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11/11/2020 - 08:21

Embraer atinge prejuízo líquido de R$ 649,0 milhõe no 3T20

E nos nove meses de 2020, o prejuízo líquido foi de R$ 3.608,4 milhões.

A Embraer divulgou no dia 10 de novembro (terça-feira), os resultados do seu balanço do terceiro trimestre de 2020, onde mostra que a comparação entre o terceiro trimestre de 2020 e terceiro trimestre de 2019 o dólar norte-americano médio teve uma apreciação de 36% em relação ao real brasileiro, impactando os resultados e despesas apresentados, segundo a empresa.

Os destaques do terceiro trimestre de 2020, mostra que a Embraer entregou sete aeronaves comerciais e 21 executivas (19 jatos leves e dois grandes) e sua carteira de pedidos firmes (backlog) alcançou US$ 15,1 bilhões. Excluindo-se os itens especiais, o Ebit e Ebitda² ajustados foram de R$ (239,5) milhões e R$ (40,7) milhões, respectivamente, levando a margens de -5,9% e -1,0%, respectivamente, tendo sido impactados negativamente pelo fraco resultado da Aviação Comercial. Os resultados do terceiro trimestre de 2020 incluem itens especiais que representam um impacto total positivo de R$ 41,7 milhões, assim dividido: 1) R$ (292,5) milhões de despesas com reestruturação relacionadas ao ajuste da força de trabalho ocorrido na companhia, conforme anunciado em setembro; 2) R$ (68,9) milhões de provisão adicional para perdas de crédito esperadas durante a pandemia; 3) R$ 317,2 milhões de reversão de impairment na Aviação Comercial, que impactou positivamente os resultados e; 4) R$ 85,9 milhões de reversão de impairment na Aviação Executiva, que também impactou positivamente os resultados do trimestre. No terceiro trimestre de 2020, a Embraer apresentou prejuízo líquido ajustado (excluindo-se impostos diferidos e itens especiais) de R$ 797,5 milhões e prejuízo por ação ajustado de R$ 1,08. Noterceiro trimestre de 2020, a Embraer reportou um Uso livre de caixa ajustado de R$ 3.035,0 milhões, ainda afetado por aumentos de capital de giro (principalmente estoques mais altos) principalmente na Aviação Comercial. A liquidez da companhia permanece sólida e fechou o terceiro trimestre de 2020 com um caixa de R$ 12,3 bilhões, acima dos R$ 10,9 bilhões do segundo trimestre de 2020, apesar do fluxo de caixa livre negativo no trimestre. A companhia emitiu com sucesso US$ 750 milhões em títulos com vencimento em 2028, usando US$ 250 milhões dos recursos para pagar antecipadamente parcelas de seus títulos de 2022 e 2023, ao mesmo tempo em que adicionou US$ 500 milhões em liquidez. A gestão de passivos da Embraer durante o teceiro trimestre de 2020 resultou no aumento do prazo médio do endividamento de 3,8 anos para 4,5 anos. Devido à incerteza relacionada à pandemia da Covid-19, as estimativas financeiras e de entregas da Empresa para 2020 permanecem suspensas neste momento.

Receita líquida e margem bruta — Durante o terceiro trimestre de 2020, a Embraer entregou sete jatos comerciais e 21 jatos executivos (19 jatos leves e dois jatos grandes), totalizando 28 jatos entregues no período. Isso se compara a um total de 44 jatos entregues no 3T19, sendo 17 jatos comerciais e 27 jatos executivos (15 jatos leves e 12 jatos grandes). No acumulado do ano em 2020, a Empresa entregou 16 jatos comerciais e 43 jatos executivos (33 jatos leves e 10 jatos grandes), o que se compara aos 54 jatos comerciais e 63 jatos executivos entregues durante os primeiros nove meses de 2019. As entregas da Embraer em 2020 estão sendo impactadas negativamente, principalmente devido à pandemia Covid-19, que continua afetando o mundo e especialmente as viagens aéreas comerciais. A companhia espera que as entregas do 4T20 continuem melhorando em relação aos três primeiros trimestres do ano, principalmente no segmento de Aviação Executiva, que normalmente apresenta um alto nível de sazonalidade com grande parte das entregas anuais ocorrendo no quarto trimestre. No 3T20, a receita líquida teve queda de 13% em relação ao 3T19 e ficou em R$ 4.090,5 milhões, principalmente em função das já mencionadas quedas nas entregas da Aviação Executiva e especialmente da Aviação Comercial. Essa queda foi parcialmente compensada pelo aumento de 106% (na comparação entre o 3T20 e 3T19) das receitas de Defesa & Segurança no 3T20, que foram impactadas no primeiro semestre do ano já que, algumas entregas foram postergadas em função das restrições de viagens impostas pela Covid-19 como o fechamento de fronteiras de alguns países clientes. No acumulado do ano, as receitas da Embraer foram de R$ 9.829,8 milhões em comparação aos R$ 13.216,6 milhões reportados no mesmo período do ano passado, com a maior queda ocorrendo principalmente no segmento de Aviação Comercial.

