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11/06/2020 - 09:53

Onda de demissões no setor diminui o ritmo na última semana, diz Abicalçados


Com a abertura gradual do comércio físico em grandes centros econômicos, o número de demissões do setor calçadista estabilizou na última semana, quando foram perdidos 800 postos em todo o Brasil (a média semanal de cada balanço, divulgado desde o final de março pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) , era de cerca de três mil demissões). Com isso, o setor somou a perda de 35,9 mil postos, número que é puxado pelos estados do Rio Grande do Sul (10,71 mil), São Paulo (10,68 mil), Minas Gerais (5,48 mil), Bahia (4,82 mil) e Ceará (1,62 mil).

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destaca que a perspectiva de abertura gradual do varejo físico, que responde por mais de 85% das vendas do setor calçadista brasileiro, influenciou o mais recente balanço. — Não é um número para se comemorar, já é uma tragédia a perda de um único posto. Porém, estamos um pouco mais aliviados pelo fato de essa onda de demissões estar perdendo força — avalia o dirigente, ressaltando que, no entanto, ainda não existe perspectivas de uma retomada mais forte da atividade antes do último trimestre. — O varejo, que inicia suas atividades aos poucos, ainda tem muito produto estocado, então a recuperação mais substancial não virá do dia para a noite — acrescenta. Ferreira destaca que, hoje, a indústria de calçados trabalha com pouco mais de 36% da sua capacidade, o que irá inviabilizar investimentos e contratações no curto prazo.

Pesquisa — A Abicalçados também divulgou uma pesquisa realizada junto às empresas e sindicatos industriais dos principais polos calçadistas brasileiros. Conforme o levantamento, 24% das indústrias seguem com produção suspensa, sendo que 11% delas não têm previsão de retomada.

Os impactos da pandemia do novo coronavírus fizeram a expectativa de crescimento para 2020 desabar. No ano, a previsão é de que se produza até 30% menos calçados, chegando a patamares de 16 anos atrás. Tendo produzido 908 milhões de pares no ano passado, o setor deve produzir pouco mais de 640 milhões de pares em 2020. Dados oficiais do IBGE, compilados pela Abicalçados, apontam que em abril a produção foi 74,5% menor do que no mesmo mês do ano passado. O dado de maio ainda não foi divulgado, mas a previsão de Abicalçados é de que se some uma queda em torno de 65,5% ante o mesmo mês do ano passado. No acumulado do quadrimestre, conforme o IBGE, a queda chegou a 27,6% no comparativo com igual ínterim de 2019.

Os efeitos da pandemia também são sentidos nas exportações de calçados, que caíram 22%, em volume, nos cinco primeiros meses do ano, em relação a igual período de 2019. De janeiro a maio, foram embarcados 39,5 milhões de pares ao exterior. A previsão da Abicalçados é de uma queda de até 30,6% nos embarques ao longo de 2020, o que fará o setor retornar a patamares da década de 1980.

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