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31/03/2021 - 10:59

Renda variável: qual a opção e para quem?


As variáveis que influenciam a bolsa são totalmente imprevisíveis. Era difícil imaginar o surgimento de uma pandemia e ela paralisou economias derrubando mercados em todo o mundo. No final de 2020, surgiu a vacina contra a Covid e os preços das ações subiram. Recentemente, fatos como ingerência em estatais ou decisões judiciais com reflexos políticos fizeram o Ibovespa despencar. Sempre tido como opção de longo prazo, o investimento em ações é demasiada arriscado e instável para não iniciados, particularmente aqueles que recorriam à previsibilidade da renda fixa, que, com a Selic em 2% ao ano, tem rendimento negativo.

Apesar da pressão inflacionária, há uma crise em curso, que pode se agravar. Desta forma, o Banco Central, mesmo com revisões pontuais, deve manter os juros em patamares historicamente baixos. Isso favorece a economia real, que, como opção de investimento, tem a bolsa como sua maior vitrine. Esta, porém, não é a única alternativa para se investir em empresas e projetos.

Após uma recessão de 4,1% em 2020, o comportamento do PIB no primeiro trimestre certamente será impactado pelas medidas restritivas decorrentes do agravamento da pandemia. Desta forma, os efeitos benéficos dos juros ficarão restritos a poucos segmentos. A alternativa mais indicada passa a ser o investimento pontual em projetos e não em mercados.

Surgido no país há seis anos, o crowdfunding (investimento coletivo) permite que empresas e projetos realizem ofertas públicas que, embora reguladas por CVM ou Bacen, são dispensadas da realização de registro. Sujeitas ao êxito de corporações ou projetos específicos, essas operações não têm vínculos com mercados como o acionário, ficando expostas a uma quantidade muito menor de variáveis. Outra vantagem é que permite aplicações a partir de pequenos valores, R$ 1 mil, geralmente. Um ponto negativo é que não dispõem de mercado secundário, o que força o investidor a deixar o capital imobilizado antes de poder realizar seu lucro.

Duas opções de crowdfunding se popularizaram mais no país. O equity crowdfunding possibilita ao investidor adquirir participações em startups. É recomendável que o aporte seja precedido de uma análise tanto sobre as perspectivas de crescimento do setor em que a empresa está inserida e as perspectivas de êxito de sua oferta quanto sua gestão. A realização do lucro ocorre na venda das ações se a startup obtiver êxito de mercado e consequente valorização.

O crowdfunding imobiliário é a modalidade mais acessada. Responde por mais da metade das captações coletivas realizadas no Brasil e no mundo. Caracteriza-se pelo investimento em empreendimentos específicos que, em algumas plataformas, são pré-selecionados a partir de critérios rigorosos, como viabilidade econômica, solidez e reputação da empresa e experiência comprovada na execução de projetos semelhantes. Nas operações já concluídas no país, registrou uma remuneração paga aos investidores de 13% ao ano. Há riscos, como o de inadimplência das empresas. Neste caso, o investidor dispõe de títulos de dívida, que são executáveis judicialmente, e não de ações, que implicam em responsabilidades em episódios de quebra, como ocorre no equity crowdfunding.

Além de ser uma nova fonte de financiamento para empresas, o crowdfunding democratiza o acesso a opções rentáveis que antes eram restritas a investidores institucionais e qualificados e que hoje é aberta a quem pode fazer pequenos aportes. A taxa de juros favorece a economia real, mas, em função da crise, poucos segmentos valem-se de seus efeitos. Na hora de diversificar, o investidor precisa dar atenção a projetos que estão sujeitos a um número restrito de variáveis.

. Por: Eduarda Fabris, diretora-executiva da fintech de investimento Urbe.me.

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