho, ir ao banheiro ou comer sozinho, o que corresponde a 15,6% da população idosa brasileira.

“Neste grave momento de uma pandemia, os dados presentes no estudo chamam a atenção do Estado brasileiro para que assuma sua parte na responsabilidade com o cuidado do idoso frágil e com seu cuidador; em especial, o familiar”, conclui Camarano, autora da nota técnica Cuidados para a população idosa e seus cuidadores: demandas e alternativas.

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