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China anuncia aumento de 15% nos gastos militares


O rápido crescimento econômico e o aumento constante do superávit comercial chinês não são os únicos fatores que preocupam os Estados Unidos no que se refere ao país asiático. A China anunciou no final de dezembro mudança de ênfase na administração dos fundos públicos e divulgou relatório acerca dos gastos militares do país. Estima-se que a China tenha gasto US$ 36,4 bilhões na modernização do seu exército em 2006, aumento de 15% em relação a 2005. O crescimento dos gastos entre 2004 e 2005 foi de 12%. A publicação de um relatório deste tipo não é um costume do governo chinês – o documento foi o quinto divulgado desde 1998. Em março de 2006, a secretária de Estado norte-americana Condoleezza Rice solicitou ao governo chinês maior transparência do orçamento destinado à defesa, demonstrando preocupação com o que significaria o incremento militar chinês. O Pentágono já havia anunciado pouco tempo antes que a China é o país com maior potencial para competir militarmente com os Estados Unidos. Na ocasião, os norte-americanos afirmaram que a evolução militar chinesa coloca em risco o equilíbrio militar regional. Os Estados Unidos consideram a China estratégica nas negociações com a Coréia do Norte em relação ao seu programa nuclear e buscam retomar a hotline para discussões militares, abandonada desde 2001 após a colisão entre um avião de guerra chinês e uma aeronave espiã norte-americana.

Embora a discussão sobre a valorização do yuan tenha mais visibilidade, a última reunião do Diálogo Econômico Estratégico sino-americano realizada em dezembro último também teve em sua pauta o tema militar. Ben Bernanke, presidente do Tesouro norte-americano, e Henry Paulson, secretário do Tesouro, foram à Pequim acompanhados pela maior delegação americana jamais vista na China até o momento, mas partiram do país asiático com poucos avanços concretos, exceto a assinatura de um acordo entre bancos para facilitar as exportações americanas. O próximo Diálogo, com freqüência semestral, está previsto em Washington em maio.

O relatório de dezembro, divulgado logo após o Diálogo, afirma que os fundos gastos com defesa foram destinados à modernização do Exército de Libertação do Povo. O objetivo é conferir maior tecnologia e agilidade ao exército, composto por 2,3 milhões de militares. O presidente chinês Hu Jintao anunciou também o desejo do país em desenvolver uma marinha “mais capacitada para proteger a soberania do Estado chinês”.

O avanço militar chinês também preocupa o Japão, devido à permanente tensão histórica entre os dois países remanescente da invasão japonesa ao território chinês durante a II Guerra Mundial. Já Taiwan, que tem como maior preocupação de segurança a China, foi reafirmada como “província rebelde” e citada no relatório como “séria ameaça à estabilidade regional”.

A China defendeu seus gastos militares de 1,4% dos fundos públicos afirmando que estes são inferiores aos investimentos em segurança realizados pelo Reino Unido, França, Japão e principalmente Estados Unidos.

Os norte-americanos destinam 6,2% dos fundos públicos ao desenvolvimento militar. Apesar de reforçar o aspecto de que a política militar chinesa é exclusivamente defensiva, o passo denota que a China está atenta ao contexto regional e preocupada em manter-se preparada para eventuais contratempos militares. Países de relevância no cenário internacional possuem exércitos modernos e capacitados para a proteção de seus interesses globais – a China não quer ficar para trás.

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