PAC: Agilidade na implementação será decisiva para a credibilidade do Programa, salienta Alfried Plöger

Alfried Plöger, presidente da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) e da Abigraf Regional São Paulo — Associação Brasileira da Indústria Gráfica, salienta que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), anunciado hoje (22 de janeiro) pelo presidente Lula, tem alguns pontos importantes, mas é insuficiente para promover a expansão sustentada do PIB. Para o líder empresarial, “continuam urgentes e inadiáveis as reformas estruturais, principalmente a tributária, trabalhista e previdenciária, além de uma política austera para conter os gastos públicos. Sem estas lições de casa, o País não terá condições de manter um fluxo duradouro de crescimento”.

Por outro lado, Plöger enfatiza a necessidade de as medidas hoje anunciadas, considerando sua dependência da aprovação do Congresso Nacional, não ficarem apenas no papel, o que transformaria o PAC em mera ação de marketing político. “Os brasileiros já estão cansados de promessas e anúncios vazios, como a sempre protelada reforma constitucional, a efetiva responsabilidade fiscal e uma série de medidas jamais implementadas na prática”.

Dentre os pontos do PAC, Plöger salientou como mais importantes: redução dos IPI para bens de capital, que poderá contribuir para estimular a indústria pesada e os segmentos manufatureiros que dependem destes equipamentos para se atualizarem tecnologicamente; as medidas de estímulo à construção civil e engenharia pesada, como a ampliação do programa de compra da casa própria pela população de baixa renda e a criação de fundo de infra-estrutura, que deverá contar com R$ 5 bilhões do FGTS. Plöger destacou, ainda, duas providências relativas ao ajuste fiscal: adoção de regra para o reajuste do salário mínimo a partir de 2008, quando o aumento passará a levar em conta a inflação mais o PIB de dois anos antes; e teto de 1,5% mais inflação para reajustes salariais dos servidores públicos.

“É fundamental que todas as medidas entrem rapidamente em vigor e que o pacote hoje anunciado seja acompanhado de medidas estruturais mais profundas. Caso isto não ocorra, o PAC e o governo correm sério risco de descrédito, com conseqüências mais sérias para a economia”, concluiu Plöger.