A margem bruta consolidada da Embraer no terceiro trimestre de 2020 foi de 7,3% ante os 13,2% do terceiro trimestre de 2019. Na comparação entre os anos, essa queda foi concentrada nos segmentos de Aviação Comercial (menor impacto das entregas nos custos fixos) e de Serviços & Suporte (menor atividade de clientes da Aviação Comercial). Além disso, durante o 3T20, a empresa registrou R$ 134,0 milhões em despesas por excesso de capacidade ociosa relacionada à pandemia da Covid-19. Nos nove meses de 2020, a margem bruta consolidada da Companhia foi de 12,4% ante os 15,3% dos nove meses de 2019, e apresentou melhoria nos segmentos de Aviação Executiva e de Defesa & Segurança que foi mais que compensada pela queda nos segmentos de Aviação Comercial e de Serviços & Suporte. A Embraer reconheceu um total de R$ 285,1 milhões em despesas por excesso de capacidade ociosa nos primeiros nove meses de 2020.

Resultado operacional e margem operacional — O resultado operacional (Ebit) e a Margem operacional reportados no 3T20 foram de R$ (197,8) milhões e -4,8%, respectivamente, comparados aos R$ (80,4) milhões e aos -1,7% reportados no 3T19. Os resultados do 3T20 incluem itens especiais que representam um impacto total positivo de R$ 41,7 milhões, assim dividido: 1) R$ (292,5) milhões de despesas com reestruturação relacionadas ao ajuste da força de trabalho ocorrido na Companhia, conforme anunciado em setembro; 2) R$ (68,9) milhões de provisão adicional para perdas de crédito esperadas durante a pandemia; 3) R$ 317,2 milhões de reversão de impairment na Aviação Comercial, que impactou positivamente os resultados e; 4) R$ 85,9 milhões de reversão de impairment na Aviação Executiva, que também impactou positivamente os resultados do trimestre. Não foram reconhecidos itens especiais nos resultados reportados no 3T19. Um resumo dos itens especiais do período pode ser encontrado abaixo.

Excluindo-se esses itens especiais, o Ebit ajustado e a margem Ebit ajustada do 3T20 foram de R$ (239,5) milhões e -5,9%, respectivamente. Os resultados operacionais do 3T20 foram impactados negativamente pela pandemia da Covid-19 em andamento e seus efeitos na indústria aeroespacial, em especial no segmento de Aviação Comercial que pesou fortemente no resultado global, mas que foi parcialmente compensado pelo resultado operacional positivo relatado nos segmentos de Aviação Executiva, Defesa & Segurança e de Serviços & Suporte — A redução de 58,8% nas entregas da Aviação Comercial, em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, teve um impacto significativo na capacidade da Embraer de absorver custos fixos durante o período, porém foram menores nos outros segmentos da Empresa. Esse resultado foi parcialmente compensado pela inexistência nesse trimestre de custos de separação em conexão com a parceria estratégica, agora encerrada, com a The Boeing Company que, no mesmo trimestre do ano passado foi de R$ 138,1 milhões.

Durante os nove meses do 2020, o Ebit ajustado da Embraer, excluindo-se o impacto negativo líquido total de itens especiais de R$ 1.298,6 milhões, foi de R$ (930,5) milhões, gerando margem Ebit ajustada de -9,5%. Isso se compara ao Ebit de R$ (33,0) milhões e margem Ebit de -0,2% que não continham itens especiais no 9M19. Os custos de separação relacionados à parceria estratégica, agora encerrada, com a The Boeing Company no 9M20 totalizaram R$ 215,7 milhões em comparação aos R$ 253,5 milhões no 9M19.

