Greve na Receita Federal prejudica atacadistas

Preocupação do setor é com o aumento da inflação e a falta de produtos para abastecer o comércio local

Brasília – Desde o início da greve dos auditores da Receita Federal, em março deste ano, caminhões e navios carregados de mercadorias não conseguem internalizar os produtos que chegam de outros países. A situação causa prejuízos para os empresários em vários aspectos, principalmente, pela falta de produtos e para os consumidores que pagam mais caro.

Em Brasília não é diferente. Os importadores têm suspendido o embarque de cargas de outros países para que não paguem a diária das mercadorias que ficam paradas nas alfândegas. É o caso da WG Comercial de Alimentos, empresa especializada em importação de azeites, vinhos e whiskys, que está com quatro cargas paradas no Chile, Argentina e Espanha. “Tivemos que interromper esse trabalho para não arcarmos com mais prejuízos. A diária na aduana pode chegar a US$ 500 dólares o contêiner”, explica o diretor comercial Armando Giannetti.

Segundo Giannetti, já é perceptível os danos ocorridos pela greve em sua empresa. “Apesar de possuirmos estoque das mercadorias, o que permite que a empresa atenda a demanda, o custo dos produtos aumentou, prejudicando toda a cadeia produtiva e o consumidor final”, esclarece.

Para o presidente do Sindicato do Comércio Atacadista do Distrito Federal (Sindiatacadista/DF), Fábio de Carvalho, a preocupação maior é com o aumento da inflação. “Se a oferta diminui e a demanda aumenta, o preço sobe. Além disso, com a falta de produtos para atender ao mercado, perdemos as vendas e até mesmo a fidelidade do cliente”, finaliza o presidente.

Sobre o Sindiatacadista-DF - O Sindiatacadista/DF, criado em dezembro de 2001, representa 24 segmentos da economia em Brasília, entre os quais estão o comércio atacadista de gêneros alimentícios, autopeças, drogas e medicamentos. Ao todo, já são mais de 1.200 empresas atacadistas instaladas no Distrito Federal.