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17/05/2008 - 10:17

Produção de alimentos não é afetada pela fabricação de biocombustíveis

“As críticas relacionadas ao impacto da produção de biocombustíveis nos preços dos alimentos não possuem fundamentos científicos”, afirmou Eduardo Leão, diretor executivo da UNICA (União da Indústria de Cana-de-açúcar), durante no I Simpósio Internacional de Combustíveis, Biocombustíveis e Emissões, promovido em São Paulo pela AEA – Associação Brasileira de Engenharia Automotiva.

A análise da entidade destaca uma série de fatores para o aumento dos preços alimentos no mundo, que não está relacionada à produção de biocombustíveis. “Os críticos não estão considerando o efeito da desvalorização do dólar e da especulação financeira no preço das commodities agrícolas, bem como o impacto causado pela grande demanda por alimentos pelos países asiáticos, como Índia e China”, explica Leão.

Para Fábio Trigueirinho, secretário geral da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), outros fatores que colaboraram para esse cenário mundial foram a elevação dos custos de produção, principalmente de fertilizantes, e as condições climáticas adversas, que obrigaram países, como a China, por exemplo, a aumentar a importação de grãos. “Sem contar a má utilização da terra por nações do hemisfério norte para a produção ineficiente de biocombustíveis”, completa.

Plínio Nastari, presidente da Consultoria Datagro, concorda com a opinião dos especialistas e acrescenta que os biocombustíveis ocupam uma fração muito pequena da área destinada à agricultura, com cerca de 25 milhões de hectares produzidos – 0,19% do total da área global de 13,2 bilhões de hectares. No caso do cultivo agrícola, estão destinados 11,36% do total com 1,5 bilhão de hectares e para pastagens, 26,51% com 3,5 bilhões.

Biocombustíveis: Argentina pode ser ameaça ao Brasil - O governo argentino está incentivando o setor de biocombustíveis com uma série de benefícios fiscais, sendo uma delas a menor tributação para a produção de biodiesel por meio da soja. “A Argentina está exportando cerca de 1 milhão de m3 do combustível para a Europa e os Estados Unidos”, afirmou Fabio Trigueirinho, secretário geral da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), durante o I Simpósio Internacional de Combustíveis, Biocombustíveis e Emissões, promovido em São Paulo, pela AEA – Associação Brasileira de Engenharia Automotiva.

Para Trigueirinho, as políticas comerciais argentinas podem, futuramente, ser uma ameaça ao Brasil porque as questões relacionadas ao biodiesel já começam a ser discutidas na OMC. “Os Estados Unidos oferecem um subsídio de 50 centavos por galão de biodiesel exportado, causando um grande incômodo para a União Européia”, explica. “A conseqüência desse embate pode refletir na Argentina, que pode deixar de exportar para as duas potências e vir ofertar esse biodiesel para nós”, complementa.

A saída para o Brasil, segundo Trigueirinho, é continuar com as ações previstas no Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), promovendo a inclusão social, gerando novos trabalhos no campo e na indústria e incentivando sua produção do por meio de isonomia de tributos de acordo com a matéria-prima utilizada. “O assunto deve ser abordado de maneira racional e técnica, uma vez que os biocombustíveis podem promover o desenvolvimento sustentável em nosso País e são uma alternativa energética de longo prazo aos combustíveis fosseis”, ressalta.

Atualmente, o Brasil exporta 27 milhões de toneladas de soja em grãos, suficientes para produzir mais de 5 milhões de toneladas de óleo de soja. Para cada tonelada de óleo utilizada para atender o programa, são geradas 4 toneladas de farelo e 8, de carne.

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