As despesas administrativas do trimestre e do ano tiveram crescimento quando comparadas aos mesmos intervalos do ano anterior pois foram impactadas pela variação cambial do período. No 3T20 totalizaram R$ 187,7 milhões e apresentaram crescimento em relação aos R$ 148,1 milhões reportados no 3T19, apesar das ações de reestruturação implementadas a partir de setembro de 2020. No 9M20, essas mesmas despesas totalizaram R$ 513,2 milhões em comparação aos R$ 503,0 milhões do 9M19.

As despesas comerciais caíram no terceiro trimestre de 2020 para R$ 244,5 milhões, em comparação com os R$ 280,5 milhões no 3T19, devido a uma combinação de reduções de custos de mão de obra e de menores despesas de marketing relacionadas a eventos do setor e de voos de demonstração decorrentes das limitações causadas pela pandemia da Covid-19. Nos primeiros nove meses do ano, as despesas comerciais foram de R$ 712,8 milhões em comparação aos R$ 822,3 milhões no mesmo período de 2019. Durante o trimestre, as perdas líquidas sobre ativos financeiros e de contratos aumentaram de uma despesa de R$ 1,1 milhões no 3T19, para uma despesa de R$ 74,4 milhões no 3T20 devido ao impacto da pandemia da Covid-19 principalmente em nossos clientes de linhas aéreas comerciais. Esse valor representou uma despesa de R$ 333,4 milhões nos primeiros nove meses de 2020, contra uma despesa de R$ 9,7 milhões nos primeiros nove meses de 2019.

Segundo a Embraer, as despesas com Pesquisa caíram de R$ 45,7 milhões no 3T19 para R$ 38,2 milhões no 3T20. Nos nove meses de 2020, essas despesas foram de R$ 98,8 milhões e ficaram abaixo dos R$ 127,2 milhões reportados no 9M19, demonstrando o controle de despesas da Empresa em meio à pandemia.

Outras receitas (despesas) operacionais, líquidas apresentou receita de R$ 50,4 milhões no 3T20 em comparação à despesa de R$ 223,1 milhões no 3T19. Essa linha incluiu o reconhecimento de todos os itens especiais mencionados anteriormente, à exceção das perdas líquidas sobre ativos financeiros e de contratos. No 3T19, essa mesma conta não incluía a adição de qualquer item especial. Excluindo-se os valores dos itens especiais, Outras receitas (despesas) operacionais líquidas apresentaram despesa de R$ 60,2 milhões no 3T20, uma redução na comparação do 3T20 com o 3T19, resultante de uma combinação da mencionada inexistência de custos de separação, menores despesas relacionadas ao monitor externo e menores prejuízos no portfólio de jatos comerciais usados, da companhia. No 9M20, Outras receitas (despesas) operacionais, líquidas apresentou despesa de R$ 1.805,4 milhões, comparada à despesa de R$ 587,2 milhões do 9M19. Excluindo-se os itens especiais de R$ 982,9 milhões reconhecidos nessa conta, Outras receitas (despesas) operacionais líquidas apresentaram despesa de R$ 822,5 milhões no 9M20, comparada à mesma despesa de R$ 587,2 milhões do 9M19, sendo essa diferença explicada pelos menores custos de separação compensados pelo reconhecimento anormal de custos relacionados a salários de funcionários que estavam em licença remunerada durante o primeiro trimestre, que não foram contabilizados no custo dos produtos vendidos e nas linhas de despesas administrativas, comerciais e de pesquisa.

Resultado líquido — No terceiro trimestre de 2020, a Embraer apresentou prejuízo líquido de R$ 649,0 milhões e prejuízo por ação de R$ 0,88, comparados ao prejuízo líquido de R$ 314,4 milhões e o prejuízo por ação de R$ 0,42 registrados no 3T19. Nos nove meses de 2020, o prejuízo líquido foi de R$ 3.608,4 milhões e o Prejuízo por ação de R$ 4,90, enquanto no 9M19 a Companhia apresentou prejuízo líquido de R$ 449,1 milhões e prejuízo por ação de R$ 0,61.

