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09/03/2021 - 07:31

Demanda pela matéria-prima do aço causará uma distorção ainda maior nos mercados da região, diz Alacero

A mudança na forma de produzir aço na China desencadeará um processo de distorção em mercados emergentes, como a América Latina, em uma importante fase de reativação econômica da região. A China está transformando sua produção de aço de altos-fornos em fornos elétricos, em linha com sua meta de atingir a neutralidade de carbono até 2060, o que exigirá uma quantidade significativa de sucata que antes não consumia.

Com essa mudança, a demanda por sucata do gigante asiático tende a crescer exponencialmente, causando uma distorção ainda maior em mercados emergentes como a América Latina, que depende da matéria-prima como principal insumo para a produção de aço. Em 2020, a China respondeu por 57% da produção mundial de aço, com 1.053 milhões de toneladas. Este novo fator soma-se ao excesso de capacidade de 590 milhões de toneladas em 2020 que está presente há alguns anos, dos quais a China é responsável por 18%.

Diante do crescimento econômico projetado de 3,6% do PIB na América Latina e Caribe pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para 2021, a região aposta na execução de novas obras de infraestrutura e construção. Isso irá significar uma maior demanda por aço, para o qual é necessário um volume significativo de sucata para atender às necessidades regionais. Os países latino-americanos estão em tempo de tomar medidas para evitar que essa mudança na indústria chinesa afete os mercados locais, impactando a geração de empregos.

A restrição à exportação de sucata é uma das principais medidas, como fez a Colômbia em 2020 por meio do Decreto 1120, que corresponde a um volume semestral de sucata equivalente a 42% da necessidade para o setor atingir um crescimento de 15%. As medidas de controle contidas no Decreto 1120, que deveriam ser mantidas e até adaptadas às novas condições macroeconômicas, baseiam-se nos acordos da Organização Mundial do Comércio (OMC), devido à insuficiência dessa matéria-prima específica e que transformam a sucata ferrosa em um insumo fundamental para indústrias como construção de moradias e infraestrutura. Este ano a estimativa é que os volumes de produção da Colômbia voltem aos níveis de 2019. Um grande esforço da indústria para ter o produto disponível, que deve ser acompanhado de medidas de política pública.

— Na América Latina temos um déficit de sucata, que, além de insumo básico, faz parte da economia circular que promove um futuro sustentável, devido à característica de 100% de reciclabilidade do aço. Há uma apreensão global de sucata por parte dos principais países produtores, o que nos obriga a tomar medidas para exercer maior controle sobre a exportação dessa matériaprima. E seria altamente recomendável que medidas fossem adotadas para exercer maior controle sobre a exportação desse item. Os governos dos países latino-americanos estão em tempo de tomar medidas para evitar que essa mudança na indústria chinesa tenha impacto sobre os mercados locais, afetando a geração de empregos — disse Francisco Leal, diretor- geral da Alacero. — É hora de se unir como região para promover uma reativação econômica baseada no consumo interno e na promoção de empregos de qualidade — acrescentou.

Perfil — A Associação Latino-Americana do Aço(Alacero), é a entidade civil sem fins lucrativos que reúne a cadeia de valor do aço latino-americana para promover os valores da integração regional, inovação tecnológica, excelência em recursos humanos, segurança no trabalho, responsabilidade corporativa e sócio- sustentabilidade ambiental. Fundada em 1959, é composta por mais de 60 empresas produtoras e coligadas, cuja produção é próxima a 60 milhões de toneladas por ano. A Alacero é reconhecida como um órgão consultivo especial pelas Nações Unidas.

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