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06/04/2021 - 07:39

O curta “O Espelho”

Filme da Unaids em parceria com a FCB Índia no dia internacional da visibilidade transgênero. O vídeo de três minutos pode ser visto em unaids.org.

O Unaids divulgou “O Espelho” no dia internacional da visibilidade transgênero, comemorado no último dia 31 de março (quarta-feira). A diversidade de gênero não é uma escolha de estilo de vida, mas um direito inerente a todas as pessoas. Os estereótipos de gênero contra a comunidade LGBTIQ geram estigma e discriminação. Isso é mais evidente em crianças e adolescentes, já que a diversidade nesse público geralmente não é compreendida, e a sociedade exerce enorme pressão sobre eles para que se ajustem às normas de gênero atribuídas no nascimento.

As estatísticas mostram que adolescentes trans têm maior propensão de cometer suicídio do que aqueles que se identificam com o gênero que consta em suas certidões de nascimento. Além disso, as pessoas transgênero enfrentam enorme discriminação e, em alguns países, podem até ser presas. É preciso mencionar ainda que as mulheres transgênero apresentam as maiores taxas de HIV – 40% em alguns casos –, em comparação com o resto da população.

O filme “O Espelho” retrata um jovem garoto entediado, que decide não brincar com outras crianças durante um grande festival indiano de pipas. Sua mãe tenta animá-lo, mas ele escapa e desce as escadas sozinho. Então, ele veste uma echarpe feminina e sorri ao ver seu reflexo em um espelho.

Momentos depois, sua mãe e sua avó o pegam dançando com os adereços. A trilha musical para, e as mulheres olham para o garoto. Passam-se alguns segundos de tensão, mas, de repente, as mulheres se juntam a ele.

A roteirista Swati Bhattacharya, Chief Creative Officer da FCB Índia, captou o momento decisivo de autorreconhecimento. Em geral, ela explica, encaramos as crianças como projeções nossas e queremos que elas sejam extrovertidas, estudiosas e obedientes, recusando-nos a enxergá-las como realmente são e como querem crescer. “Minha intenção foi mostrar que toda a discriminação começa em casa, e é geralmente essa ruptura que faz a criança sofrer mesmo depois de se tornar adulta. Se você for aceito em casa, estará mais preparado para enfrentar o mundo externo”, afirma Bhattacharya.

Ao falar sobre a essência do filme, Mahesh Mahalingam, Diretor de Comunicação e Conscientização Global do UNAIDS, afirmou: “A comovente história de ‘O Espelho’ é universal. De Kolkata ao Kansas, as crianças transgênero querem ser amadas e aceitas por amigos e familiares. As crianças se desenvolvem melhor onde há amor. Nossa expectativa, no UNAIDS, é que esse filme dê início à tão necessária conversa em todo o mundo sobre o direito das crianças em toda a sua diversidade. Swati Bhattacharya e sua equipe nos ajudaram a contar uma história que irá tocar corações e mentes em todas as partes".

Tea Uglow, uma mulher transgênero que se identifica como queer e que promove a causa da visibilidade transgênero, ao assistir ao filme “O Espelho”, afirmou: “O filme de Swati realmente me surpreendeu – ele é bastante ousado. Ele aborda diretamente um limite muito interessante e então faz exatamente o que não deveria. É difícil descrevê-lo – apesar de não haver um produto, ele claramente vende uma ideia. Não há transgressão, mas ele claramente está mostrando uma transgressão. Não há indignação, mas claramente esperamos uma indignação. Parece que ele está pintando um quadro tão normal que poderia até ser um anúncio de Tide (uma referência para fãs do Superbowl). Em última análise, é um conto de fadas, e sabemos disso, mas mesmo assim nos perguntamos: ‘O que realmente impede que isso seja perfeitamente normal?’ É assim que eu gostaria que minha família reagisse, se um dos meus filhos ou de algum familiar demonstrasse um comportamento que questiona o gênero”.

Para Jas Pham, uma mulher transgênero que vive em Bangkok, Tailândia, o vídeo tocou num ponto sensível. “Basicamente, eu desabei em lágrimas assistindo ao vídeo. Ele me lembrou da minha infância”, afirmou.

Cole Young, um homem transgênero americano, sabe que os pais nem sempre aceitam seus filhos dessa forma tão aberta e acolhedora, mas gostou do sentimento positivo e feliz do filme. “Conhecemos as reações ruins, já passamos por elas, por isso não precisamos retraumatizar as pessoas trans”.

Keem Love Black, uma mulher transgênero de Uganda, afirmou que o filme fez sentido para ela, pois, na mesma idade, ela viveu momentos parecidos - e ainda vive momentos assim até hoje. “Tenho momentos de espelho o tempo todo, principalmente quando vou sair”, explicou.

Kanykei é uma das poucas pessoas transgênero que vivem abertamente em Bisqueque, capital do Quirguistão. Ela se lembra de vestir lenços quando era pequena, um pouco parecido com o garoto do filme. No entanto, sua família não levou isso a sério. Desde suas primeiras lembranças, antes mesmo de saber a diferença entre meninos e meninas, ela já se sentia uma garota. “Eles riam por ser uma criança pequena brincando, mas, com o tempo, isso começou a ser percebido de forma diferente, tanto na família como na sociedade”, declarou.

Para Ariadne Ribeiro, uma mulher transgênero brasileira, com seu próprio momento no espelho foi uma tentativa de encontrar seu eu interior. Mas ela também sentiu medo. “Sempre tinha muito medo de que as pessoas conseguissem me ver através do espelho da mesma forma como eu me via, revelando assim o meu segredo, e eu não estava preparada”, afirmou. “Acho que o vídeo aproxima a realidade do ideal de aceitação, algo que eu, aos 40 anos, ainda não vivi’.

Para se juntar à campanha e ajudar a promovê-la, use o seguinte: #Seemeasiam #TransDayOfVisibility #TDOV2021.

Vídeo: o vídeo está disponível no canal do Unaids no YouTube: https://youtu.be/oulxCQeZtDo.

. Arquivo .mov em alta definição com legendas em inglês: https://bit.ly/3u9u5zs.

. Arquivos .mp4 em baixa resolução com legendas em francês, russo, espanhol e português estão disponíveis no: https://trello.com/b/yFDVPPuV.

Agência: FCB Índia | Chief Creative Officer Swati Bhattacharya | Gerência de conta: Vishakha Khattri | Planejamento de conta: Kizie Basu | Equipe de criação: Giamaria Fernandes, Anusheela Saha | Equipe digital: Vinesh Nandikol, Roshan Shetty, Giamaria Fernandes, Aabhaas Worah, Nikhil Fernandes, Ponnada Kulteja, Sukrit Sharma | Diretor: Shashank Chaturvedi | Produtor: Robin D’Cruz | Cantor: Sikander Kha.

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