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06/08/2020 - 07:47

Poder e credibilidade da mídia tradicional durante pandemia de Covid-19

Há 20 anos, a indústria da mídia tem enfrentado o desafio de se adaptar à digitalização. A dificuldade de transferir o modelo de negócios da publicidade tradicional para online, somada à evolução e competição que surgiram com as redes sociais, que promovem uma circulação de informação numa potência ininterrupta, causou o desaparecimento de inúmeras mídias ao redor do mundo e outras muitas que continuam lutando para sobreviver.

Para alguns especialistas, entre eles o jornalista e professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, Eugênio Bucci, a credibilidade é o maior patrimônio de jornalistas e meios de comunicação. A preocupação com a veracidade dos fatos existe há mais de 300 anos. Em 1690, o alemão Tobias Peucer escreveu a primeira tese doutoral sobre o jornalismo, o qual apontava que as notícias precisavam desfrutar de uma condição de veracidade e de confiabilidade para que fossem bem aceitas pela comunidade.

Porém, o digital e as gerações que o acompanham não tiveram a oportunidade de vivenciar, de fato, as mídias tradicionais e como elas buscam e mantêm uma credibilidade das informações. Na pesquisa “De Viral a Tribal” a Comscore trouxe a informação de que 80% das gerações X e Milennial não tem o costume de pagar por notícias, um indicador dessa distância entre essas gerações e a mídia tradicional.

Segundo pesquisa realizada pela Reuters, em 2017, o brasileiro era o segundo povo mais confiante em sua mídia no mundo, perdendo apenas para a Finlândia. Em 2019, um relatório, da IFA Global Press Conference, apontou um momento de desconfiança do brasileiro em relação ao noticiário, mas, ainda assim, a mídia tradicional tinha 63% de credibilidade contra 47% em relação às redes sociais.

Em tempos de pandemia do novo coronavírus (Covid-19), em que há muitas fake news circulando nas redes sociais, causando incertezas na sociedade, a imprensa tradicional tem reafirmado sua autoridade como uma plataforma confiável de informações e opiniões.

Isso pode ser demonstrado em um levantamento do Comscore Social na região da América Latina, realizado em março de 2020. Em uma avaliação dos principais conteúdos com as palavras “coronavírus” ou “Covid-19”, com o maior volume de interações no Facebook, Twitter e Instagram, a mídia tradicional ocupa os primeiros lugares como principais editores em todos os países analisados: Brasil, México, Argentina, Chile, Colômbia e Peru. No Brasil, as principais mídias acessadas foram G1/Globo (80%), R7 (73%), Jornal O Globo (37%), UOL (30%), O Estado de S. Paulo (28%), Gazeta do Povo (26%) e Jornal Nacional (25%).

Uma das conclusões extraída desse relatório é a importância que a imprensa adquire quando o público exige informações técnicas ou especializadas. Ou seja, para saber de fato o que está acontecendo sobre a pandemia, a população recorre a meios tradicionais, uma vez que a febre das fake news tende a aumentar. Outro ponto interessante é que as redes sociais funcionam como amplificadores de mensagens da mídia, ou seja, são meios para a mídia, não apenas para a replicação de conteúdo, mas também para ampliar a comunicação de credibilidade.

Vale destacar que foi percebido neste levantamento como a mídia, mais uma vez, mostra seu potencial como meio para receber publicidade de marcas que desejam angariar um maior retorno diante da sociedade, principalmente neste período tão delicado que o mundo está vivendo. Como citei anteriormente, as mídias sociais entraram no mercado digital para competir fortemente com as publicidades, que ao serem retiradas das mídias tradicionais causaram uma crise no setor, mas percebemos que quando se trata realmente de algo sério, a população acessa veículos de notícias, que possuem credibilidade, fazendo da mídia ativa e líder independentemente das redes sociais, que muitas vezes são vistas como concorrentes.

Precisamos compreender que são plataformas distintas e que existe uma complementaridade entre as mídias sociais e a imprensa. Se houver integração, pode funcionar de uma forma muito potente, tanto de informação quanto de entretenimento ao público.

. Por: Eduardo Carneiro, diretor geral da Comscore no Brasil. | Perfil — A Comscore (Nasdaq: SCOR) ajuda especialistas em marketing e empresas de mídia em cada etapa do ciclo de publicidade, em todas as plataformas. Com dados que combinam inteligência digital, TV ao vivo, visualizadores de filmes e OTT com informações avançadas sobre o público, a Comscore permite que compradores e vendedores de mídia quantifiquem o comportamento de várias telas e tomem decisões de negócios com confiança. Líder comprovado na medição de audiências digitais, audiências de set-top box e publicidade em escala, a Comscore é uma fonte independente, confiável e abrangente de terceiros para medição entre plataformas. | Comscore.com.

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