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05/05/2020 - 12:41

Safra 2020/21 da cana brasileira terá aumento de 18,5% na produção de açúcar, diz Conab


Para o 'etanol da cana-de-açúcar', a estimativa é de produzir 29,3 bilhões de litros, com queda de 13,9% sobre o recorde passado. Já o 'etanol de milho' segue em expansão, devendo ter um aumento de 61,1% e estimativa de 2,7 bilhões de litros nesta temporada. O volume englobando os dois chega a quase 32 bilhões de litros, com redução de 10,3%.

O primeiro levantamento da safra 2020/21 de cana-de-açúcar indica que o setor deve destinar mais cana para a produção de açúcar do que na safra passada. A expectativa é de que sejam produzidas 35,3 milhões de toneladas, com um crescimento de 18,5% em relação ao da última safra e que teve encerramento em março.

A estimativa é do '1º Levantamento da Safra 2020/21 de Cana-de-Açúcar', divulgado no dia 05 de maio (terça-feira), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O boletim prevê uma colheita de 630,7 milhões de toneladas de cana, volume que aponta para uma diminuição de 1,9% com referência à safra 2019/20.

A região Sudeste, principal produtora do país, deve reduzir em torno de 2% o seu volume, alcançando 406,6 milhões de toneladas, com destaques para os estados de São Paulo e Minas Gerais. Já no Centro-Oeste, apesar de aumento de produção em Goiás e da recuperação de produtividade em Mato Grosso do Sul, a região deverá colher 138,9 milhões de toneladas, com uma redução de 1,1%. A área colhida também sofre queda de 1,2%, alcançando 1,7 milhão de hectares. O Sul, que tem a concorrência com o cultivo de grãos, deverá ter redução de 2,6% na área colhida e produzir 33,3 milhões de toneladas.

O Nordeste, embora menos expressivo em termos de produção, cresce 2% na área, mas reduz a produtividade média em 3,5% e a produção em 1,6%, resultando num volume 1,1% menor frente à última safra totalizando 48,4 milhões de toneladas. Também o Norte, com um 1% da produção nacional, apresenta um aumento de área cultivada de 2,2% e uma produção estimada de 3,5 milhões de toneladas.

Subprodutos — A Conab passou a disponibilizar, desde a última safra, as estatísticas totais do etanol, com informações sobre o produto à base de cana-de-açúcar e de milho. O volume englobando os dois chega a quase 32 bilhões de litros, com redução de 10,3%.

Etanol de milho em destaque — Só para o etanol da cana-de-açúcar, a estimativa é de produzir 29,3 bilhões de litros, com queda de 13,9% sobre o recorde passado. Já o etanol de milho segue em expansão, devendo ter um aumento de 61,1% e estimativa de 2,7 bilhões de litros nesta temporada.

O etanol anidro da cana-de-açúcar, que é utilizado na mistura com a gasolina, deverá diminuir em 8,8%, alcançando 9,2 bilhões de litros, mas o de milho supera a temporada passada, elevando-se 76% e alcance de 713,4 milhões de litros.

No caso do etanol hidratado de cana-de-açúcar, a estimativa do total a ser produzido é de 20,1 bilhões de litros, com redução de 16%, e o de milho, produção de quase dois bilhões de litros e aumento de 56,4% em comparação a 2019/20.

Exportação do açúcar — De acordo com a Conab, o cenário atual para o mercado do açúcar é de real desvalorizado em relação ao dólar, venda antecipada de grande parte da produção, estimativa de quebra da produção mundial na safra 2019/20 e expectativa de ampliação da produção brasileira na temporada 2020/21, o que poderá contribuir para o aumento das exportações brasileiras neste ciclo que se inicia em abril de 2020 e se encerra em março de 2021.

Na safra atual, estima-se que cerca de 80% do açúcar a ser exportado pelo Brasil já tenha sido negociado no mercado futuro, aproveitando a alta de 20,9% dos preços internacionais entre outubro de 2019 e fevereiro de 2020. Por meio dessa estratégia, muitas usinas garantiram a sustentação de suas exportações no atual ciclo, mesmo diante de uma drástica redução dos preços internacionais imposta pela combinação entre a pandemia do Covid-19 e a queda dos preços do petróleo em março.

