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13/11/2020 - 09:38

BNDES atinge lucro liquido de R$ 8,73 bilhões no 3T20


Negociação de ações contribuiu para resultado positivo no período. Venda de participações resultou em ganho líquido de R$ 4,4 bilhões no trimestre. Ações de combate à Covid-19 já somam R$ 136,6 bilhões, beneficiando empresas que empregam 8,8 milhões de pessoas.

No trimestre, ocorreram leilões de saneamento em Maceió e Cariacica e de iluminação em Macapá.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro contábil de R$ 8,73 bilhões no terceiro trimestre deste ano, o que elevou o lucro acumulado de janeiro a setembro para R$ 13,7 bilhões. O relatório com os resultados financeiros da instituição no período foi apresentado no dia 12 de novembro (quinta-feira).

O desempenho positivo foi influenciado pela negociação de participações societárias, que resultaram em ganho líquido de R$ 4,4 bilhões. Somente a alienação de ações da Vale gerou lucro de R$ 4 bilhões. Também contribuíram para os resultados a equivalência patrimonial de empresas coligadas, no total de R$ 1,2 bilhão, e a receita com dividendos e juros sobre capital próprio, que somou R$ 938 milhões.

O patrimônio líquido do BNDES manteve-se, e a instituição fechou o terceiro trimestre em R$ 104,5 bilhões. — Foi um trimestre em que o BNDES performou bem. O banco atuou de forma efetiva e contracíclica, apoiando as pequenas e médias empresas — afirmou o presidente da instituição, Gustavo Montezano.

A venda de ações da Vale ocorreu dentro de um programa que o BNDES vem implementando desde o ano passado. O desinvestimento em participações societárias visa reforçar o caixa para investimentos e reduzir a exposição aos riscos do mercado, explicou a instituição. No primeiro trimestre, também foram negociados R$ 7,6 bilhões em ações da Petrobras. Já no mês passado, a alienação integral dos papeis da Suzano em posse do banco movimentou R$ 6,9 bilhões, valor que terá impacto no balanço do quarto trimestre.

— Até o momento, temos um total de R$ 40,7 bilhões de contribuição dessas operações, com a venda através de diferentes modalidades. Fizemos oferta pública, venda em bloco e operação de M&A [fusões e aquisições] — informou a diretora de Finanças do BNDES, Bianca Nasser. O BNDES ainda tem mais de R$ 50 bilhões em papeis de empresas listadas na Bolsa de Valores, sendo a maioria da Petrobras e da Vale.

A captação de R$ 1 bilhão com a emissão de Letras Financeiras Verdes (LFV) também contribuirá para os resultados do último trimestre do ano. Segundo o BNDES, os recursos levantados com esses papeis vão financiar projetos de geração de energia eólica ou solar que promovam impacto positivo para a sociedade.

Comparações — O BNDES também teve melhora no resultado recorrente, que exclui a volatilidade trazida pela carteira de renda variável e pelos ajustes na provisão para risco de crédito. O período de julho a setembro registrou R$ 2,43 bilhões, 84% acima do valor de R$ 1,32 bilhão do segundo trimestre de 2020 e 5% inferior aos R$ 2,55 bilhões do terceiro trimestre do ano passado.

Em 2019, no acumulado entre janeiro e setembro, o BNDES teve lucro de R$ 16,5 bilhões. Dessa forma, na comparação com o mesmo período do ano passado, o desempenho da instituição de janeiro a setembro registra queda de 16,9%.

Também hoje foram apresentados os dados referentes ao Plano de Estímulo à Aposentadoria (PEA) no BNDES. Implantado no segundo semestre deste ano, o plano teve adesão de 137 empregados, o que significa redução de 5,2% no quadro de pessoal e queda de 6,8% na folha de pagamentos. Estima-se que a economia anual será de aproximadamente R$ 100 milhões.

Ações emergenciais — A instituição divulgou ainda o resultado das ações emergenciais realizadas neste ano em decorrência da pandemia de Covid-19. Segundo o BNDES, as medidas somaram R$ 136,6 bilhões e envolveram o apoio a 267 mil empresas, que empregam cerca de 8,8 milhões de pessoas.

As iniciativas buscaram preservar atividades econômicas importantes e viabilizar investimentos no setor de saúde. Uma dessas ações foi o Programa Emergencial de Acesso a Crédito, lançado em conjunto com o Ministério da Economia. Foram oferecidas garantias a operações de crédito para 96 mil pequenas e médias empresas, totalizando R$ 81 bilhões de financiamentos contratados até 09 de novembro.

— Essa linha é uma grande inovação no mercado financeiro brasileiro. Ela atua como uma espécie de seguro para as empresas e fornece garantias para que os bancos possam efetivar seus empréstimos— afirmou Montezano. Dados do BNDES mostram que o crédito às micro, pequenas e médias empresas aumentou 20% de junho a setembro.

Ativos — O ativo do Sistema BNDES totalizou R$ 764,4 bilhões em 30 de setembro de 2020, apresentando aumento de R$ 36,2 bilhões (5,0%) nos primeiros nove meses do ano. O incremento resultou, principalmente, do ingresso de recursos do Tesouro Nacional (R$ 22 bilhões no total, sendo R$ 4,8 bilhões já aplicados), no âmbito do Programa Emergencial de Suporte a Empregos (PESE) e do Programa Emergencial de Acesso a Crédito (PEAC), além da apropriação de variação cambial e juros da carteira de crédito e repasses, de R$ 39 bilhões. Esses fatores foram atenuados pela transferência da totalidade do saldo de R$ 20,7 bilhões do Fundo PIS/PASEP para o FGTS no segundo trimestre, o que viabilizou saques emergenciais dos trabalhadores, e pela desvalorização da carteira de empresas não coligadas em R$ 11,5 bilhões.

A carteira de crédito e repasses, líquida de provisão, totalizou R$ 452,3 bilhões ao fim do terceiro trimestre, representando 59,2% dos ativos totais em 30 de setembro de 2020, o que implica um acréscimo de 2,4% em relação ao saldo de 31 de dezembro de 2019.

A inadimplência acima de 90 dias reduziu de 0,84% em 31 de dezembro de 2019 (desconsideradas as operações com honra da União) para 0,18% em 30 de setembro de 2020, retornando ao patamar de 2015 e mantendo-se bem abaixo da inadimplência média do Sistema Financeiro Nacional (2,43% em 30 de setembro de 2020). O índice de renegociação atingiu 47,36% em 30 de setembro de 2020, fortemente impactado pela suspensão temporária de pagamentos de operações contratadas junto ao BNDES (standstill) criado por conta da pandemia no segundo trimestre.

A carteira de participações societárias em coligadas e não coligadas totalizou R$ 71,2 bilhões em 30 de setembro. A posição representa queda de 37,8% nos nove meses, em função da desvalorização dos investimentos em não coligadas (R$ 11,5 bilhões), destacando Petrobras e Eletrobras, e da venda de ações (R$ 33,8 bilhões), notadamente Petrobras e Vale. Os desinvestimentos realizados ao longo do terceiro trimestre somaram um resultado bruto de R$ 7 bilhões (R$ 4,4 bilhões líquidos).

— Algumas iniciativas de outubro e novembro terão impacto nos balanços futuros do Banco, principalmente a venda integral pela BNDESPar de R$ 6,9 bilhões em ações ordinárias da Suzano, a captação de R$ 1 bilhão pela emissão de Letra Financeira Verde (LFV), a prorrogação do standstill e a devolução ao Tesouro de R$ 6,1 bilhões de recursos não aplicados do PESE — ressalta. | ABr

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