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05/05/2021 - 09:41

Número de brasileiros endividados alcança recorde em abril, diz CNC

Apesar de nova queda na inadimplência, puxada pelas famílias de menor renda, crise provocada pela pandemia segue comprometendo orçamento e exigindo cautela dos consumidores.

O número de famílias endividadas no País alcançou o recorde histórico em abril — igualando o nível de agosto do ano passado. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), aponta que o percentual de brasileiros com dívidas chegou a 67,5% no mês, altas de 0,2 ponto percentual em relação a março de 2021 (a quinta seguida) e de 0,9 ponto percentual em relação a abril de 2020.

Por outro lado, segue-se observando o oposto com relação à inadimplência: pelo oitavo mês consecutivo, o percentual entre as famílias que têm dívidas em atraso caiu, alcançando 24,2% em abril, 1,1 ponto percentual abaixo do apurado no mesmo período de 2020. A parcela dos brasileiros que declararam que não terão condições de pagar contas ou dívidas e que permanecerão inadimplentes também caiu ligeiramente, na passagem mensal, para 10,4%, mas teve alta de 0,5 ponto percentual em relação a abril passado.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, lembra que esse aumento no endividamento era esperado, uma vez que o índice vinha crescendo nos últimos meses, diante dos impactos da pandemia na renda dos consumidores. Apesar da nova complementação emergencial do governo e de haver uma melhora na geração de vagas, no mercado de trabalho formal, ele explica que a regularização de dívidas costuma demandar mais tempo.

— Mesmo com as dificuldades, a população média tem conseguido manter um nível de consumo, graças ao mercado de trabalho, mas tem usado mais o crédito. E é isso o que impulsiona o nosso setor, que por sua vez ajuda a economia a andar. Porém, apenas com a imunização coletiva poderemos acelerar essa equação e permitir que as famílias descomprometam seu orçamento da forma como está hoje — alerta Tadros.

Famílias de menor renda têm se organizado ainda mais — Com relação ao endividamento, nas famílias com renda de até dez salários mínimos o percentual de endividadas cresceu de 68,4% para 68,6%. Para as famílias com renda acima de dez salários, essa proporção teve ligeira queda, após quatro fortes altas. Já no que se refere à inadimplência, houve o movimento oposto no período. A proporção de famílias com contas ou dívidas em atraso na faixa de até dez salários mínimos caiu de 27,2%, em março, para 26,9%, em abril, atingindo a menor proporção desde janeiro de 2020. Já no grupo com renda superior a dez salários mínimos, o percentual aumentou de 12,2%, em março, para 12,3% em abril - maior proporção desde abril de 2018.

— Com a perda e o comprometimento da renda, os consumidores de menor poder aquisitivo precisaram se reorganizar para fechar as contas de seus orçamentos. Com o valor atual menor do auxílio emergencial, essas famílias estão restringindo gastos até o limite para quitar seus compromissos financeiros. Ainda assim, com a crise, muitos são empurrados para um maior endividamento — explica a economista da CNC responsável pelo estudo, Izis Ferreira.

Dívida recorde no cartão — Tanto as famílias de maior renda quanto as de menor renda ampliaram as dívidas feitas por meio do cartão de crédito, de acordo com a pesquisa de abril. A modalidade de pagamento atingiu o recorde histórico de 80,9% do total de famílias. Cheque especial e crédito consignado também se destacaram entre as modalidades mais procuradas na passagem mensal, assim como os financiamentos de casa e carro, pela elevada liquidez e juros ainda baixos.

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