O prejuízo líquido ajustado, excluído do Imposto de renda e contribuição social diferidos e também do impacto líquido, após imposto dos itens especiais que eventualmente tenham sido contabilizados, no período, foi de R$ 797,5 milhões e o prejuízo por ação ajustado ficou em R$ 1,08, no 3T20. Na comparação entre os trimestres, no 3T19, o prejuízo líquido ajustado foi de R$ 191,7 milhões e o prejuízo por ação ajustado foi de R$ 0,26. No 9M20, o Prejuízo líquido ajustado foi de R$ 2.302,1 milhões, comparado ao prejuízo líquido ajustado de R$ 479,1 milhões no 9M19. O prejuízo por ação ajustado foi de R$ 3,12 no 9M20, comparado ao prejuízo por ação ajustado de R$ 2,60 do 9M19.

Ativos e passivos monetários e análise de liquidez — A companhia encerrou o terceiro trimestre de 2020 com uma posição de dívida líquida de R$ 13.340,7 milhões, representando um crescimento em relação à dívida líquida de R$ 9.860,9 milhões ao final do 2T20, principalmente em função do Uso livre de caixa durante o 3T20, conforme explicado mais abaixo. Ao final do 3T20, a posição de liquidez da Companhia permaneceu sólida com R$ 12.320,3 milhões de Caixa total e de Investimentos financeiros. No final do trimestre, a companhia possuía um Total de financiamentos da ordem de R$ 25.661,0 milhões, apresentando crescimento em relação aos R$ 20.804,8 milhões do 2T20 devido à emissão no 3T20 de US$ 750 milhões em títulos com vencimento em 2028, como parte da estratégia de gestão de passivos da Empresa.

No terceiro trimestre de 2020, a Companhia apresentou um Caixa líquido usado pelas atividades operacionais ajustado (líquido de investimentos financeiros e ajustado pelos impactos não recorrentes no caixa) de R$ (2.797,0) milhões e um Uso livre de caixa ajustado de R$ (3.035,0) milhões. Na comparação com o 3T19, a Companhia apresentou um Caixa líquido usado pelas atividades operacionais ajustado de R$ (466,5) milhões e um Uso livre de caixa ajustado de R$ (984,4) milhões. Os principais fatores que explicam o menor fluxo de caixa livre no 3T20, em comparação ao mesmo período do ano anterior, foram o menor resultado líquido do período, além do investimento adicional em capital de giro (particularmente maiores estoques em função do número menor de entregas na Aviação Comercial decorrente dos impactos da pandemia da Covid-19). No 9M20, a Companhia apresentou um Uso livre de caixa ajustado de R$ (8.467,6) milhões, comparado ao Uso livre de caixa ajustado de R$ (3.476,7) milhões no 9M19, devido principalmente aos mesmos fatores elencados anteriormente.

As Adições líquidas ao imobilizado totalizaram R$ 83,8 milhões no 3T20 e R$ 278,8 milhões no 3T19. Desse total, no 3T20, o CAPEX representou R$ 51,0 milhões. As Adições ao intangível no 3T20 foram de R$ 154,2 milhões e estão relacionadas principalmente ao desenvolvimento do programa dos E-Jets E2, no segmento de Aviação Comercial. No trimestre, o Desenvolvimento (líquido da contribuição de parceiros) totalizou os mesmos R$ 154,2 milhões. A queda nos investimentos, na comparação entre os anos, demonstra a implementação pela Empresa, de ações de preservação de caixa durante a pandemia da Covid-19.

No final do terceiro trimestre de 2020, o endividamento da Empresa teve crescimento de R$ 4.856,2 milhões em relação ao final do 2T20 e totalizou R$ 25.661,0 milhões. A dívida de longo prazo totalizou R$ 22.968,3 milhões, enquanto a dívida de curto prazo foi de R$ 2.692,7 milhões. O aumento do endividamento total da Embraer é resultado da emissão de US$ 750 milhões em títulos com vencimento em 2028, dos quais US$ 250 milhões foram utilizados para o pré-pagamento de parte dos títulos em aberto da Companhia com vencimento em 2022 e 2023 (quitados US$ 167,4 milhões dos títulos de 2022 e US$ 77,9 milhões dos títulos de 2023). Esta foi uma conquista significativa na gestão de passivos da Embraer para estender seu perfil de vencimento da dívida, ao mesmo tempo em que adiciona liquidez adicional como uma segurança no contexto da pandemia da Covid-19. Considerando o perfil atual da dívida, o prazo médio de endividamento subiu de 3,8 anos para 4,5 anos. O custo da dívida em Dólar, ao final do 3T20 ficou em 5,00% a.a., pouco acima dos 4,89% a.a. do final de 2T20. Já o custo da dívida em Reais caiu para 0,80% a.a. em comparação ao 0,85% do final do 2T20.

