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20/05/2008 - 15:01

Tensão norte-americana e os desdobramentos na América Latina


A extensão da crise nos EUA é um assunto que divide opiniões. Alguns acreditam que o Brasil e demais países da América Latina certamente serão afetados. Outros, como o presidente Lula, asseguram que não.

O principal argumento de ambos os lados é o mesmo, com diferentes pontos de vista: os que acreditam que as conseqüências atingirão a América Latina, afirmam que por serem dependentes da economia norte-americana, esses não terão como se proteger. Por outro lado, os que confiam que tais países não serão atingidos, dizem que o grau de dependência não é tão elevado, pois começaram a estabelecer acordos com outras economias, como China, Índia e Europa.

Para conseguir entender com mais clareza, vamos aos fatos. Nas últimas três décadas, o território latino-americano cresce em ritmo acelerado. Não é por acaso que a Google anunciou recentemente que foca sua expansão na região que é, em termos percentuais, a que mais cresce no mundo. Estima-se que em 2007 o faturamento local da empresa foi de US$300 milhões, quase o dobro da receita do ano anterior. O próprio FMI (Fundo Monetário Internacional) reconhece que a crise não afetará a América Latina em proporções verificadas em outras épocas, devido à melhora nos fundamentos econômicos, como a redução da dívida externa, aumento das reservas e fortalecimento dos balanços empresariais e governamentais. A previsão é de que a América Latina cresça 4,4% este ano, enquanto o crescimento mundial está em 3,7%, devido à tensão nos EUA.

A acelerada taxa de crescimento de países como China e Índia é outro fator que colabora para a manutenção da saúde financeira latino-americana. Em um cenário pessimista, a previsão é de que a China cresça 9% em 2008 e a Índia 7,9%. Os chineses vêm ampliando os investimentos principalmente em recursos minerais e agrícolas, além de estreitar as relações comerciais. Para se ter uma idéia, a China aplicou 25% dos investimentos no exterior na América Latina. Em 1978, o país investiu apenas US$200 milhões na região. Em 2000, já eram US$10 bilhões e hoje as empresas chinesas estão envolvidas em 30 mil projetos regionais. Com isso, as exportações não estão mais concentradas nos EUA, o que evita grandes desgastes em casos de tensão.

Apesar da expansão das rotas de exportação, é preciso considerar que ainda há reparos a serem feitos, por exemplo, na infra-estrutura. Se não houver investimentos na área de transporte (rodovias, aeroportos, ferrovias, portos), fica difícil manter e ampliar a quantidade de exportações. Uma boa alternativa é a parceria entre empresas privadas e órgãos governamentais. Trabalhando em conjunto, é mais fácil desenvolver soluções estratégicas e flexíveis de transporte para ajudar as empresas latino-americanas a competir e ampliar a posição da região no cenário global.

Além disso, é preciso estar atento ao potencial das pequenas e médias empresas (PMEs), que, muitas vezes, não recebem a devida atenção. Na América Latina, existem cerca de 13 PMEs para cada grande corporação e as pequenas empresas (aquelas com 10 a 99 pessoas) representam 50% dos empregadores da região. Com programas específicos e personalizados, é possível estimular as exportações das PMEs e, assim, ampliar o superávit dos países. A FedEx, por exemplo, criou o Programa Pymex Membership , que auxilia as PMEs a entenderem e ingressarem no mercado global. São oferecidos seminários e já foram atendidas 11 mil pequenas e médias empresas latino-americanas.

Com este panorama, fica claro que a América Latina está em uma posição segura. Basta que sejam feitos alguns investimentos locais para que não haja riscos. Não é o momento de temer que a tensão na economia norte-americana afete de maneira crucial a região. Com 3.400 funcionários trabalhando em 50 países da América Latina e Caribe, a FedEx é vista como uma indicadora da saúde econômica, já que a queda na demanda por seus serviços é um sintoma do enfraquecimento da economia. Sendo assim, o índice “FedEx” indica que a economia latino-americana vai muito bem, obrigado!

. Por: Juan Cento, presidente da FedEx para América Latina e Caribe

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