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20/05/2008 - 12:07

Aumento da inflação atinge famílias de baixa renda

Inflação supera expectativa do setor atacadista e famílias com renda inferior a R$ 2,5 mil são as mais prejudicadas, afirma Fábio de Carvalho, presidente do Sindiatacadista/DF

Brasília – O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede o impacto da inflação no orçamento das famílias com rendimentos de até seis salários mínimos, teve alta de 0,64% em abril, acima dos 0,51%, registrados em março. Neste ano, o indicador já atingiu 2,34% de aumento, e nos últimos doze meses, 5,9%. O avanço dos preços dos alimentos é o principal fator para o aumento do indicador.

Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Atacadista do Distrito Federal (Sindiatacadista/DF), Fábio de Carvalho, o setor atacadista é o nível regulador dos preços, pois é nessa esfera que se determina cotação dos produtos. Carvalho argumenta que a população não começou a sentir os efeitos da inflação a mais tempo, porque os atacadistas estão freando o repasse para os varejistas. “O aumento de impostos para o setor atacadista foi superior ao que está sendo imputado aos consumidores, e já estamos arcando com isso há bastante tempo. Graças ao nosso planejamento, estamos minimizando o repasse de encargos para o mercado”, afirma.

Dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) reforçam a tese de que a inflação atinge os atacadistas em maior proporção. O aumento do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), no que concerne ao setor, foi de 0,26% em março e saltou para 1,82%, em abril. Os itens que registraram maior alta foram o arroz em casca (32%) e o minério de ferro (29%).

A escalada dos preços atinge com maior potencialidade as famílias com renda inferior a R$ 2,5 mil, pois é esta classe que gasta maior parte do orçamento com alimentação e outros suprimentos, segmento que registrou o maior índice inflacionário nos últimos tempos. Para Fábio de Carvalho, o governo deve se articular com o mercado para minimizar o quanto possível os efeitos da inflação nas camadas de baixa renda. “As famílias carentes têm o orçamento defasado, seria bom que encontrássemos algum viés para eles não pagarem a conta da volatilidade econômica. Os atacadistas estão fazendo a sua parte, mas não podemos abrir mão da sustentabilidade”, defende.

Houve uma época no Brasil, a partir da redemocratização, no fim da década de 80, em que o câmbio era fixo e o governo federal determinava o valor da moeda. Equiparava-se Real e Dolar num patamar, e os negócios seguiam a lógica determinada pelo Estado. Hoje, todos os países de economia planificada deixam o câmbio flutuante, onde o mercado é quem determina o que vale quanto. “A liberalização da economia significa abrir-se à globalização e, por conseqüência, expor-se a intempérie do mercado, que é suscetível às diversas variáveis econômicas. O Brasil está inserido num processo de franco crescimento e o governo tem de saber lidar com a complexidade de ser grande, buscando sempre o equilíbrio”, destaca o presidente.

Carvalho aponta que o Brasil é um país exportador e manter a taxa de juros alta é bom para atrair investimentos, mas o governo Lula busca a execução de uma política expansionista e, para tanto, precisa de dinheiro. Daí, vende títulos da dívida pública para a iniciativa privada a juros baixos. “Controlar os preços, executar uma política expansionista e crescer economicamente, ao mesmo tempo, é um equilíbrio difícil de atingir, uma equação complexa de administrar”, finaliza.

Sobre o Sindiatacadista-DF - O Sindiatacadista/DF, criado em dezembro de 2001, representa 24 segmentos da economia em Brasília, entre os quais estão o comércio atacadista de gêneros alimentícios, autopeças, drogas e medicamentos. Ao todo, já são mais de 1.200 empresas atacadistas instaladas no Distrito Federal.

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