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17/11/2020 - 07:50

CFOs focam em resultados, busca por crescimento

E eficiência para lidar com as incertezas da pandemia, diz Deloitte. Líderes de finanças focam em resultados, busca por crescimento e eficiência para lidar com as incertezas da pandemia. Tecnologias emergentes e diversidade de talentos apoiam a gestão financeira em resposta à crise, aponta estudo da Deloitte.

A maior parcela dos executivos pesquisados está focada em melhorar a lucratividade, crescer e ganhar eficiência operacional; como principais desafios a essas metas estão a recessão econômica, as alterações da política tributária e a volatilidade da taxa cambial. Em resposta à pandemia e aos novos hábitos que o mundo está vivenciando, os executivos entendem que aumentar o nível de automação da empresa e realizar atividades financeiras de forma remota serão as grandes mudanças para o pós-crise, sendo que o CFO tem um papel ativo de liderança na transformação digital. Devido às novas mudanças relacionadas à economia digital, 69% das empresas possuem a figura de um business partner, um profissional com a visão financeira e de negócio, capaz de processar dados e prover insights que suportem o processo de tomada de decisão, principalmente, em um contexto tão dinâmico e competitivo em que assertividade e velocidade podem mudar o patamar de atuação das organizações. Para ser um bom business partner, é necessário dados e capacidade de análise viabilizadas pela digitalização. Por outro lado, apenas 33% das empresas possuem diversidade de talentos para realizar a mudança de mindset e as transformações necessárias.

Com o intuito de mapear a visão dos líderes de finanças em relação a tópicos como carreira, perspectivas de negócios, tecnologia e contexto econômico, a Deloitte, maior organização de serviços profissionais do mundo, lança mais uma edição de sua pesquisa CFO Survey. O levantamento, realizado em setembro de 2020, contou com a participação de 132 entrevistados - dos quais 76% são CFOs (Chief Financial Officer) - de nove indústrias diferentes nas cinco regiões brasileiras.

A pesquisa CFO Survey revela que a maioria dos executivos está focada em expandir, nos próximos 12 meses, a lucratividade (63%), o crescimento (55%) e a busca pela eficiência operacional (43%). Foram apontados como foco de atuação do próximo ano, ainda: financiamento e liquidez (36%), planejamento e análise financeira (30%), estratégia corporativa (30%), inovação do negócio (29%), novas tecnologias em finanças (28%), governança corporativa e compliance (24%), operações financeiras (17%), captação de recursos por meio de IPO (12%) e investimento em cyberscutiry (8%).

Para alcançar os resultados desejados, no entanto, os executivos participantes sabem que têm muitos desafios a serem enfrentados. Entre os principais, foram mencionados recessão econômica, em primeiro lugar, e alteração na política tributária em segundo. Os fatores citados na sequência foram a volatilidade da taxa cambial, efeitos da pandemia e incertezas jurídica, regulatória e política.

— O estudo é extremamente relevante para o mercado, pois traz uma visão ampla de executivos financeiros de grandes companhias sobre os desafios a serem superados, os impactos e o legado que a pandemia está deixando para a economia e as perspectivas de recuperação no Brasil. As transformações pelas quais as empresas têm passado e a complexidade das finanças também são partes fundamentais desta pesquisa. A área financeira tem um papel ativo no processo de tomada de decisões e isto é um diferencial competitivo em um ambiente dinâmico e incerto como vivenciamos — destaca Renata Muramoto, sócia líder do CFO Program da Deloitte no Brasil.

Preocupação com transformação digital nos negócios está no radar dos CFOs — As mudanças nos negócios impulsionadas pela transformação digital é uma preocupação que está no radar dos executivos financeiros. A maioria dos entrevistados tem adotado uma postura cada vez mais proativa quando o assunto é trazer tecnologias que alavanquem a área financeira. O armazenamento em cloud já é amplamente utilizado por 43% das empresas participantes; outros 37% dizem já utilizar, mas ainda em poucas áreas. Já as tecnologias de visualização são amplamente utilizadas por 44% das organizações, enquanto 48% as utilizam em poucos setores. Quando o assunto é inteligência artificial, 46% afirmam que não há previsão de uso nas empresas. Em relação ao blockchain esse número salta para 66%.

Apesar do tema transformação digital estar em alta, planilhas do Excel ainda são muitos utilizadas pelas empresas participantes da pesquisa para: conciliação bancária (79%), consolidação e fechamento (70%), reconciliação de contas (59%), dashboards e KPIs (56%), gerenciamento de tesouraria (52%), orçamento, simulação e forecast (50%) e portal de fornecedores e clientes (19%). Os setores de consumo & varejo e financeiro são os que mais investem em automações de acordo com o levantamento. Entre os respondentes, 68% investem entre 0% a 5% da receita líquida em tecnologia; 19% investem de 6% a 10%; enquanto 5% investem de 11% a 15%. O total dos que destinam mais de 15% da receita em tecnologia é de 8% dos entrevistados. Segundo o levantamento da Deloitte, os segmentos que investem menos em tecnologia são manufatura e serviços.

