Guerra da farinha – argentina baixa novamente alíquota para pré-mistura

Ao reduzir esta semana de 10% para 5% o imposto de exportação para a pré-mistura de farinha de trigo, mais uma vez o governo argentino fere as regras do Mercosul e ignora os argumentos apresentados pela indústria do trigo brasileira, impactando fortemente toda a cadeia produtiva do setor no Brasil. Como o trigo in natura paga 20% de imposto de exportação no país vizinho, a indústria brasileira tem sua competitividade fortemente reduzida em comparação aos moinhos argentinos.

Soma-se a esta situação, o fato que o moinho argentino paga apenas US$120 por tonelada de trigo, enquanto o preço para exportação do mesmo trigo ao Brasil é de US$190/ton.

Desta forma, 160 mil produtores de trigo brasileiros não têm a remota possibilidade de competir com o trigo subsididado argentino. Para a indústria brasileira só resta fechar as portas, importar farinha subsidiada da Argentina e ser um mero “distribuidor” do produto argentino na Brasil.

Esta medida despertou a indignação do setor moageiro brasileiro, que mais uma vez se vê ameaçado por medidas protecionistas argentinas. Diante deste cenário, o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Trigo – Abitrigo, Samuel Hosken, convocou reunião de emergência com representantes dos 47 moinhos associados. O objetivo é discutir a pauta da reunião que será realizada em Brasília, na próxima quarta-feira (24/1), com o Ministro da Agricultura, Luiz Carlos Guedes, com o Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Luiz Furlan, e com deputados da bancada que defende o setor agrícola.

“Nosso objetivo é encontrar uma forma eficaz e definitiva para contrapor esta ofensiva de subsídios patrocinada pelo governo argentino e que fere todas as regras que regem não apenas o Mercosul, mas o mercado externo de maneira geral”, conclui Hosken.