A relação do Ebitda nos últimos 12 meses versus as despesas sobre os juros ficou estável em -1,3 no 3T20. Ao final do 3T20, 1,5% da dívida total eram denominadas em Reais.

A estratégia de alocação de caixa da Embraer continua sendo uma das principais ferramentas para a mitigação do risco cambial. Ajustando a alocação do caixa em ativos denominados em Reais ou Dólares norte-americanos, a Companhia busca neutralizar sua exposição cambial sobre as contas do balanço. Ao final do 3T20, o caixa alocado em ativos denominados em Dólar Norte-Americano era de 96%.

Complementando sua estratégia de mitigação dos riscos cambiais, a Companhia aderiu a alguns hedges financeiros para reduzir a exposição do seu fluxo de caixa.

Essa exposição ocorre pelo fato de que aproximadamente 10% da Receita líquida da Companhia é denominada em Reais e aproximadamente 20% dos seus custos totais também são denominados em Reais. Ter os custos denominados em Reais superiores às receitas gera tal exposição. Para 2020, cerca de metade da exposição em Real está protegida, caso o Dólar se desvalorize abaixo de R$ 3,80. Para taxas de câmbio acima deste nível, a Empresa se beneficiará até um limite médio de R$ 4,40 por Dólar. No final do 3T20, a Embraer havia implementado cerca de 60% de seu programa de hedge planejado para 2021, adotando zero cost collar hedges com piso médio de R$ 5,20 por Dólar e teto médio de R$ 6,17 por Dólar.

Ativos e Passivos Operacionais — Além dos motivos descritos a seguir, a variação cambial, na comparação entre o terceiro trimestre de 2o20 e o terceiro trimestre de 2019, foi um dos principais fatores de crescimento dos ativos e passivos operacionais na comparação entre os períodos. Conforme mencionado anteriormente, um dos fatores que contribuiu para o Uso livre de caixa no 3T20 foi o maior nível do capital de giro em função principalmente do baixo número de entregas decorrente dos impactos negativos causados pela pandemia da Covid-19 na indústria aeronáutica. Dessa forma, na comparação com o 2T20, os Estoques aumentaram R$ 1.133,8 milhões e ficaram em R$ 18.266,9 milhões ao final do 3T20. A expectativa da Companhia é de que os estoques caiam no último trimestre do ano, já que a Embraer pretende entregar mais aeronaves comerciais e executivas no período. O fluxo de caixa da Companhia foi negativamente impactado pelas Contas a receber de clientes e ativos de contrato que tiveram crescimento de R$ 289,1 milhões e encerraram o 3T20 em R$ 3.759,4 milhões, além da conta Fornecedores que encerrou o trimestre com uma queda de R$ 489,9 milhões, totalizando R$ 3.820,3 milhões. Além disso, a conta de Financiamento a clientes subiu R$ 571,8 milhões, encerrado o 3T20 em R$ 613,7 milhões, refletindo o financiamento de curto prazo concedido pela Embraer durante o trimestre que será em grande parte repassado a agentes financeiros agora no quarto trimestre do ano. O imobilizado subiu R$ 447,4 milhões para R$ 11.091,3 milhões no final do 3T20, enquanto o Intangível aumentou R$ 652,5 milhões para terminar o período em R$ 11.453,4 milhões.

Pedidos firmes em carteira — Considerando-se todas as entregas, bem como os pedidos firmes obtidos durante o período, a carteira de pedidos firmes (backlog) da Companhia fechou o trimestre em US$ 15,1 bilhões.

Receita por segmento — O segmento de Aviação Comercial representou 23,4% da receita consolidada no terceiro trimestre de 2020, contra 34,5% da receita no 3T19, uma vez que as receitas caíram 41% na comparação entre os trimestres, devido a menores entregas no período atual. A parcela da receita da Aviação Executiva caiu de 31,5% no 3T19 para 28,0% no 3T20, porém as receitas do segmento caíram 22% em função das menores entregas no 3T20 em comparação ao 3T19. A receita do segmento de Defesa & Segurança teve crescimento de 106% no 3T20 em relação ao 3T19, apresentando crescimento em várias plataformas, incluindo o KC-390 bem como o Super Tucano e sua parcela na receita total da Companhia aumentou de 8,6% no 3T19 para 20,4% no 3T20. A receita de Serviços & Suporte caiu 3% em relação ao ano anterior e representou 28,0% da receita consolidada no 3T20, comparado aos 25,2% no 3T19. É importante mencionar que as receitas de Serviços & Suporte aumentaram 11% em relação ao 2T20 devido à melhora gradual da atividade de voo de companhias aéreas comerciais. No 9M20, a Aviação Comercial representou 21,8% do total das receitas, a Aviação Executiva representou 26,0%, Defesa & Segurança foi de 18,0%, Serviços & Suporte representou 34,1% e Outros negócios ficou em 0,1%.