Devido às novas mudanças relacionadas à economia digital, 69% das empresas possuem a figura de um business partner, um profissional com a visão financeira e de negócio, capaz de processar dados e prover insights que suportem o processo de tomada de decisão, principalmente, em um contexto tão dinâmico e competitivo em que assertividade e velocidade podem mudar o patamar de atuação das organizações. Para ser um bom business partner, é necessário dados e capacidade de análise viabilizadas pela digitalização. Por outro lado, apenas 33% das empresas possuem diversidade de talentos para realizar a mudança de mindset e as transformações necessárias.

Em resposta à pandemia e aos novos hábitos que o mundo está vivenciando, os executivos entendem que aumentar o nível de automação da empresa e realizar atividades financeiras de forma remota serão as grandes mudanças para o pós-crise. Ao comparar a operação da empresa com o momento anterior à crise, 59% afirmam que há maior nível de automação da empresa em geral. Outros 59% dizem que há a execução remota de grande parte dos processos financeiros. Os entrevistados apontaram, em respostas múltiplas, também: core business mais automatizado (52%), impacto substancial do câmbio nos negócios (43%), principais sistemas baseados em cloud (39%), menores investimentos em real state (22%), grande crise de liquidez e crédito para financiar operações (11%), maior uso de serviços de suporte financeiro de terceirizados (10%), e menor utilização de suprimentos internacionais (5%).

Complexidade das finanças empresariais é maior nas grandes corporações — O estudo da Deloitte conclui que, ao se analisar os detalhes das finanças empresariais, a complexidade de gestão é maior nas maiores organizações. As empresas com receita líquida de até R? 300 milhões por ano têm, em média, seis contas bancárias ativas, 73 centros de custos e 340 fornecedores cadastrados. Quando a análise é sobre companhias cujo faturamento é entre R? 300 milhões e R? 500 milhões, as médias sobem para oito contas bancárias ativas, 139 centros de custos e 623 fornecedores cadastrados. As organizações com receita líquida superior a R? 1 bilhão no ano têm, em média, dez contas bancárias, 280 centros de custo e 835 fornecedores.

A quantidade média de reportes é diretamente proporcional ao tamanho da receita das empresas: as que faturam mais de R? 1 bilhão geram em média 15 reportes mensais. Enquanto as companhias com receita abaixo de R? 300 milhões geram oito reportes mensais. Empresas que utilizam amplamente o Dashboard geram em média 13 reportes mensais. Enquanto aquelas que utilizam de forma restrita geram em média 10 reportes mensais. O grande desafio está na qualidade das informações e principalmente nas respostas que as análises endereçam, muito mais do que a quantidade de dados gerados.

Já o tempo médio de execução de fechamentos e elaboração do orçamento não está diretamente relacionando ao porte da empresa, mas sim ao uso eficiente de ferramentas e tecnologias integradas. O fechamento gerencial demora cinco dias úteis em empresas com receita abaixo de R? 300 milhões e seis dias úteis nas organizações com receita acima de R? 1 bilhão. A elaboração do orçamento nas empresas cuja receita é menor que R? 300 milhões leva 35 dias úteis, enquanto nas companhias com mais de R? 1 bilhão o tempo sobe para 50 dias úteis. Já o fechamento contábil estatutário demora oito dias úteis (+ de R? 300 milhões) e sete dias úteis (+ de R? 1 bilhão). De acordo com o levantamento, 40% das empresas com receita abaixo de R? 300 milhões executam o forecast mensalmente, enquanto 65% das empresas com receita acima de R? 1 bilhão executam mensalmente.

A pesquisa mostra que, de modo geral, as empresas têm cumprido os prazos médios de pagamento; no entanto, o prazo de recebimento e gestão de estoques continuam sendo desafios para grande parte dos respondentes. Dos entrevistados, 86% cumprem a meta de pagamento, 70% cumprem a de recebimento e 56% cumprem a meta de giro de estoque.

Impactos da Covid-19 na gestão financeira — Os impactos da pandemia de Covid-19 nos negócios dos mais diversos setores da economia ainda são, de certo modo, uma incógnita. A dúvida que assola empresas e sociedade é por quanto tempo ainda haverá crise e qual será a dimensão exata de seus danos. O estudo aponta que, devido à pandemia, as condições atuais do cenário econômico do Brasil estão piores para a maioria dos entrevistados (60%). Destes, 100% apontam que as condições são piores especificamente para o setor de Turismo & Hotelaria, e 75% para Consumo & Varejo. Para 31% dos respondentes, as condições do atual cenário econômico estão iguais ao período pré-pandemia; 9% acreditam que estão melhores. Em relação à expectativa da recuperação econômica, a maioria (38%) acredita que ela deve acontecer em até seis meses. Já para 23%, ela deve vir em até três meses. Outros 23%, no entanto, acreditam em uma recuperação econômica em até um ano, enquanto 16% entendem que a economia vai levar mais de um ano para se recuperar.

Metodologia do estudo — O estudo CFO Survey foi conduzido pela Deloitte por meio de seu programa de relacionamento e eminência com líderes de finança - o CFO Program. Participaram da pesquisa 132 executivos, de 9 indústrias diferentes, nas cinco regiões do Brasil. Das empresas participantes, 51% são companhias privadas de origem nacional; 30% das organizações têm faturamento acima de R? 1 bilhão e 22% possuem mais de 2 mil colaboradores. Dos respondentes, 76% são CFOs, 10% são controllers, 5% são VPs financeiros, 3% CEOs, 3% superintendentes financeiros e 3% gerentes financeiros. | www.deloitte.com.br .

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