Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

17/10/2020 - 07:00

Especialista em Medicina Fetal destaca os principais cuidados

E riscos de uma gestação na pandemia.

No momento atual, o mundo entende que as gestantes e puérperas constituem grupo de risco frente à Covid-19. No Brasil, o Ministério da Saúde orienta que gestantes e puérperas até o 14º dia de pós-parto devem ser consideradas grupo de risco para o vírus Sars-CoV-2.

A gestação é muito importante para a maioria das mães e o momento do nascimento é muito esperado. E como fica uma gravidez em tempos de pandemia de um vírus altamente contagioso do qual ainda muitas questões estão em processo de estudo?

A pesquisa realizada durante os dias 13 e 25 de março, pelo Centro de Medicina da Universidade de Columbia, em Nova York (EUA), revelou que entre 43 grávidas que participaram do estudo, 37 (86%) possuíam sintomas leves, quatro (9,3%) sintomas graves e duas (4,7%) quadro crítico. Também não foram detectados casos confirmados em neonatos após teste inicial no primeiro dia de vida, a chamada transmissão vertical.

Segundo o Dr. Bruno Derbli, coordenador de Medicina Fetal da Clínica Felippe Mattoso e do Labs a+, marcas do Grupo Fleury no Rio de Janeiro, ainda não há um estudo fechado sobre os riscos da gestante ser infectada pelo coronavírus e passar para o bebê. — Mulheres grávidas representam uma população de alto risco durante surtos de quaisquer doenças infecciosas, incluindo a Covid-19. Porém, até o momento, ainda não temos um número suficiente de gestantes infectadas para afirmar que os fetos não correm risco. Dos casos já relatados na literatura médica, parece não haver evidência definitiva de transmissão vertical — informa.

E como fica o pré-natal durante essa época de pandemia? O Dr. Derbli faz um alerta de que, apesar da pandemia e dos riscos relacionados, o acompanhamento da gestação não pode esperar, pois ela continua a evoluir e o bebê se desenvolvendo. — O acompanhamento da gestação por meio do pré-natal não pode parar de forma alguma. É importante lembrar que muitas outras complicações podem acontecer na gravidez e, por isso, a vigilância é tão necessária. A gestante deve manter todos os cuidados para evitar a contaminação, com o uso de máscara e higiene das mãos, cuidado ao tocar em superfícies, seguindo as orientações adequadas de distanciamento e locai s que pr ecisa frequentar, entre outros — completa o especialista.

No caso da gestante que for contaminada pelo novo coronavírus, é importante que o médico responsável pelo pré-natal seja informado imediatamente e que a paciente seja afastada de suas atividades e siga as devidas orientações de isolamento pelo período de 14 dias. —A necessidade de vigilância fetal mais rigorosa deve ser avaliada caso a caso, principalmente se houver quadro grave de insuficiência respiratória — destaca o Dr. Derbli.

E quais os riscos desses bebês nascerem com problemas de saúde, inclusive os bebês prematuros? O Dr. Bruno relata que complicações fetais oriundas de Covid-19 incluem aborto espontâneo (2%), restrição de crescimento intrauterino (10%) e parto prematuro (39 a 47%). Porém, a esmagadora maioria das mulheres que contraiu a doença foi infectada no terceiro trimestre. Atualmente não há dados sobre resultados perinatais quando a infecção é diagnosticada no início da gravidez.

Independentemente do risco, é reconfortante ter conhecimento que a Covid-19 pareça se manifestar como uma doença respiratória leve na população pediátrica.

Se a mãe estiver com suspeita de Covid-19, ela pode amamentar ou ficar perto da criança? De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, não existe perigo de transmissão pelo leite materno, mas é fundamental que a mãe tome todos os cuidados – como o uso de máscara e, principalmente, a cuidadosa e rigorosa higiene das mãos antes de tocar no bebê ou em quaisquer objetos dele.

Quais os principais cuidados que as mães devem ter com esses bebês, seja no nascimento, amamentação, e na rotina diária?

Na pandemia, as medidas de distanciamento social se provaram eficazes na redução da velocidade de transmissão da Covid-19. Na assistência obstétrica não é diferente. Não existe contraindicação para o parto natural ou para o aleitamento, mas são fundamentais as medidas de proteção individual.

Para o especialista em Medicina Fetal, é importante que as pessoas não confundam cuidado com medo. A mulheres grávidas costumam ser desproporcionalmente afetadas por doenças respiratórias e isso está associado ao aumento da morbidade infecciosa e às altas taxas de mortalidade materna. — Aproximadamente 80% das infecções em Covid-19 são leves ou assintomáticas; 15% são graves, exigindo oxigênio suplementar; e somente 5% são críticos, necessitando de ventilação mecânica. Felizmente, até agora, os resultados dos estudos da epidemia causada pelo vírus SARS-CoV-2 para as gestantes parecem ser bem ma is promi ssores em comparação com outras pandemias anteriores, como a SARS e MERS, que geravam quadros bem mais graves — finaliza.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira