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27/10/2020 - 07:54

Por que a diversidade também deveria ser um critério ESG?


A preocupação com melhores práticas ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês) é uma tendência mundial que torna as empresas mais fortes no mercado, além de servir como parâmetro de avaliação para investidores. A aposta em ESG também reflete em uma reputação positiva entre os consumidores e, consequentemente, em um melhor desempenho financeiro.

Do lado ambiental, a empresa é avaliada em relação a critérios como políticas de sustentabilidade, uso de energia renovável, controle da poluição e emissão de CO2, e gestão correta dos resíduos. Já a governança diz respeito ao conjunto de processos e regras que regulam a maneira como uma empresa é dirigida, administrada ou controlada.

Na parte social, é examinado como as corporações gerenciam relacionamentos com os seus públicos, incluindo colaboradores(as), fornecedores(as), clientes e a comunidade. As políticas de direitos humanos e de diversidade também fazem parte do social, mas por que esse último quesito não é tão valorizado quando falamos de práticas ESG?

Na minha opinião, a sigla ESG poderia ser transformada em ESGD, incluindo a diversidade como um poderoso pilar de fomento aos negócios. Inúmeras pesquisas revelam que o investimento em diversidade gera retorno financeiro para as companhias, ao mesmo tempo que impacta positivamente a sociedade. Quanto mais as pessoas tomam consciência da importância da diversidade e da inclusão nas organizações, mais elas passam a buscar empresas que tenham esse pilar como um valor intrínseco.

Costumo dizer que tanto o ESG quanto a diversidade são incorporados nas corporações por três caminhos: pelo amor, quando a alta liderança entende e acredita na mudança; pela dor, quando há perda financeira, de valor de mercado, reputação ou imagem por não ter iniciado esse processo de antemão; ou ainda pela inteligência, quando a liderança tem uma visão diferenciada e entende que este é um movimento necessário e é para lá que as empresas vão caminhar.

Muitos investidores já pensam em uma ampla gama de fatores ligados ao “ESGD” para aplicar seus recursos, priorizando companhias que respondam de forma positiva a todos os critérios e invistam em programas de fomento a diversidade e inclusão. Da mesma forma, as pessoas cada vez mais querem trabalhar com propósito, e usam como critério no momento de uma transição a busca por corporações engajadas com todas essas questões.

E quando falamos em diversidade e inclusão, após a morte de George Floyd, que gerou fortes protestos em diversas partes do mundo, a conversa sobre o racismo sistêmico se tornou ainda mais relevante, deixando claro que a sociedade ainda tem um longo caminho a percorrer em prol da igualdade. No Brasil, ainda estamos em um estágio inicial na adoção das práticas ESGD, mas com uma demanda crescente tanto de investidores quanto da sociedade, a tendência é impulsionar as empresas rumo a negócios que não apenas se preocupam com o lucro, mas também com melhores práticas ambientais, sociais e onde todas as pessoas possam se sintam pertencentes.

. Por: Cris Kerr, CEO da CKZ Diversidade, consultoria especializada em Inclusão & Diversidade, professora da Fundação Dom Cabral, Mestra em Sustentabilidade e idealizadora do 10º Super Fórum Diversidade & Inclusão, evento que apoia as corporações a construírem ambientes mais diversos e inclusivos, tornando-as mais inovadoras e sustentáveis.

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