Venda antecipada do açúcar — Outro fator de estímulo às exportações brasileiras na safra 2020/21 é a desvalorização do real em relação ao dólar, movimento que marcou a segunda metade da temporada passada e que se mantém na atual. A desvalorização do real também contribuiu para a venda antecipada do açúcar, e a perspectiva é que o câmbio continue sustentando a competitividade do açúcar brasileiro no mercado externo.

— A previsão de redução da produção mundial de açúcar ao final da temporada 2019/20, estimada em cerca de cinco milhões de toneladas, segundo os dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda), cria uma lacuna no mercado internacional que poderá ser preenchida pelo açúcar brasileiro. Essa quebra da produção mundial resulta de condições climáticas adversas ao cultivo da cana-de-açúcar em países da Ásia, em especial a Índia, e Tailândia, e corresponde ao principal motivo de alta dos preços do açúcar no final de 2019 e começo de 2020. No Brasil, a safra 2019/20 já foi encerrada e houve um aumento de 2,6% na produção de açúcar, contrastando com a baixa da produção mundial. Para a temporada 2020/21, a expectativa é que a produção de açúcar apresente um aumento ainda mais expressivo do que o observado no ciclo anterior, pois a preferência pelo etanol deve perder força em um cenário de baixos preços do petróleo — observa a Conab.

Os principais países de destino do açúcar brasileiro na safra 2019/20 foram: Argélia (2,4 milhões de toneladas, 12,9%), Bangladesh (1,9 milhão de toneladas, 10,1%), Arábia Saudita (1,6 milhão de toneladas, 8,9%), Nigéria (1,6 milhão toneladas, 8,4%) e China (1,3 milhão de toneladas, 7,2%).

— Apesar dos preços internacionais estarem atrativos para as usinas entre 2019 e 2020, as cotações na Bolsa de Nova Iorque caíram cerca de 21,6% entre fevereiro e março deste ano, influenciadas pela combinação entre três fatores principais: queda dos preços do petróleo, ameaça da pandemia do Covid-19 sobre o consumo do açúcar e valorização do dólar— observa a Conab.

Exportações e importações de etanol — Segundo a análise da Conab em seu levantamento, a safra 2020/21 se inicia em um cenário de muitas incertezas sobre a demanda e os preços do biocombustível, o que remete a uma perspectiva de redução da produção e da disponibilidade de etanol para exportação. Com a forte queda dos preços do petróleo no mercado internacional, em razão da ampliação da oferta no contexto da disputa comercial entre Rússia e Arábia Saudita, o etanol perderá espaço para a gasolina no mercado e, com essa redução do consumo, os preços deverão ser reajustados para patamares abaixo dos praticados na temporada anterior.

Apesar da perspectiva de um câmbio favorável à exportação de etanol na safra 2020/21, a redução dos preços e a menor disponibilidade do biocombustível deverão limitar as exportações brasileiras na temporada. Nos Estados Unidos, principal destino do etanol exportado pelo Brasil, a redução dos preços do petróleo também deverá reduzir o consumo de etanol no país e limitar as compras do produto brasileiro.

Os principais destinos do etanol exportado pelo Brasil na safra 2019/20 foram: Estados Unidos (1,15 bilhão de litros, 60,4%), Coreia do Sul (538,86 milhões de litros, 28,1%), Holanda (79,48 milhões de litros, 4,1%), Japão (48,71 milhões de litros, 2,5%) e Nigéria (14,9 milhões de litros, 0,8%).

Na safra 2019/20 observou-se uma demanda interna elevada para o etanol, o que levou o país a uma produção recorde e ao aumento de 9,6% das importações em termos de volume, mesmo em um cenário cambial desfavorável à importação. — Na temporada atual, além da perspectiva que o real continue em um patamar desvalorizado em relação ao dólar, projeta-se uma drástica redução do consumo de etanol no mercado brasileiro — prevê o levantamento da Conab.

— Com a chegada da pandemia do Covid-19 ao Brasil foram adotadas medidas restritivas para a circulação de pessoas e houve redução da atividade comercial em geral, o que afetou expressivamente a venda de combustíveis. Esse cenário de queda do consumo de etanol foi acentuado pela queda dos preços do petróleo no mercado internacional, o que resultou na perda de competitividade do biocombustível em relação à gasolina — emenda.

Cerca de 88,4% do etanol importado pelo Brasil na safra 2019/20 foi proveniente dos Estados Unidos (1,47 bilhão de litros) e 11,1% do Paraguai (184,88 milhões de litros), destinando-se, principalmente, ao atendimento da demanda da Região Nordeste do Brasil.

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