Zuckerberg teria lançado Trump contra o TikTok

No final de 2019, Mark Zuckerberg falou aos estudantes da famosa Georgetown University acerca de liberdade de expressão.

Sua fala teve muita repercussão, mas a maioria das pessoas não atentou para um trecho, em que Zuckerberg acusou o TikTok de não estar comprometido com o tema e representar um risco para a tecnologia e valores americanos.

A afirmação não teve muito impacto provavelmente porque o TikTok ainda não era tão popular e não havia se tornado o principal concorrente do Facebook.

Agora, o Wall Street Journal volta ao assunto, trazendo informações adicionais: desde aquela época, Zuckerberg estaria levando o assunto a membros do governo e a congressistas. Em um jantar na Casa Branca, teria levado as mesmas acusações a Donald Trump.

Logo depois, de acordo com o Wall Street Journal, o governo passou a investigar o TikTok e Trump passou a ameaçá-lo, até chegar, em 15 de agosto, a determinar que a ByteDance, a dona do aplicativo, venda as operações americanas do TikTok.

De forma estranha, Trump envolveu-se em negociações que a Microsoft estaria mantendo com a ByteDance a respeito do assunto e disse que o governo americano quer uma compensação financeira caso o negócio se concretize.

Analisando esses fatos, no momento em que se aproximam as eleições americanas e Trump está em desvantagem nas pesquisas de opinião, além do Facebook ser boicotado por grandes corporações transnacionais por permitir a propagação de conteúdo racista e discursos de ódio, é possível avaliar os padrões éticos desses dois personagens, Zuckerberg e Trump: um com medo de perder mercado e o outro, de perder as eleições.

. Por: Vivaldo José Breternitz é Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie. | https://www.mackenzie.br

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