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10/03/2021 - 08:23

Mulheres se destacam em postos relevantes, mas é preciso avançar


Constatação feita pela diretora Comercial e Marketing da Delphos, Elisabete Prado, que avança em sua trajetória profissional desde 1980.

Em São Paulo e no Rio de Janeiro, as mulheres estão cada vez mais despontando no universo executivo, e se consolidando em posições muito relevantes. A constatação é feita pela diretora Comercial e Marketing da Delphos, Elisabete Prado, que, apesar disso, aponta a necessidade de se avançar muito mais. — Ainda temos uma longa caminhada para chegar ao equilíbrio. Tenho uma imensa frustração, por exemplo, com o fato de o governo ter tido que criar uma Lei (que não necessariamente é cumprida) para obrigar as Sociedades Anônimas de Capital Aberto a terem no mínimo 20% de mulheres em seus Conselhos de Administração. Isso significa que estamos muito abaixo desse percentual — comenta a executiva.

Elisabete Prado revela que, na Delphos, as mulheres correspondem a 31% do efetivo. Admite que em termos absolutos, o número ainda é pequeno. Contudo, ressalva que a empresa tem mulheres em posições muito relevantes, como, por exemplo, na coordenação das áreas de gestão de processos, Jurídica, RH, Segurança da Informação, Compliance e LGPD.

Acredita que apesar dos avanços, ainda é preciso evoluir bastante em questões como a que envolve mulheres desempenhando cargos de comando em um ambiente predominantemente masculino. “Conheço mulheres talentosíssimas, com oportunidades reprimidas, e com níveis de subordinações muito desequilibrados”, acentua.

Elisabete relata que conseguiu conquistar espaços e ser reconhecida pela qualidade do seu trabalho. Mas admite que “talvez seja uma iluminada ou um ponto fora da curva” por nunca ter enfrentado qualquer problema de aceitação. — Desde a minha primeira promoção, quando passei de analista de sinistros para encarregada de departamento, até hoje, na Diretoria da empresa e substituta eventual do Presidente em suas férias, nunca tive que lidar com nenhum tipo de rejeição. As coisas foram acontecendo de forma natural, no devido tempo, e sempre com muita colaboração por parte das equipes que liderei— acrescenta.

A trajetória profissional de Elisabete Prado começou cedo, na década de 1980. Era muito jovem e recém-formada em Ciências Atuariais, carreira que, naquele tempo, era predominantemente “masculina”, quando escolheu a Delphos porque desejava ingressar no mundo dos seguros e” transitar pelos diferentes ramos que, até então, só conhecia de forma acadêmica”.

Entre os desafios enfrentados no início, ela cita a necessidade de ser “percebida”, uma vez que ficava na sucursal de São Paulo, longe da sede da empresa, no Rio de Janeiro, onde estava o “board” (100% composto por pessoas do sexo masculino). “Com mais de 400 colaboradores, quem é que iria prestar atenção em uma menina, contratada para compor um departamento de sinistros?”, indaga.

Mas, ela foi percebida e, então, o desafio passou a ser como criar valor no serviço que realizava, de forma que fizesse alguma diferença. Além disso, lembra que, a partir dessas diferenças criadas, o dilema era fazer “sempre um pouco mais, de forma a consolidar uma carreira pautada em credibilidade e competência”.

Hoje, não enfrenta qualquer resistência por parte dos colaboradores em relação às ordens de comando. — Me considero educada, solidária, agregadora e tolerante - sem ser permissiva. Talvez por ter esse perfil, creio que conquistei o respeito por parte dos colaboradores sem cair nas armadilhas das políticas caóticas de falsas lideranças — observa.

Além disso, ela diz que “gosta de acreditar” que as dificuldades ou vantagens não têm relação com o sexo, mas, sim, com a competência de cada um, com o ambiente de trabalho de cada empresa e com os tipos de profissionais que estão na alta governança das organizações. Assim, acredita que, “no ambiente onde predomina a ignorância e o preconceito, não tem jeito”, o que, na visão de Elisabete Prado, vale não apenas para as questões ligadas ao sexo, mas, também, para a cor, credo, raça, orientação sexual, aparência física, etc...!

Por fim, não gosta de dar conselhos por considerar isso um tanto “arrogante”, pois cada profissional tem uma trajetória de vida e nem sempre as oportunidades estão ao alcance. Mas ela lista alguns requisitos que, quando possíveis, devem ser privilegiados: — A mulher deve estudar muito e estar sempre atualizada sobre os assuntos que tenham relação com os objetivos que deseja alcançar, com os trabalhos que deseja desenvolver, ou com as posições que pretenda disputar; lembrar que o crescimento profissional requer uma visão generalista do mundo; estabelecer um equilíbrio entre o comportamento emocional e o racional, de forma a não descaracterizar sua leveza feminina, e, ao mesmo tempo, não permitir que isso seja interpretado como fraqueza; não valorizar essa questão de diferença de sexo, e agir ela própria de forma igualitária; e, por fim, deve ir à luta e conquistar o seu espaço! — conclui. | Vania Absalão/VTN

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