Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

10/03/2021 - 09:09

O que me dá esperança no Mês Internacional da Mulher

Quando viajo pelo mundo, tento conversar com mulheres em posição de liderança de diferentes organizações, indústrias e estilos de vida. No tempo que passamos juntas, tento aprender sobre as esperanças e sonhos delas. Nessas conversas, ouço tanto o desejo de pensar grande sobre o futuro quanto uma luta para equilibrar os compromissos e responsabilidades que caem quase exclusivamente sobre as mulheres.

Os números são claros: o percentual de mulheres que participam do mercado de trabalho global está diminuindo, um fenômeno que é acentuado pela pandemia do novo coronavírus. No segundo trimestre de 2020, o percentual de mulheres brasileiras que trabalhavam ou buscavam trabalho era de 45,8%. Trata-se do mesmo número de 30 anos atrás, o que representa uma considerável queda em comparação ao índice de mais de 50% mantido ao longo de todos esses anos, de acordo com a Pnad.

É estimado que menos da metade de todas as mulheres com mais de 15 anos tenham participado do mercado de trabalho em 2019, segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Banco Mundial. Trata-se de uma redução em relação a 1990, quando 51,186% das mulheres participaram da força de trabalho.

No Brasil, cuja população é composta por 52,54% de mulheres, a situação não é diferente. A menor participação feminina no mercado de trabalho pode ser explicada em dados: a divisão das tarefas domésticas recai sobre as mulheres, que gastam quase o dobro do tempo dos homens. Em 2019, enquanto as mulheres gastam aproximadamente 20,9 horas semanais, os homens gastam apenas 11 horas, de acordo com o levantamento mais recente do IBGE sobre o assunto.

Além disso, a inserção da mulher no mercado é dificultada, ainda mais quando se possui filhos pequenos. Com salários menores e menos ocupações em cargos de liderança, há um caminho enorme a ser percorrido.

É fácil se desesperar diante desses dados. Recentemente, escrevi sobre os passos que podemos tomar para nos recuperarmos do ano passado. Hoje, quero compartilhar três histórias que me deixam esperançosa de que possamos alcançar coletivamente a igualdade de gênero.

Crescente apoio institucional — No Reino Unido, o Departamento de Digital, Cultura, Mídia e Esporte estabeleceu as Parcerias regionais de Habilidades Digitais (DSPs) do Reino Unido. Os DSPs ajudaram a reunir organizações públicas, privadas e do setor de caridade para ajudar a aumentar as capacidades digitais em toda a Inglaterra. O DSP local em West Midlands já colaborou com a Amazon Web Services (AWS) e nossa organização colaboradora, Generation, para expandir oportunidades na região para aprender habilidades digitais.

Mudando de atitude — Em dezembro, tive o prazer de me sentar com a ex-CEO e presidente da PepsiCo e com a membro do conselho da Amazon, Indra Nooyi. Indra compartilhou muitas informações valiosas, incluindo uma história engraçada – e educativa – de infância. Nas palavras de Indra:

Quando eu era criança, toquei em uma banda de rock só para garotas, acredite ou não. Sabe, estou surpresa que meus pais me permitiram tocar nessa banda de rock e ainda tocar violão sozinha. Não era uma banda de rock muito boa, mas quem se importa? Pensei que minhas tias e tios eram muito conservadores e velhos, e olhariam para mim e diriam: "Como ousa permitir que ela faça isso?" Em vez disso, encontrei-os cantando as músicas. Eu os encontrei dizendo a outras pessoas:

A história de Indra falava de um ponto maior: que mudar atitudes pode mudar a trajetória da vida de uma jovem. Como Indra diz: "Eu cresci não em uma família rica nem em uma boa família indiana de classe média, mas os homens da minha família, meu pai, meu avô, insistiram que as meninas fossem para a escola. Eles insistiram que as meninas vão tão longe quanto elas querem ir.

Ambição individual — No meu papel supervisionando os esforços de Treinamento e Certificação da AWS, fico honrada em ver mulheres de todas as origens darem o passo corajoso de aprender novas habilidades e iniciar novas carreiras em computação em nuvem. Veja Renee Urbanowicz, que participou do AWS re/Start, um programa gratuito de desenvolvimento de habilidades em tempo integral de 12 semanas que prepara indivíduos desempregados ou subempregados para carreiras em computação em nuvem – sem necessidade de ter experiência tecnológica prévia.

Reverter a diminuição da participação das mulheres no mercado é uma tarefa que exige esforço, investimento e colaboração todos os dias do ano. No Dia Internacional da Mulher, espero que essas histórias ofereçam um vislumbre esperançoso de um futuro que podemos alcançar juntas.

. Por: Teresa Carlson, Vice-Presidente, Setor Público Mundial e Indústrias da Amazon Web Services.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira