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18/12/2020 - 07:44

55,5% das indústrias não encontram insumos, diz FGV IBRE

Escassez no mercado interno é o principal motivo, segundo pesquisa. Estudo mostrou que os segmentos farmacêutico (62,5%) e de alimentos (51,9%) foram os mais atingidos com a falta de embalagens.

Pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) apontou que 39% das empresas brasileiras estão com dificuldades de encontrar matérias-primas. Para 72,6% das consultadas, o principal motivo para o problema é a escassez do produto no mercado interno. O estudo, feito a partir de perguntas especiais das Sondagens do FGV IBRE, mostrou ainda que na indústria, setor mais afetado, 30,3% citam a escassez de embalagens.

A falta de matéria-prima no mercado interno foi provocada por uma soma de fatores que afetou toda a cadeia produtiva: aumentos dos preços internacionais de matérias-primas; desvalorização cambial e aumento do volume de exportações. Além disso, durante o período mais crítico das medidas restritivas associadas à pandemia de covid-19, em março e abril, muitas indústrias fecharam ou reduziram sua produção por projetarem menor consumo interno à frente, afetando seu poder de reação no momento da retomada.

Entre as categorias de uso com maior dificuldade estão as de consumo de duráveis e não duráveis, como os segmentos de têxtil, vestuário, produtos de plástico, petróleo e biocombustíveis, produtos de metal e veículos automotores. Alguns segmentos quase não foram afetados, como o farmacêutico e o de alimentos.

Comércio e construção também foram prejudicados pela falta de matéria-prima. Com mais tempo em casa, o brasileiro mudou seu comportamento de consumo ao trocar bares, restaurantes, cinemas e outros serviços, que ficaram fechados, por reformas em casa e o consumo de bens para o lar. Os segmentos de material de construção e veículos foram os que mais sofreram, incluindo motos e peças.

— Favorecida pela injeção de recursos dos programas emergenciais e pela captura de parte dos gastos anteriormente destinados a algumas das atividades do setor de Serviços, a Indústria de Transformação registrou um crescimento acelerado nos últimos meses, levando a gargalos no fornecimento de insumos e à pressão nos preços, que foi intensificada pela forte desvalorização cambial no período. Daqui para a frente, o prolongamento das dificuldades em setores estratégicos da economia diante do surgimento de uma segunda onda da pandemia contribui para que empresas e consumidores busquem reduzir sua exposição ao risco. No caso das empresas, mediante a redução de investimentos e contratações. Do lado das famílias, reduzindo consumo de bens não essenciais e serviços que tragam um risco maior de contaminação.

Embalagens em falta — Cerca de 30,3% da indústria brasileira aponta dificuldade em obter embalagens - esse percentual chega a 62,5% no segmento farmacêutico e 51,9% no de alimentos. Aço (17,5%) e plástico (11,4%) são outros insumos em falta: 38% do segmento de produtos de plástico sofrem com a carência de matéria-prima. Este ano, devido à pandemia, o Brasil registou 49% de aumento da demanda por embalagens.

Falta de insumos afeta preços — O efeito colateral do aumento da demanda somado à oferta menor de embalagens é o avanço dos preços ao produtor nos 12 meses terminados em novembro. Segundo o índice de Preços ao Produtor da FGV (IPA), latas de alumínio (23,4%), sacos plásticos para embalagem (27,3%) e embalagens de plástico para alimentos (33,3%), são alguns exemplos. As bobinas e chapas de aço, com alta de 48,9%, também figuram entre os insumos mais citados pela indústria. Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC FGV) está registrando forte aumento nos preços de tubos de PVC (41,3%), tubos de ferro (35,9%), vergalhões de aço (26,3%) e cimento (25,9%), o que atinge mais de 60% das empresas de obras e instalações.

A pesquisa foi realizada entre os dias 03 e 25 de novembro com 4142 empresas.

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