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16/09/2020 - 08:52

América Latina dá sinais de recuperação gradual na produção e no consumo de aço, diz Alacero


A demanda se deve à recuperação mais rápida no setor da construção.

A América Latina é uma das regiões mais afetadas pela pandemia da Covid-19, o que provocou uma grave crise econômica. Os países da região vêm aplicando estímulos fiscais, de acordo com as suas condições, para reativar as economias e recuperar parte dos empregos perdidos. Apesar de alguns sinais positivos, o caminho até a normalidade será longo, divulgou a Asociación Latinoamericana del Acero (Alacero).

Segundo a aAlacero, este contexto de reativação gradual, os números da produção de aço cru da América Latina em julho continuaram com uma tendência de melhora, somando 4,450 milhões de toneladas (Mt), um aumento de 20% em comparação com o mês anterior (junho de 2020). No entanto, esse total se manteve 9% abaixo de julho do ano passado.

Os três principais produtores, México, Brasil e Argentina, registraram um aumento de 700 mil toneladas em comparação com junho. Quanto aos produtos laminados, a produção de aços longos cresceu 17% no mês e a de planos, 3%. Por outro lado, a de tubos sem costura continua deprimida. Estes produtos tiveram uma queda de 26% em relação ao mês anterior, e de 69% comparativamente a julho do ano passado, fruto da crise enfrentada pelo setor de energia.

Balança comercial Latino-americana — Durante o segundo trimestre, a balança comercial latino-americana caiu 21% em comparação com os três primeiros meses de 2020, passando de 15,641 Mt para 12,410 Mt. No entanto, o consumo teve um crescimento de 6% em relação ao mês anterior e atingiu 4,368 Mt em junho, mas foi 16% menor do que no mesmo mês de 2019 (5,187 Mt).

Importações — As importações representaram 39% do consumo durante o segundo trimestre, superando os 36% do trimestre anterior. Como este é um dos principais riscos para a indústria latino-americana, principalmente considerando que a porcen-tagem proveniente da China e dos outros países asiáticos chega em condições de comércio desleal, a Alacero reitera seu chamado aos governos da região para enfrentar esse desafio. Segundo um novo estudo da Alacero, estas assime-trias representam um perigo para as cadeias de suprimento e, portanto, comprometem o futuro da indústria do aço da América Latina, já que aproximadamente 60 postos de trabalho são substituídos para cada US$ 1 milhão de produtos metalomecânicos importado.

Exportações — As exportações se mantiveram em 16% da produção nos primeiros seis meses do ano. O aumento das exportações e a queda das importações entre maio e junho no México podem ser sinais positivos sobre as expectativas do mercado relacionadas à recuperação dos EUA.

No Brasil, a economia voltou a crescer, a demanda se recuperou e isso propiciou a reativação de altos fornos da indústria depois de uma parada de quatro meses. O Peru já importou 7% mais do que no mesmo período de 2019 e exportou 41% menos, o que representa um grande risco e é resultado da política de livre importação adotada durante a quarentena provocada pela Covid-19, restringindo a produção.

Retomada da construção contribui para melhora da demanda — No Brasil, a recuperação em “V” se deve em grande parte à retomada do setor da construção, decorrente do apoio fi-nanceiro e da diversificação das vendas dos produtores pela internet. O Índice de Confiança da Construção (ICST), elabo-rado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), recuperou 82% das perdas registradas entre março e abril de 2020, e os fundos de investimento imobiliário também renderam mais do que outros ativos financeiros.

No México, o valor da produção das construtoras cresceu 2,4% em termos reais em julho, em comparação com o mês anterior. Na Argentina, a construção dá sinais de recuperação parcial à medida que a quarentena vai sendo flexibilizada. E a Colômbia está adotando medidas para a reativação, mas o processo será gradual.

— Os números de julho indicam que o setor da construção está se reativando mais rápido e que o investimento em infraes-trutura é um dos motores-chave para a recuperação da economia, já que influi diretamente em uma grande cadeia de setores e empregos. Além disso, apoia condições dignas para a sociedade, como as relacionadas com moradia, sanea-mento e hospitais — disse Francisco Leal, diretor-geral da Alacero.

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