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29/07/2020 - 07:12

Número de brasileiros endividados aumenta

E bate novo recorde em julho, diz CNC. Endividamento entre famílias de menor renda também atinge o maior nível histórico, acompanhado por alta da inadimplência.

De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o número de brasileiros com dívidas em cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal e prestação de carro e de casa cresceu novamente em julho (0,3 ponto percentual, com relação a junho), renovando o maior patamar da série – iniciada em janeiro de 2010. No comparativo anual, o índice apresentou aumento de 3,3 pontos percentuais.

— Indicadores recentes têm demonstrado sinais de alguma recuperação da economia a partir de maio e junho, mas ainda permanecem incertezas sobre a retomada, e a proporção de consumidores endividados no País é elevada — destaca o presidente da CNC, José Roberto Tadros, reforçando, mais uma vez, a importância da ampliação do acesso ao crédito a custos mais baixos e do alongamento dos prazos de pagamento das dívidas, “para mitigar o risco do crédito no sistema financeiro”.

Diferenças entre faixas de renda — Assim como no último mês, a proporção de famílias endividadas apresentou tendências distintas entre as faixas de renda pesquisadas. Para as com renda até dez salários mínimos, o percentual alcançou o recorde histórico de 69% — contra 68,2% em junho. A economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira, ressalta que o endividamento é crescente e segue tendência positiva desde fevereiro de 2020 para este grupo. — As necessidades de crédito têm aumentado para as famílias com menor renda, seja para pagamento de despesas correntes, seja para manutenção de algum nível de consumo — afirma ela. Já para as famílias que recebem acima de dez salários mínimos, a proporção de endividamento diminuiu para 59,1% em julho, ante 60,7% em junho. — Os níveis de endividamento vêm caindo desde abril deste ano para esse grupo, o que demonstra um aumento na propensão a poupar — completa.

O número de famílias com dívidas ou contas em atraso aumentou de 25,4% em junho para 26,3% em julho, atingindo a maior proporção desde setembro de 2017. Na comparação com julho de 2019, houve crescimento de 2,4 pontos percentuais. Neste item, também foi observado comportamento distinto entre as faixas de renda: a parcela de brasileiros inadimplentes que recebem até dez salários mínimos por mês cresceu de 28,6% em junho para 29,7% em julho, enquanto no grupo com renda superior a dez salários o percentual registrou leve retração mensal (de 11,3% em junho para 11,2% em julho). — Embora o tempo de atraso nas quitações tenha aumentado em julho, os atrasos acima de 90 dias estão em queda desde antes da pandemia e mantiveram a trajetória decrescente durante a crise — chama a atenção a economista.

Também houve crescimento do percentual de brasileiros que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, vão permanecer inadimplentes (de 11,6% em junho para 12% em julho – a maior proporção desde novembro de 2012).

Com relação aos tipos de dívida, o cartão de crédito segue como o mais apontado pelas famílias como a principal modalidade de endividamento (76,2%), seguido por carnês (17,6%) e financiamento de veículos (11,3%).

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