Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

04/08/2020 - 08:45

Ipea analisa aspectos socioeconômicos da Covid-19 no município do Rio de Janeiro

Estudo divulgado mostra como a pandemia atingiu de maneira distinta os bairros da cidade.

A pandemia não atingiu os bairros da cidade do Rio de Janeiro de maneira uniforme. Os primeiros casos surgiram nas regiões mais desenvolvidas, mas a doença se espalhou, de forma acelerada, para a periferia, até meados de abril. Apesar da incidência maior nas regiões onde os indicadores apontam melhores condições de vida, a letalidade — número de óbitos em relação ao de casos confirmados — foi mais alta nas menos desenvolvidas. É o que mostra o estudo — Aspectos Socioeconômicos da Covid-19: o que dizem os dados do município do Rio de Janeiro? — divulgado no dia 31 de julho (sexta-feira), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Os pesquisadores utilizaram os dados produzidos pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, disponibilizados pelo Instituto Pereira Passos (IPP), com notificação até 13 de junho deste ano, e trabalharam com uma amostra de 43.148 casos e 6.735 óbitos (considerando apenas os registros de residentes no município do Rio de Janeiro).

Para a análise dos aspectos socioeconômicos, os bairros foram divididos por quintos de Índice de Desenvolvimento Social (IDS), baseado nos dados do Censo Demográfico de 2010 (o último disponível). O IDS sintetiza oito indicadores do censo, que incluem condições de moradia, educação e renda, com informação sobre acesso a água, esgoto, entre outros serviços.

Quando observado o coeficiente de mortalidade – número de óbitos por Covid-19 confirmados a cada 100 mil habitantes –, as diferenças entre os bairros não foram tão grandes. No entanto, em quase todas as faixas etárias, a mortalidade é menor nas regiões de IDS mais elevado, e maior naqueles bairros menos desenvolvidos.

De acordo com um dos autores do estudo, Pedro Miranda, economista e pesquisador do Ipea, esse resultado não pode ser observado sem levar em consideração as diferentes condições de acesso aos serviços de saúde e à realização dos testes. “A subnotificação dos casos e as falhas na identificação dos óbitos podem ser maiores nas regiões menos desenvolvidas”. Ele alerta para a importância de informações organizadas e transparentes para auxiliar o poder público no combate à pandemia.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira