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13/06/2020 - 08:35

Indústria do aço latino-americana diminui produção devido demanda menor , diz Alacero


Empresas reorganizam operações e se preparam para enfrentar os impactos da crise econômica decorrente da pandemia.

A produção de aço, assim como a de outros setores industriais na região latino-americana, foi afetada pela crise econômica provocada pela Covid-19. A queda em abril foi de 34% em comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados divulgados no dia 12 de junho (sexta-feira), pela Associação Latino-Americana do Aço (Alacero).

A redução reflete a baixa demanda generalizada e a suspensão de operações em resposta aos efeitos da desaceleração. Estima-se que a situação continuará assim até o terceiro trimestre, e esse será o perfil da indústria a curto prazo.

Efeito China — Em nível mundial, a produção de abril de 2020 foi 13,5% menor do que a do mesmo mês do ano passado, enquanto a da China cresceu 0,2% nesse período. Com relação a março a produção mundial caiu 7% e a da China subiu 8%. Diferentemente da América Latina, a China voltou a crescer devido ao fim da quarentena e ao substancial estímulo econômico que o país está implementando. — O risco é que a China, que começou a se recuperar, busque exportar seu excedente, como vinha fazendo, gerando assim danos maiores para a indústria da América Latina e atrasando ou limitando a recuperação da região, que será necessária nos próximos meses — alerta Francisco Leal, diretor-geral da Alacero.

Comparativamente, a produção de aço bruto da América Latina em abril chegou a 3,55 milhões de toneladas (Mt), o que representa uma queda de 34% em relação ao mesmo mês do ano passado e de 14% no acumulado do ano, que está em 18,3 Mt. Em abril, a produção de aço bruto via BOF diminuiu 22% na comparação com março (3,56 Mt), um número que não se via desde 2009.

Na produção de laminados a queda é de 32% na comparação com o mesmo mês do ano passado, mas o acumulado é de 10%. Em abril os efeitos da pandemia começaram a se generalizar. No entanto, tiveram um impacto maior na Argentina e no Brasil, com uma queda de 73% e 37% respectivamente, com relação a abril de 2019. O volume de laminados para a América Latina é de -2,9 Mt, o que não acontecia desde janeiro de 2009. O consumo aparente de aço em março sofreu uma redução de 9% em comparação com o mesmo mês do ano anterior, e o acumulado teve queda de 4%. A nova projeção de consumo para o ano até agora é de uma diminuição de 16,5% (54 Mt).

Em uma estratégia para equilibrar oferta e demanda, algumas plantas paralisaram as operações de seus altos fornos. Durante abril e maio pararam de funcionar sete altos fornos por causa da Covid-19, com uma capacidade combinada de quase sete milhões de toneladas. Com isto, a utilização da capacidade na América Latina é de 42% — Brasil (43%), México (60%), Argentina (18%) — em abril de 2020. Existe capacidade para produzir até 7,9 Mt/mês, sem contar com a Venezuela. O consumo mundial, por sua vez, também assiste a uma redução no uso da capacidade. Nos Estados Unidos essa utilização da capacidade está em 54%; o antigo bloco de nações socialistas CIS e o Oriente Médio estão operando com 55%.

A recuperação e a abertura da América Latina serão diferenciadas. A região provavelmente será uma das últimas a normalizar sua atividade econômica. — O caso latino-americano reflete o que acontece no mundo inteiro, com exceção da China, que vive uma recuperação em formato de V —como aponta Leal.

— Diante da crise econômica que estamos vivendo, observamos que é fundamental que os governos e a indústria reflitam e adotem estratégias para contar com uma indústria siderúrgica robusta, com alta integração com as suas cadeias de valor, defesa dos mercados domésticos, e produtos e serviços de alto nível para os clientes — observa o executivo.

— O risco financeiro relacionado com o fato de a indústria operar com uma baixa utilização da sua capacidade durante muito tempo —. E explica: — A nossa indústria é uma atividade intensiva em capital e com altos custos fixos que precisa trabalhar com 80% da sua capacidade para garantir uma planta produtiva moderna e eficiente, assim como a permanência dos seus recursos humanos — avalia Francisco Leal, — em tom de alerta.

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