Aviação comercial — No terceiro trimestre de 2020, a Embraer entregou sete aeronaves comerciais: as entregas no segmento de aviação comercial ainda foram afetadas pelos impactos da Covid, com a Embraer entregando sete aeronaves no total durante o terceiro trimestre. Essas entregas incluíram um E175 para a Belavia, companhia aérea da Bielo-Rússia, e um E190 para a HOP!, a companhia aérea regional da Air France, e foram feitas por meio do parceiro de leasing NAC. As demais entregas consistiram em cinco unidades do E175 para a United Airlines, uma das maiores companhias aéreas do mundo e um importante cliente da Embraer. Essas entregas atestam a rápida recuperação dos mercados regionais nos Estados Unidos após o início da crise da Covid.

Dois Embraer E195 iniciaram operações no Vietnã com a Bamboo Airways, oferecendo o primeiro serviço a jato para Con Dao de Hanói, Vinh e Hai Phong. Os Embraer E195s se juntam à frota da Bamboo Airways em um contrato de arrendamento com tripulação com a Great Dane Airlines, com sede na Dinamarca, aumentando o número crescente de operadores de E-Jet na região da Ásia-Pacífico.

Aviação Executiva — As entregas da Aviação Executiva no 3T20 foram de 19 jatos leves e dois jatos grandes, totalizando 21 aeronaves.

No terceiro trimestre de 2020, a Embraer anunciou o Phenom 300MED, solução de transporte aeromédico (MEDEVAC) exclusiva para aeronaves da série Phenom 300, disponível também para modificações de jatos em operação, por meio de uma parceria com a umlaut e a Aerolite. A Embraer e a umlaut estão desenvolvendo e certificando em conjunto um novo certificado suplementar de tipo (CTS) utilizando equipamentos aeromédicos da Aerolite. Projetada como uma solução ideal tanto para aplicações civis quanto governamentais, a solução Phenom 300MED será instalada de forma exclusiva pela premiada rede de Centros de Serviços próprios da Embraer, garantindo a mais alta qualidade, confiabilidade e experiência de serviço diretamente do fabricante.

Ainda durante o terceiro trimestre de 2020, a Embraer entregou o primeiro Phenom 300E com o novo interior Bossa Nova para Joe Howley, Cofundador do Patient Airlift Services (PALS). A aeronave será usada para promover a missão da organização de prover transporte gratuito para pessoas que precisam de diagnósticos médicos, tratamento ou acompanhamento e que não podem pagar esse custo ou que estão impossibilitadas de voar em voos comerciais.

Ainda no terceiro trimestre de 2020, a Embraer anunciou a entrega de um Phenom 100EV e um Phenom 300E para dois clientes brasileiros, separadamente, alcançando a marca de 250 de jatos executivos entregues pela Companhia na América Latina.

A Embraer anunciou que o Sistema de Orientação por Visão Sintética, do inglês Synthetic Vision Guidance System (SVGS), - para os jatos executivos de porte médio Praetor 500 e supermédio Praetor 600 - recebeu a certificação da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e da Federal Aviation Administration (FAA), respectivamente autoridades de aviação civil do Brasil e dos Estados Unidos. A Embraer é o primeiro fabricante aeronáutico a receber a aprovação da certificação SVGS. O sistema permite que os pilotos operem a aeronave até uma altura de decisão de 150 pés (SA-CAT I), ao contrário da altura de decisão normal de 200 pés, aumentando a eficiência operacional e permitindo o pouso durante condições climáticas adversas.

Defesa & Segurança — Durante o terceiro trimestre de 2020, diversas aeronaves encontravam-se na linha de produção do C-390 Millennium, incluindo cinco unidades destinadas à Força Aérea Brasileira (FAB) e uma destinada à Força Aérea Portuguesa. A Embraer prevê entregar mais uma aeronave à FAB até o final de 2020.

