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27/03/2021 - 08:47

Butantan desenvolve vacina nacional contra Covid-19: a ButanVac


Testes em humanos ainda não começaram.

O Instituto Butantan anunciou no dia 26 de março (sexta-feira), que começou a desenvolver a produção-piloto de vacina brasileira contra o novo coronavírus. A expectativa é que os ensaios clínicos de fases 1 e 2 em humanos comecem em abril, o que ainda precisa de autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Chamada de ButanVac, essa seria uma vacina desenvolvida e produzida integralmente no Butantan, sem necessidade de importação do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA). Segundo o governo, os resultados dos testes pré-clínicos realizados com animais se mostraram “promissores”, o que permitiria evoluir para estudos clínicos em humanos.

A produção-piloto do composto já foi finalizada para aplicação em voluntários humanos durante os testes. Os resultados da pesquisa clínica em humanos vão determinar se a vacina é segura e tem resposta imune capaz de prevenir a Covid-19.

Para a produção da vacina, o instituto deverá usar tecnologia já disponível em sua fábrica de vacinas contra a gripe, a partir do cultivo de cepas em ovos de galinha, que gera doses de vacinas inativadas, feitas com fragmentos de vírus mortos.

A iniciativa do novo imunizante faz parte de um consórcio internacional do qual o Instituto Butantan é o principal produtor, responsável por 85% da capacidade total, de acordo com o governo do estado, e tem o compromisso de fornecer a vacina ao Brasil e aos países de baixa e média renda.

Diretor-presidente do Butantan, Dimas Covas, avaliou que a tecnologia utilizada na ButanVac é uma forma de aproveitar o conhecimento adquirido no desenvolvimento da CoronaVac, vacina desenvolvida em parceria com a biofarmacêutica Sinovac, já disponível para a população brasileira.

— Entendemos a necessidade de ampliar a capacidade de produção de vacinas contra o coronavírus e da urgência do Brasil e de outros países em desenvolvimento de receberem o produto de uma instituição com a credibilidade do Butantan. Em razão do panorama global, abrimos o leque de opções para oferecer aos governos mais uma forma de contribuir no controle da pandemia no país e no mundo — disse Covas. Segundo ele, a parceria com a Sinovac será mantida e não haverá nenhuma alteração no cronograma dos insumos vindos da China.

A previsão do diretor-presidente do Butantan é que será possível entregar a vacina brasileira ainda este ano. — Após o final da produção da vacina contra Influenza, em maio, poderemos iniciar imediatamente a produção da Butanvac. Atualmente, nossa fábrica envasa a Influenza e a CoronaVac. Estamos em pleno vapor — disse.

Tecnologia — A tecnologia da ButanVac utiliza um vetor viral que contém a proteína Spike do coronavírus de forma íntegra. O vírus utilizado como vetor nesta vacina é o da Doença de Newcastle, uma infecção que afeta aves. Por isso, o vírus se desenvolve bem em ovos embrionados, o que permite eficiência produtiva em um processo similar ao utilizado na vacina de influenza, conforme divulgou o Butantan e o governo estadual.

— O vírus da doença de Newcastle não causa sintomas em seres humanos, constituindo-se como alternativa muito segura na produção. O vírus é inativado para a formulação da vacina, facilitando sua estabilidade e deixando o imunizante ainda mais seguro — diz Butantan.

Pesquisador diz que vacina Butanvac foi desenvolvida nos EUA — O Hospital Mount Sinai, de Nova York, afirmou que a Butanvac, anunciada pelo Instituto Butantan e pelo governo de São Paulo como "100% brasileira", teve a pesquisa desenvolvida nos Estados Unidos. A informação foi divulgada pelo jornal "Folha de S.Paulo" e confirmada pela CNN.

Peter Palese, diretor de microbiologia do Instituto Icahn, da escola de Medicina do hospital, disse à CNN que a arquitetura científica da vacina foi toda criada nos Estados Unidos e licenciada de graça para o Instituto Butantan, pois os pesquisadores estavam procurando instituições com condições técnicas e tecnológicas para produzir o imunizante.

O acordo foi feito com instituições na Tailândia e Vietnã, onde já começaram os testes da fase 1 com cerca de 100 pessoas, sem efeitos adversos até agora. Palese disse também que estão sendo pesquisadas possíveis mudanças na vacina para lidar especificamente com a variante brasileira, com resultados nas próximas duas ou três semanas.

A vacina será toda produzida no Brasil, sem precisar que o país receba nenhum tipo de insumo ou produto.

Em nota, o Instituto Butantan afirmou que "a produção da Butanvac é 100% nacional, conforme anunciado", que firmou parceria e tem "a licença de uso e exploração de parte da tecnologia desenvolvida pelo hospital Mount Sinai para obter o vírus. A partir disso, o desenvolvimento da tecnologia é feito pelo Butantan".

O Instituto ressalta que a Butanvac "é e será desenvolvida integralmente no Brasil e o consórcio internacional tem um papel importantíssimo na concepção da tecnologia e no suporte técnico para o desenvolvimento do imunizante". Segundo o instituto, a vacina é "brasileira e dos brasileiros".

O Butantan afirma ainda e que a reportagem publicada pela "Folha de S.Paulo" traz um comunicado não oficial de um pesquisador da instituição norte-americana", e que a instituição não autorizou a divulgação de seu nome em comunicados oficiais do Butantan sobre a vacina". 

Segundo o Butantan, "comunicados conjuntos serão feitos pelos integrantes do “Consórcio” no momento oportuno, incluindo a instituição citada, o “Instituto Icahn”, da escola de Medicina do “Hospital Mount Sinai, de Nova York, EUA”.

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