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26/08/2020 - 07:59

Risco de AVC é maior no inverno


Casos de infarto e AVC crescem durante o inverno. Isso acontece nessa época, pois há a tendência de alterações circulatórias, como o aumento da pressão arterial. Para controlar a temperatura corporal, o organismo promove uma vasoconstrição dos vasos sanguíneos e a pressão pode subir para quem já apresenta o problema. A pandemia vem agravar esse quadro. As pessoas estão fazendo menos atividades físicas e comendo mais.

A hipertensão arterial já é uma preocupação antiga. Ela é uma doença crônica que atinge milhões de pessoas no mundo. Os riscos de uma pressão descontrolada são muitos e um dos mais graves é o Acidente Vascular Cerebral que pode ser tanto hemorrágico como um isquêmico. Isso ocorre pois a pressão alta provoca um aumento do fluxo sanguíneo e como as artérias do cérebro não conseguem se dilatar, há um rompimento ou entupimento das veias.

Os dados relacionados ao Acidente Vascular Cerebral continuam assustando. No mundo 16 a 17 milhões de pessoas sofrem um AVC anualmente, e desses, 6 milhões não sobrevivem. Segundo o Ministério da Saúde é a enfermidade que mais mata no Brasil, com mais de 100 mil vítimas fatais por ano. Especialistas apontam que nove em cada dez casos estão relacionados com fatores de risco que podem ser prevenidos, como hipertensão, diabetes, colesterol alto, tabagismo e sedentarismo.

O AVC é uma alteração do fluxo sanguíneo dentro do cérebro. Cerca de 15% dos casos ocorrem por extravasamento de sangue em alguma região do cérebro, provocando um coágulo, esse é o AVC hemorrágico. Os outros 85% acontecem por falta de sangue em alguma região do cérebro, provocando o AVC Isquêmico. O socorro imediato pode reduzir ou atenuar as sequelas - até 4h30min após o início dos sintomas o paciente tem 30% mais de chances de obter bons resultados - que caso aconteçam serão tratadas com fisioterapia, sessões de terapia da fala e sessões de estimulação cognitiva. A cada minuto sem tratamento 1,9 milhão de neurônios são perdidos.

Embora a maioria dos acidentes vasculares ocorra nas pessoas com mais de 65 anos (o risco é 30 a 50 por mil nesta faixa etária), hoje existe um aumento abrupto dos casos de AVC entre pessoas na casa dos 35 e 55 anos. As vítimas jovens de derrame se beneficiam mais do tratamento imediato. É importante que se conheça os sintomas iniciais que são perda súbita de força e formigamento no rosto, braço ou perna de um lado do corpo; dificuldade de falar; perda de visão repentina em um os nos dois olhos; dor de cabeça e sem causa aparente e vertigem ou dificuldade de caminhar.

O AVC atinge mais o sexo masculino e está crescendo entre as mulheres, principalmente no período da menopausa. Uma pessoa que fuma tem 50% a mais de chance de ter um AVC, tanto o hemorrágico como o isquêmico. Uma pessoa que já teve AVC tem grandes chances de desenvolver outro. É muito importante descobrir a causa do primeiro para prevenir o segundo, que na maioria dos casos, possui sequelas mais graves.

. Por: Andre Gustavo Lima, Neurologista. Ele é Membro da Academia Brasileira de Neurologia, Membro do Departamento Cientifico de Doppler Transcraniano da Academia Brasileira de Neurologia, Membro do Departamento Cientifica de Acidente Vascular Cerebral da Academia Brasileira de Neurologia, Membro Fundador da Associação de Neurologistas do Estado do Rio de Janeiro. Membro da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral e Membro da Europe Stroke Organisation. Cursou a Especialização em Doença Cerebrovascular no Hospital Santa Maria, Lisboa, Portugal. Diretor da Neurovida.

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