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03/09/2020 - 08:00

Precisamos falar sobre o HPV


Câncer do colo do útero é o câncer ginecológico que mais acomete as mulheres brasileiras

O câncer é hoje uma das principais causas de morte no Brasil e no mundo, por isso são criadas tantas datas dedicadas à sua prevenção. Durante o mês de setembro, é a vez de discutirmos o câncer ginecológico, que abrange os tumores encontrados no colo do útero, ovário, endométrio, vagina e vulva. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o mais comum entre as mulheres brasileiras é o câncer do colo do útero, desenvolvido normalmente através da infecção pelo vírus HPV.

A sigla HPV se refere à família do Papilomavírus Humano, que conta com mais de 150 diferentes subtipos. Mas nem sempre a infecção pelo HPV culmina com o surgimento do câncer. Na maioria das vezes, a infecção é transitória e regride espontaneamente. Entretanto, em casos ligados aos subtipos oncogênicos a infecção pode se tornar persistente, levando ao aparecimento de lesões que, se não forem identificadas e tratadas, podem evoluir para câncer.

O contágio pelo vírus está associado ao intercurso sexual desprotegido ou ainda através de contato físico pele a pele que envolve alguma área afetada pelo vírus, incluindo o contato manual-genital. Sendo assim, o uso de preservativo durante as relações sexuais é uma das principais formas de prevenir o contágio pelo HPV e, consequentemente, o surgimento do câncer.

Outra importante forma de prevenção é através da vacina que confere imunidade contra alguns dos subtipos oncogênicos do vírus. Ela foi implementada ao calendário nacional de imunização do Ministério da Saúde em 2014, para meninas com idade entre 9 a 14 anos. A partir de 2017, também passou a ser disponibilizada para meninos com idade entre 11 a 14 anos.

O exame citopatológico Papanicolau, conhecido popularmente como exame preventivo, complementa o arsenal na prevenção do câncer relacionado ao HPV. Nesse caso, o procedimento é adotado para detectar alterações ligadas à presença do vírus, devendo ser realizado em todas as mulheres em idade entre 25 e 64 anos que têm ou já tiveram atividade sexual. Vale lembrar que a vacinação não exime as mulheres da realização do Papanicolau.

Apesar dos avanços alcançados, o que se observa é um grande desconhecimento por parte da população em relação a este vírus e ao seu potencial cancerígeno. Dessa forma, o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a conscientização da população é de extrema importância. Afinal, o conhecimento é o primeiro passo para adoção de comportamentos que podem evitar a infecção e ajudar a diminuir o triste número de mortes causados pelo câncer no Brasil.

. Por: Cássio Trindade, radio-oncologista do Instituto de Radioterapia São Francisco

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