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20/06/2020 - 08:39

Memória do idoso e isolamento social


A perda cognitiva está sendo uma realidade para muitos idosos que estão em isolamento social desde março. Alguns, por até trabalharem ainda, nunca ficaram tanto tempo dentro de casa fazendo a mesma rotina diariamente. Como os dias estão todos iguais, eles acabam perdendo a noção de tempo e isso pode até agravar o quadro daqueles que já possuíam uma predisposição ao desenvolvimento de alguma demência.

O ser humano precisa viver em comunidade. Ele é um ser social. Muito mais do que os jovens, o idoso necessita dessa troca entre as pessoas. Muitos deles estão isolados da maioria dos seus familiares. Sem datas festivas, sem feriado e fim de semana e isso piora muito a parte cognitiva.

Uma maneira de fazer com que essa perda da cognição seja menor é manter o idoso conectado aos dias da semana pelo menos. O familiar que está próximo pode motivar uma atividade diferente a cada dia. Por exemplo, segunda-feira é dia de pedir as compras no mercado, terça de fazer alguma atividade física mesmo que dentro de casa ou apartamento, quarta colocar roupa na máquina e assim por diante. O idoso pode ser incentivado a ver um filme, ler um livro, fazer trabalhos manuais. Dessa forma, quando voltar o retorno das atividades normais, aquele idoso terá menos chance de seqüelas na sua cognição e mais facilmente voltará ao normal. Vale a pena também tomar cuidado com os sintomas de depressão. A depressão pode acentuar as perdas cognitivas neste período.

Aqueles pacientes que já apresentavam alguma perda de memória ou raciocínio devido a uma doença, como o Alzheimer ou outras demências, estão tendo seu quadro clínico agravado também. Eles não conseguem entender sobre a pandemia, o covid-19 e o motivo pelo qual suas rotinas terem sido modificadas.

Para os que já apresentam doenças neurológicas, é importante que continuem suas atividades de fisioterapia e fonoaudiologia, caso as tenham. Isso vai fazer com que o quadro não seja agravado. Se o idoso puder contar com um atendimento domiciliar, melhor ainda. Se não, procurar agendar em horários que ele tenha contato com o mínimo de pessoas. Nos dois casos, manter todos os cuidados necessários para que não haja contaminação.

. Por: Andre Gustavo Lima, neurologista, membro da Academia Brasileira de Neurologia, membro do Departamento Científico de Doppler Transcraniano da Academia Brasileira de Neurologia, membro do Departamento Científica de Acidente Vascular Cerebral da Academia Brasileira de Neurologia, membro Fundador da Associação de Neurologistas do Estado do Rio de Janeiro, membro da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral e membro da Europe Stroke Organisation, cursou a Especialização em Doença Cerebrovascular no Hospital Santa Maria, Lisboa, Portugal, é diretor da Neurovida.

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