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20/05/2008 - 12:17

Biocombustíveis serão foco do Fórum Global de Energias Renováveis, diz ministro


Cerca de 1.500 pessoas – entre autoridades governamentais, acadêmicos, representantes de empresas do setor elétrico e de entidades privadas e do terceiro setor – provenientes de mais de 50 países, lotaram o auditório do Hotel Bourbon Cataratas no dia 18 de maio (domingo), em Foz do Iguaçu, para participar da abertura do Fórum Global de Energias Renováveis. Durante os próximos três dias, conferências, debates e mesas redondas com a participação de figuras proeminentes do setor energético vão discutir alternativas e formular propostas de ações para colocar a energia renovável no topo da agenda dos governantes.

O alerta para os problemas ambientais, aliado à necessidade de estimular a obtenção de energia de forma renovável para promover um desenvolvimento mais sustentável, deram o tom dos discursos na solenidade. Os principais objetivos do fórum ficaram claros para todos os participantes já no primeiro dia: incentivar ações voltadas ao uso de fontes renováveis de energia e fomentar o crescimento industrial sustentável em todo o planeta.

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, tratou de ir direto ao assunto principal. “Esta reunião vai tratar preponderantemente dos biocombustíveis. Este será o tema central”, ressaltou o ministro. Ele atacou as críticas feitas ao desenvolvimento dos biocombustíveis como opção para todo o mundo, proposto pelo Brasil, e destacou o papel do País como modelo de país explorador de energia renovável. De fato, enquanto 46% da energia utilizada no Brasil provém desse tipo de fonte, a média planetária é de 13%.

Para o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Jorge Samek, os biocombustíveis são uma fonte de energia limpa e que pode ser produzida sem transtornos à produção de alimentos. “O povo não come porque não tem renda. Mas vamos enfrentar esse debate, pois ele nos interessa”, afirmou. O presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz Lopes, concordou com Samek. “O Brasil já mostrou, por meio da sua matriz, como é possível lidar com esse problema. Por isso, esse evento nos permite colocar a nossa experiência como modelo. Estamos à disposição para interagir e buscar soluções conjuntas, pelas quais todos sairão vitoriosos”, disse.

Kandeh Yumkella, diretor-geral da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Onudi), alertou sobre a existência de milhões de pessoas sem acesso à eletricidade, o que exige atenção de todos os governos. E ressaltou a experiência local. “Aqui, em Foz do Iguaçu, vemos exemplos práticos, e não apenas teóricos, da utilização de recursos renováveis”, destacou. Por fim, em tom de desafio, deixou no ar uma pergunta aos participantes do fórum: “Como podemos tornar possível a obtenção de energias renováveis para muitos países?”.

“Energia renovável será objeto de integração latino-americana” - Os acordos energéticos entre o Brasil e outros países da América Latina foram o principal tema da fala do ministro de Minas Energia, Edison Lobão, durante a entrevista coletiva que antecedeu a cerimônia de abertura do Fórum Global de Energias Renováveis, hoje (domingo) à noite, em Foz do Iguaçu. Participaram da coletiva, ainda, o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Onudi), Kandeh Yumkella; o presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz Lopes; e o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek.

Lobão comentou os acordos assinados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Peru, para a construção de uma usina hidrelétrica em território peruano, com uma produção de energia da ordem de 1.400 MW. Segundo ele, o investimento da obra será de cerca de R$ 2 bilhões e o prazo máximo da construção de três anos.

 

“Acertamos um protocolo de intenções para a construção de mais 14 hidrelétricas naquele país, com uma produção que vai chegar a 20 mil MW”, acrescentou o ministro. A maior parte dessa energia será importada pelo Brasil, através do sistema Eletrobrás, informou.

 Lobão também comentou outros acordos com países latino-americanos, inclusive o plano de construir hidrelétricas na Argentina e na Bolívia.

O ministro disse que se reuniu recentemente com o presidente venezuelano Hugo Chavez para debater a construção do gasoduto do Sul, que trará gás venezuelano para Brasil e Argentina. “Faremos a verdadeira integração energética entre os países da América do Sul. Vamos receber energia da Venezuela, algo em torno de dois a três mil megawatts, em determinado período do ano, e devolveremos essa energia no período seguinte”, informou Lobão. A troca é possível devido ao fato de os países terem regimes diferenciados de chuva.

 Sobre o fórum, o ministro comentou que o mundo caminha cada vez mais para o uso das energias renováveis, um setor em que o Brasil é excelência. “Cerca de 50% de nossa matriz é renovável, enquanto a média mundial não passa de 14%. Por isso, poderemos sugerir soluções para os outros países”, afirmou.

Outros temas - Em relação aos licenciamentos ambientais para a construção de hidrelétricas, que são emitidos pelo Ministério do Meio Ambiente, Lobão foi diplomático. “Ainda não conversei com Carlos Minc, porque ele ainda não foi nomeado ministro”, disse. Lobão espera, no entanto, que aos licenciamentos ambientais ocorram em prazos mais curtos, como fazem os países desenvolvidos, onde esse processo demora no máximo um ano.

O ministro foi ainda questionado sobre o programa brasileiro de biocombustíveis e o conflito entre a produção de energia e a produção de alimentos. “Nós mantemos inabalável o projeto de biocombustíveis, pois entendemos que isso é um bem para a humanidade e não um mal”. Segundo ele, a produção de alimentos atual é maior que a de antigamente, antes do programa de biocombustíveis. | www.itaipu.gov.br

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