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15/10/2020 - 08:31

O que o mundo corporativo pode aprender com o 7X1 entre Brasil e Alemanha?


Inspirado e apaixonado pelo esporte e o impacto da alta performance, aproveitei minha experiência e vivência nesse ambiente para investigar o segredo do espírito campeão. Muitas vezes eu me perguntei: do que é feita a vitória, afinal? E posso dizer que levei cerca de 5 anos para ter uma conclusão. Com segurança, posso afirmar que a resposta está na liderança, ou seja, no saber liderar uma equipe com boas estratégias.

Certamente você se lembra do jogo histórico, Brasil x Alemanha, na Copa do Mundo de 2014. Também sabe como a história terminou: com o goleiro Júlio César tomando mais dois gols e o placar final do Mineirão indicando 7 x 1 para a seleção alemã. O que você talvez não saiba é que, nessa partida, o povo alemão descobriu do que realmente é feita a vitória.

Segundo o jornalista Christian Eichler, apesar de a Alemanha já ser tricampeã mundial, seus torcedores ainda não se sentiam vencedores com esses títulos. Em 1954, não teriam merecido vencer a Hungria, dona do melhor futebol. Estariam longe de merecer bater a Holanda em 1974, com sua tática do carrossel que se tornou sinônimo de excelência. Nem em 1990, os alemães seriam merecedores, em sua autocrítica, por conta dos placares magros. Além disso, uma das melhores seleções germânicas de todos os tempos havia perdido para o Brasil na Copa de 2002.

Na verdade, os alemães tinham um problema para resolver especificamente com o Brasil, e fazia tempo. Quem deu a dica foi o coach da seleção campeã de 1974, Helmut Schön, quando ironizou o futebol brasileiro dizendo que “habilidade só não adianta, isso é coisa de circo”. Mas os alemães queriam ter essa habilidade, então, vencer o Brasil com gols resultantes de chutes habilidosos com os pés e não da tradicional bola aérea foi muito importante para eles. O técnico da Alemanha, como grande líder, conduziu a seleção a essa vitória sobre o Brasil.

Do nosso lado, o que realmente faltou para o Brasil ganhar esse jogo? Para uns, mais tempo para o trabalho de preparação. Para outros, o maior problema é que não há estrutura para formar atletas de base em todo o país, como fazem os Estados Unidos com suas universidades. Teve ainda quem apontasse a defasagem de conhecimentos táticos e estratégicos dos “comandantes da seleção” como a grande culpada. Mas a verdade é que, de fato, faltou liderança.

Pode ser duro, mas é real. Isso porque, mesmo sem poder contar com os recursos ideais, um líder, sozinho, consegue fazer a diferença na performance de sua equipe. Sabemos que é muita responsabilidade para colocar nos ombros de uma só pessoa, mas não há como fugir desse fato. Para ser um líder bem sucedido, é necessário antes ser um excelente gestor de pessoas, até mesmo em um campo de futebol.

Todo líder, no esporte ou no mundo corporativo, tem de ter um modelo de gestão da equipe. Ter estratégias atraentes e espetaculares, mas também privilegiar a eficiência. Fomentar valores no time principal, para que as estrelas fiquem a serviço da equipe. Gerenciar todas as atividades que afetam o desempenho dos colaboradores, seguindo a premissa de que “é preciso jogar como se treina”. Gerenciar ativamente a liderança distribuída e a meritocracia, tendo influência real sobre o grupo. Ter experiência e apoiar a boa governança da equipe.

Assim como os alemães, cada um define o que é vitória para si. Mas uma vitória digna da investigação, como a que fiz ao lado da Adriana Salles Gomes, em nosso livro “O Algoritmo da Vitória”, não poderia ser o simples ato de vencer uma prova, algo que pode ser um lance de sorte ou a decorrência de um dia ruim do adversário. Para se ter a vitória digna de um grande campeão, é preciso vencer competidores clássicos; vencer como azarão contra todas as expectativas; e vencer campeonatos, em vez de ter apenas vitórias isoladas.

Para competir maximizando a chance de vencer, as pessoas precisam “jogar e vencer o jogo antes, dentro de si. Vencer o jogo mental”. Há ações específicas que impulsionam pessoas às vitórias e é o líder quem pode levá-las a esse jogo mental da vitória, pois o poder de um líder sobre seus time é muito maior do que os liderados mesmos imaginam.

. Por: José Salibi Neto, o jovem tenista José Salibi Neto venceu muitos torneios. Mas, ao lhe garantir uma bolsa de estudos na Universidade da Carolina do Sul (USC), Estados Unidos, o tênis fez com que enveredasse pelo mundo dos negócios. Salibi cofundou a HSM, que se tornou a empresa líder em educação executiva, fez MBA na USC e seu nome é associado à introdução dos principais conceitos da gestão contemporânea por aqui. Hoje, como um dos maiores palestrantes do país e mentor de líderes, dedica-se a ajudar empresas e profissionais a atingir seu potencial máximo. Além de O algoritmo da vitória, é coautor dos livros Gestão do amanhã e O novo código da cultura.

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