As três aeronaves C-390 Millennium já entregues à Força Aérea Brasileira continuam a ser usadas no transporte aero logístico, desempenhando papel importante no combate à pandemia do corona-vírus no Brasil.

A Embraer segue com o desenvolvimento dos sistemas de missão militares do C-390 Millennium, através de ensaios em laboratório e nas aeronaves protótipo. O desenvolvimento da versão do C-390 Millennium, destinada a Portugal, também mostrou avanço significativo no período, com as equipes trabalhando com o objetivo de concluir a Revisão Crítica do Projeto até o final de 2020.

Em relação ao A-29 Super Tucano, mais duas aeronaves da Força Aérea da Nigéria foram entregues à Sierra Nevada Corporation, juntamente com estações de Planejamento e Debriefing. Ademais, foram entregues dois A-29 Super Tucano para Força Aérea do Chile, referentes ao terceiro lote da frota.

A Embraer realizou em setembro o primeiro voo da aeronave AF-1C (segunda aeronave Bi posto do projeto), pertencente ao Programa de Modernização das aeronaves AF-1/1A, da Marinha do Brasil, fechando o processo produtivo e o começo dos ensaios de vibração previstos para outubro. Etapas importantes avançaram no programa de modernização da aeronave E-99, com a finalização da pintura da 1ª aeronave e o início dos treinamentos ao cliente, que acontecem em Anápolis na aeronave modernizada. A Embraer entregou a 9ª aeronave A-1M modernizada para a Força Aérea Brasileira (FAB) durante o 3T20. Os aviões estão em uso no esquadrão do ALA4 no sul do Brasil.

O primeiro avião Gripen E chegou na Embraer, em Gavião Peixoto-SP Brasil, no 3T20, onde a Embraer, em conjunto com a Saab, iniciará uma extensiva campanha de ensaios a partir do quarto trimestre de 2020.

Em relação ao Programa Classe Tamandaré, o contrato com a Marinha do Brasil foi considerado efetivo após a realização e aprovação pela Marinha do Brasil no primeiro evento de revisão dos requisitos de sistema do navio. O evento de revisão do projeto preliminar do navio é previsto para primeiro trimestre de 2021.

O Software Arrival Manager (AMAN), que é um relevante elemento do sistema de controle de tráfego aéreo brasileiro, foi atualizado pela Atech em Brasília para refletir as últimas mudanças na circulação do espaço aéreo nacional. Em relação ao nanossatélite VCUB1, a Visiona firmou Acordo de Cooperação Técnica com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) visando avaliação das imagens geradas e desenvolvimento de aplicações. Além disso, foi concluída a companha de teste de vibração do VCUB1.

Serviços & Suporte — A equipe de Serviços e Suporte trabalha junto aos clientes para garantir a máxima eficácia na manutenção da frota de 4.700 aeronaves em operação. Nossas instalações ao redor do mundo mantiveram-se totalmente operacionais durante o trimestre. Embora ainda seja possível sentir os impactos da crise do Covid em nossos negócios, principalmente na aviação comercial, é possível identificar que a atividade de voos na aviação executiva continua apresentando forte recuperação, com retorno aos níveis pré-Covid devido às viagens de férias de verão, reabertura das fronteiras e diminuição das restrições impostas por muitos países. Além disso, ao longo do trimestre, as vendas de peças de reposição têm aumentado gradativamente, confirmando que os clientes estão retomando suas operações.

Na Aviação Comercial, contamos com quatro contratos principais com a Delta Airlines, Envoy e CommutAir para serviços de manutenção pesada, que serão realizados no centro de serviço próprio - Embraer Aircraft Maintenance Services - EAMS em Nashville, EUA. Além disso, efetuamos a venda de dois pacotes de peças sobressalentes de Provisão Inicial E2 com Air Peace e KLM CityHopper, um Pacote ECIP (Embraer Collaborative Inventory Planning) com CommutAir e um desenvolvimento de Filtro HEPA para a Frota de ERJs da United Express.

Além disso, concluímos o Treinamento Prático de Manutenção do E2 para KLM e Binter, Treinamento de Familiarização em Manutenção E2 para KLM e Treinamento de Tripulação de Voo para Air Peace. Myanmar e Air Link receberam treinamento de manutenção para E1. Conectados remotamente, os instrutores da Embraer ministraram aulas online para nossos clientes durante a pandemia, garantindo a entrada em operação das nossas aeronaves em diferentes mercados.

