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15/09/2020 - 08:47

Pesquisadores do CBA desenvolvem catalisador


A partir do lodo para produção de biocombustíveis.

A utilização do lodo proveniente de estações de tratamento de esgoto (ETEs) como um catalisador para a produção de biocombustível mostrou-se possível a partir de uma pesquisa chefiada pelo Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) em parceria com outros institutos de pesquisa. O artigo foi publicado este mês na revista científica Energy, periódico internacional multidisciplinar em engenharia e pesquisa de energia de grande notoriedade mundial.

A pesquisa foi chefiada pelo pesquisador do CBA, Flávio Freitas, pós-doutor em Química, e contou, ainda, com o biólogo Edson Silva, pós-doutor em Ciências de Alimentos, também integrante da equipe do CBA, além de pesquisadores do Instituto Federal de Educação Tecnológica (Ifam), Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e Edith Cowan University, da Austrália.

De uma forma bem simplificada, para produzir um biocombustível é necessária uma reação entre o álcool e a gordura que somente ocorre na presença de um catalisador. “O que fizemos na pesquisa foi modificar o lodo, que é um rejeito, para utilizá-lo como catalisador na reação”, explicou o chefe da pesquisa, Dr. Flávio Freitas. Para chegar ao resultado, os testes de laboratório e validação da pesquisa foram realizados nas dependências do CBA e das instituições parcerias.

A pesquisa concluiu que utilização do catalisador a partir lodo pode reduzir em até 30% o custo na produção do biocombustível, além de se mostrar um catalisador reutilizável e com possibilidade de regeneração. “Como produzimos a partir de um rejeito (lodo), há uma diminuição nos custos finais do biocombustível. Também observamos que o catalisador a partir do lodo pode ser reutilizado e regenerado, diferente dos catalisadores disponíveis no mercado, que podem ser reutilizados, mas em uma proporção menor e também não possuem a capacidade de regeneração — explicou Freitas.

Segundo dados do artigo, as estações de tratamento de água de Manaus produzem cerca de 20 toneladas de lodo diariamente. — O Plano Nacional de Saneamento Básico já prevê a questão do tratamento do esgoto e as empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM), em sua maioria, precisam terceirizar o tratamento dos rejeitos, enquanto, a partir da pesquisa, observa-se que esse mesmo lodo poderia até ser comercializado para uma empresa de produção de biocombustível, por exemplo — observou o Dr. Edson Silva.

Os pesquisadores explicam que o protótipo da pesquisa abre diferentes nichos de mercado, com a possibilidade do uso do catalisador a partir do lodo nas empresas que já trabalham com biocombustível, a criação de novas empresas, ou ainda da própria produção de biocombustível na fábrica para abastecer a frota interna de veículos, por exemplo. — Essa pesquisa vai ao encontro da proposta do CBA, de transformar o que antes era um rejeito, em um produto de alto valor agregado (biocombustível), trazendo, ainda, uma solução ambiental, economicamente rentável para as empresas do Polo e gerando empregos na região — disse Silva.

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