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12/12/2020 - 09:10

Setor de rochas ornamentais espera 2021 com otimismo


O elevadíssimo grau de incertezas com que todos tiveram de lidar neste ano que se aproxima de seu encerramento exigiu o uso intensivo dos melhores recursos disponíveis para o enfrentamento de velhos e novos problemas.

Compatibilizar a manutenção de atividades econômicas produtivas com as necessárias medidas de segurança sanitária se pôs como um imperativo a todos.

Neste 2020 a centralidade das atenções esteve sobre os setores de pesquisa em saúde – com destaque aos esforços para desenvolvimento de vacinas contra o SARS-Cov-2 – e das TI’s, com novos desenvolvimentos nas plataformas de streaming e de diversos aplicativos possibilitando que um número incontável de atividades se realizasse de forma remota.

Entre os setores que servem como parâmetros da atividade econômica nacional merece destaque o desempenho da construção civil, responsável por milhões de empregos diretos e indiretos e que, após enfrentar acentuada queda no primeiro semestre do ano, quando teve seus canteiros de obras paralisados nos meses mais críticos da pandemia, conseguiu entrar no segundo semestre em movimento de recuperação em “V” contribuindo para atenuar os números gerais de queda do PIB nacional, uma vez que o setor representa 7% da economia nacional.

Integrante da extensa cadeia da construção civil, o setor de rochas ornamentais caminha para o encerramento do ano com números muito próximos aos de 2019. Com forte vocação exportadora o setor engajou todos os seus recursos técnicos e humanos visando o aproveitamento de oportunidades e a manutenção de contratos com clientes e fornecedores do mercado externo, fortalecendo princípios de profissionalismo e confiabilidade do setor.

A interação das entidades do setor de rochas ornamentais a nível estadual e nacional também revelou a maturidade do setor e contribuiu para que trocas de experiências e soluções ocorressem entre seus diversos players, sendo um exemplo disto as várias edições do Stone Summit promovido pelo Centrorochas e Sindirochas do Espírito Santo, principal estado produtor e exportador do setor, reunindo centenas de profissionais em eventos digitais de alta qualidade.

Merece também menção a crescente incorporação de ferramentas digitais como o BI (Business Inteligence) no apoio à gestão e formulação de estratégias de empresas do setor. A qualificada leitura das informações que os dados carregam, associada aos fluxos de processos de negócios constituem-se em poderosa ferramenta de planejamento e gestão.

Vivemos um tempo em que os dados se tornaram um valioso capital e que vem se afirmando no mundo todo como a nova vantagem competitiva.

Nas tabelas abaixo encontram-se dados demonstrativos do desempenho do setor no comércio exterior comparativamente ao ano anterior, e sinalizam também o potencial que, a abertura de cada um desses macrodados acompanhada da formulação das perguntas certas e de pesquisas de outras fontes, podem orientar planos de ações e estratégias para a expansão e qualificação da participação internacional do setor.

. Exportações:

Diversificação de mercados de destino e aumento do valor agregado de produtos exportados, redução de custos logísticos e financeiros, ampliação e desenvolvimento de relacionamentos (networking) diretos com instaladores, empreiteiras comerciais e residenciais e especificadores (consultor técnico) tem sido alguns dos pontos destacados por analistas e consultores do setor como focos para ações visando melhorar posicionamento e eficiência de empresas brasileiras no mercado externo.

Com o aumento dos casos de internacionalização de empresas brasileiras do setor, a análise cuidadosa do melhor modo de entrada e operação em cada mercado, considerando desde a exportação indireta ou direta, joint ventures, até as formas de investimento direto, com plantas próprias ou escritórios de representação comercial (showrooms) a identificação do modo tem a função de qualificar as decisões e reduzir riscos, considerando os graus de comprometimento de recursos e de controle proporcionais a cada modo.

Se no hemisfério americano os Estados Unidos é esse mercado que, pelo seu extraordinário potencial e singulares características catalisou os esforços de empresários brasileiros e tem gerado bons resultados, na Europa a Itália e a Espanha tem sido os principais destinos de investimentos e esforços dos empreendedores brasileiros do setor.

A Itália, considerada um hub de distribuição de placas para todo o continente europeu e que figura entre os três principais destinos das exportações brasileiras e também origem das importações, apesar do ambiente de instabilidade econômica e política que se instalou no país desde a crise financeira mundial de 2008-9 parece guardar oportunidades ainda não exploradas. O intercâmbio cultural e de negócios entre Brasil e Itália é significativo e pode ser ampliado. Plano de ações orientado por inteligência de negócios engajando profissionais com atitude empreendedora, habilidades técnicas e de soft skills, visão internacional e espírito de liderança pode alcançar resultados surpreendentes.

Oriente Médio e África são regiões das quais não há ainda países entre os dez principais destinos de exportações de rochas ornamentais do Brasil, mas, pontualmente há boas oportunidades que, vencidas barreiras burocráticas e de segurança para negócios, podem vir a adensar os fluxos comerciais do setor.

Se as dificuldades do atípico ano de 2020 não impediram os bons resultados do setor, o ano de 2021 poderá ter ainda melhores realizações e para isso exigirá a combinação e reforço dos melhores recursos técnicos e humanos do setor.

. Por: Arnaldo Francisco Cardoso, professor das áreas de Economia e Negócios Internacionais e pesquisador da Universidade Presbiteriana Mackenzie. E-mail [email protected]

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