Na Aviação Executiva, a receita de contratos de serviços especiais (EEC) refletiu a recuperação da atividade de voos de clientes executivos. A empresa continua a se concentrar em ganhos de participação de mercado em seus negócios de serviços por meio de incentivos voltados para os clientes que recebem suas aeronaves. A Embraer garantiu o primeiro lugar na Pesquisa de Suporte ao Produto 2020 da Revista Pro Pilot, sendo a número 1 em todas as categorias da pesquisa. Os serviços relacionados a Defesa & Segurança contaram com a participação de importantes contratos como o de peças de reposição para a Força Aérea Brasileira apoiar sua frota de T-27, EMB110 - Bandeirantes e EMB120 – Brasília, além de vendas significativas de peças para Sierra Nevada e clientes Norte-Americanos. Além disso, fornecemos treinamento para manutenção do KC-390 para FAB e continuamos com o compromisso de fornecer dispositivos de treinamento contratados e sistemas de aprendizagem, como a entrega de CBT da Força Aérea do Líbano para SNC e a entrega da Fase 1 de CBT da Força Aérea da Nigéria para SNC.

Definimos Fluxo de caixa livre como fluxo de caixa operacional menos Adições ao imobilizado, Adições ao intangível, Investimentos financeiros e Outros ativos. O fluxo de caixa livre não é uma medida contábil no IFRS. Ele é apresentado porque é utilizado internamente como uma medida para avaliar certos aspectos do nosso negócio. A Companhia também acredita que alguns investidores o consideram uma ferramenta útil para medir a posição de caixa da Embraer. O Fluxo de caixa livre não deve ser considerado como uma medida de liquidez da Companhia ou como uma medida de seu Fluxo de caixa como reportado em IFRS.

Além disso, o Fluxo de caixa livre não deve ser interpretado como uma medida do Fluxo de caixa residual disponível para a companhia para gastos discricionários, uma vez que a Companhia pode ter exigências obrigatórias de serviço da dívida ou outras despesas não discricionárias que não são deduzidas desta medida. Outras empresas do setor podem calcular o Fluxo de caixa livre de maneira diferente da Embraer para fins de divulgação de resultados, limitando assim sua utilidade para comparar a Embraer com outras empresas do setor.

O Ebitda LTM representa o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização acumulado ao longo dos últimos 12 meses. Não é uma medida financeira do desempenho financeiro da Companhia em IFRS. O Ebit conforme mencionado neste material de divulgação refere-se ao lucro antes de juros e impostos e, para fins de relatório, é o mesmo que o informado na demonstração de resultados como lucro operacional antes da receita financeira.

O Ebit e o Ebitda são apresentados porque são utilizados internamente como medidas para avaliar certos aspectos do negócio. A Empresa também acredita que alguns investidores os consideram ferramentas úteis para medir o desempenho financeiro de uma empresa. O Ebit e o Ebitda não devem ser considerados como alternativas para, isoladamente ou como substitutos da análise da condição financeira da Companhia ou dos resultados das operações, conforme divulgado no IFRS. Outras empresas do setor podem calcular o Ebit e o Ebitda de maneira diferente da Embraer para fins de divulgação de resultados, limitando a utilidade do Ebit e do Ebitda como medidas comparativas.

O Ebit ajustado e o Ebitda ajustado são medidas não-GAAP e ambos excluem o impacto de vários itens não recorrentes, conforme descrito nas tabelas abaixo.

O lucro líquido ajustado é uma medida não-GAAP, calculada pela adição do lucro líquido atribuído aos acionistas da Embraer mais imposto de renda diferido e contribuição social do período, bem como pela remoção do impacto de itens não recorrentes. Além disso, para fins de cálculo dos benefícios (despesa) do Imposto de Renda da Embraer, a Companhia é obrigada a registrar impostos resultantes de ganhos ou perdas devido ao impacto das variações do Real sobre o Dólar norte-americano sobre ativos não monetários (principalmente Estoque, Intangível e Imobilizado). É importante observar que os impostos resultantes de ganhos ou perdas sobre ativos não monetários são considerados impostos diferidos e são contabilizados na demonstração consolidada do Fluxo de caixa da Companhia, sob imposto de renda e contribuição social diferidos.

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