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16/05/2020 - 08:17

BNDES atinge lucro líquido de R$ 5,5 bilhões no 1T20


Resultado é 4,6 vezes maior em relação ao quarto trimestre de 2019. Ganho bruto com participações societárias atingiu R$ 8,5 bilhões e influenciou positivamente o resultado. Inadimplência (90 dias) passa de 0,84% para 0,37%, abaixo da média do Sistema Financeiro Nacional (3,17%). Despesa com provisão para risco de crédito de R$ 1,7 bilhão, refletindo o cenário econômico atual decorrente da pandemia do Covid-19.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro líquido de R$ 5,544 bilhões no primeiro trimestre de 2020, resultado 4,6 vezes maior em relação ao último trimestre em 2019, quando teve lucro de R$ 1,2 bilhão, conforme resultados apresentados no dia 15 de maio (sexta-feira). O desempenho é atribuído principalmente ao resultado com participações societárias de R$ 8,473 bilhões, atenuado por constituição de provisão para risco de crédito de R$ 1,701 bilhão.

Segundo o banco, a performance das participações societárias no primeiro trimestre de 2020 foi resultado sobretudo das vendas de papéis, que contribuíram com R$ 8,099 bilhões no período, com destaque para a oferta pública de ações da Petrobras, realizada em fevereiro. O resultado do primeiro trimestre de 2019, de R$ 11,078 bilhões, foi impactado de forma não recorrente pela operação de incorporação de Fibria pela Suzano, além de venda de ações da Petrobras, Vale e Rede.

A despesa com provisão para risco de crédito de R$ 1,701 bilhão, observada no primeiro trimestre de 2020, foi influenciada pela revisão de ratings de empresas dos setores mais afetados pela pandemia do Covid-19, sobretudo setor aéreo, navegação, mobilidade urbana, estados e municípios. Não obstante, o BNDES recuperou créditos baixados em exercícios anteriores no montante de R$ 630 milhões, cerca de 53% oriundos de honras pelo FGE. Esse movimento de recuperação também foi observado no primeiro trimestre de 2019, quando o BNDES registrou uma reversão líquida de R$ 1,084 bilhão.

O produto de intermediação financeira atingiu R$ 4,090 bilhões, aumento de 10,1% em comparação ao primeiro trimestre de 2019. A despeito da manutenção do cenário de menor demanda e queda da receita de operações de crédito, houve resultado positivo com disponibilidades no exterior.

Ativos — O ativo do Sistema BNDES totalizou R$ 718,265 bilhões em 31 de março de 2020, apresentando redução de R$ 9,901 bilhões (1,4%) no trimestre. A diminuição resultou, principalmente, da desvalorização da carteira de não coligadas em R$ 28,8 bilhões, parcialmente compensada por apropriação de variação cambial e juros da carteira de crédito e repasses de R$ 21,1 bilhões.

Carteira de crédito — A carteira de crédito e repasses, líquida de provisão, totalizou R$ 442,122 bilhões, representando 61,6% dos ativos totais em 31 de março de 2020 e se mantendo no mesmo patamar de 31 de dezembro de 2019. A apropriação de variação cambial e juros compensou a queda gerada pelo retorno líquido da carteira e pelo complemento de provisão para risco de crédito de registrado no trimestre.

A inadimplência (+ 90 dias), desconsideradas as operações com honra da União, apresentou queda no período, passando de 0,84% em 31 de dezembro de 2019 para 0,37% em 31 de março de 2020, abaixo da inadimplência do Sistema Financeiro Nacional (3,17% em 31 de março de 2020). A boa qualidade da carteira de crédito e repasses foi mantida, uma vez que 93,8% de suas operações estavam classificadas nos mais baixos níveis de risco (entre AA e C) em 31 de março de 2020. Esse percentual permanece superior ao registrado pelo Sistema Financeiro Nacional, que foi de 91,2% em 31 de dezembro de 2019 (última informação disponível).

A carteira de participações societárias em coligadas e não coligadas totalizou R$ 59,153 bilhões em 31 de março de 2020. A posição representa um decréscimo de 47,2% no trimestre, em função da desvalorização dos investimentos em não coligadas (R$ 28,8 bilhões), destacando Petrobras, Eletrobras e Vale, e da venda de ações (R$ 23,8 bilhões), notadamente Petrobras.

— É uma carteira relativamente conservadora, focada em grandes clientes e instituições financeiras. Já no segmento de investimentos em participações societárias, a gente observou grande volatilidade da carteira — disse em uma transmissão online, o presidente do banco, Gustavo Henrique Moreira Montezano , — que completou, — o BNDES teve performance relativamente estável no segmento de crédito —.

Fontes de recursos — Em 31 de março de 2020 FAT/PIS-Pasep e Tesouro Nacional representavam 44,4% e 27,7%, respectivamente, das fontes de recursos do BNDES.

O valor devido pelo BNDES ao Tesouro Nacional se manteve estável, atingindo R$ 199,284 bilhões em 31 de março de 2020 (redução de 0,2% em relação à posição em 31 de dezembro de 2019). Não houve liquidações antecipadas no trimestre, apenas pagamentos ordinários no montante de R$ 3,8 bilhões.

O FAT se manteve como principal credor do BNDES. No trimestre, ingressaram R$ 4,460 bilhões de recursos do FAT Constitucional e o volume de recursos do fundo com o Banco totalizou R$ 298,339 bilhões em 31 de março de 2020.

O passivo com o Fundo PIS-Pasep chegou a R$ 20,244 bilhões em 31 de março de 2020, montante que, com a extinção do Fundo, será repassado ao FGTS até o fim de maio de 2020.

O passivo com captações externas totalizou R$ 36,263 bilhões em 31 de março de 2020, um acréscimo de 26,1% no trimestre, em função, principalmente, de efeito cambial.

Patrimônio líquido — O patrimônio líquido apresentou redução de R$ 19,410 bilhões (18,5%) no trimestre, chegando a R$ 85,401 bilhões. O decréscimo decorreu principalmente do ajuste negativo de avaliação patrimonial, líquido de tributos, de R$ 24,954 bilhões, atenuado pelo lucro líquido de R$ 5,544 bilhões.

Limites prudenciais — Base para o cálculo dos limites prudenciais estabelecidos pelo Banco Central (Bacen), o Patrimônio de Referência totalizou R$ 167,014 bilhões em 31 de março de 2020 (ante 191,684 bilhões em 31 de dezembro de 2019).

O Índice de Basileia manteve-se em situação confortável, passando de 36,8% ao final de dezembro de 2019 para 35,4% em março de 2020, acima dos 10,5% exigidos pelo Banco Central.

Empresas aéreas —As empresas aéreas Latam, Gol e Azul aderiram no dia 14 de maio (quinta-feira), à proposta de crédito estabelecida pelo BNDES e pelo sindicato dos bancos. O setor enfrenta uma grave crise, com a queda no número de passageiros por causa da pandemia de Covid-19 — ressaltou Gustavo Montezano — Agora entramos na fase de execução das propostas — disse .

De acordo com o executivo, a atuação vai ser focada nas operações brasileiras das empresas — os recursos não devem ser usados para pagar credores financeiros e as condições serão isonômicas para as companhias aéreas.

Covid-19 — O BNDES também apresentou um balanço de suas ações emergenciais de combate à Covid-19, anunciadas em 22 de março. As iniciativas buscam preservar as atividades econômicas das empresas durante esse período. — O banco já soma R$ 13 bilhões em aprovações, apoiando empresas que empregam 2,2 milhões de pessoas— .

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