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06/05/2021 - 10:20

Dia das Mães na pandemia


O Dia das Mães ganhou ainda mais força no momento atual ao valorizar os desafios vividos pelas mães durante o período prolongado de isolamento social. A pandemia já trouxe a valorização das verdadeiras coisas que dão sentido à vida, como as relações de afeto entre as pessoas, e agora nesta data, a comemoração e reconhecimento do amor de mãe que é para sempre. Em relação ao ano passado a data ganhou ainda mais peso em prol das mudanças que a duração da pandemia trouxe à vida das mulheres/mães. Essas mudanças tiveram aspectos negativos, mas também promoveram crescimento, novos hábitos e fortalecimento de alguns vínculos.

Entre os aspectos negativos, os principais são: O acúmulo de inúmeras tarefas diárias pela ausência da rede de serviços e apoio e das creches e escolas, e pela presença de dos filhos em casa em tempo integral.

A relação entre filhos e mães que estão, em muitos casos, mais próximos fisicamente, mas que muitas vezes não podem interagir da mesma forma de antes devido às novas atribuições diárias;

Muitas mães que estão próximas de seus filhos, mas longe das suas próprias mães.

Muitas mães deixaram de contar com a ajuda de suas próprias mães, e passaram a cuidar delas durante a pandemia em função do maior risco a exposição do vírus e necessidade de maior isolamento e confinamento.

E a seguir alguns aspectos positivos como: A possibilidade das mães presenciarem mais de perto o ensino e a aprendizagem dos filhos, a qualidade das aulas, participação e comportamento dos mesmos

Muitas mães se viram impossibilitadas de darem conta de tanta demanda e tiveram que pedir ajuda aos filhos e marido, levando a uma redistribuição de tarefas domésticas onde todos tiveram que começar a ajudar na faxina da casa, arrumação do quarto e a lavar ou secar a louça. Estes hábitos além de muito saudáveis, prezam por uma distribuição mais igualitária e justa entre todos, inclusive entre homens e mulheres.

A mulher teve que baixar seu nível de exigência e expectativa fazendo somente o que esta ao seu alcance levando a um de estilo de vida mais simples, na alimentação, no tipo de laser, na vestimenta e vaidade, na arrumação e faxina.. Redescobrimos que podemos viver com muito pouco.

O aumento do convívio em família nos finais de semana em função da ausência dos clubes, academias, shoppings, as famílias passaram a cultivar novos hábitos como a caminhada no bairro, o passeio de bicicleta, e a busca por estar em algum lugar ao ar livre junto a natureza.

Mesmo com a volta parcial das aulas presenciais e a retomada do trabalho fora de casa, a realidade do dia a dia das mães ainda é muito pesada. Se já não era fácil para uma mãe trabalhar fora de casa em tempos normais, sem pandemia, e com todos os serviços como escola, creche e auxilio de funcionárias como babas, faxineira e cozinheira e ajuda de familiares, agora com a volta parcial e inconstante da volta as aulas presenciais e do trabalho fora de casa, a logística no gerenciamento da casa e da rotina familiar se tornou ainda mais complexa. Os relatos que trazem essas mulheres são de uma rotina extenuante, sobrecarga e ainda mais responsabilidades e preocupações.

Esse período da quarentena, de retomada gradual da vida normal, não chega a ser um grande alívio para as mães por vir acompanhado de uma enorme carga de estresse emocional. A preocupação com a qualidade de ensino, com o perigo do contágio, as incertezas e dúvidas entre a melhor decisão a ser tomada neste retorno gradual, representa uma sobrecarga emocional invisível, mas significativa.

O medo da do contágio, da doença e morte ainda é grande e muitas mães, inclusive, adiaram o retorno dos filhos às aulas presenciais ainda opcionais, por priorizarem neste momento crítico da pandemia a prevenção e os cuidados com a saúde da família e de todos. Entre as que optaram em enviar os filhos para a escola, muitos enfrentam resistência dos filhos que temem o contagio ou que se habituaram a ficar em casa e passam por questões emocionais, como a angústia de separação, fobias sociais, ansiedades e síndromes como a da cabana, em que a criança teme a nova mudança de rotina e se sente insegura ao sair de casa.

Essa dupla jornada da mulher que se divide entre a casa, família e emprego nunca foi fácil e em tempos de pandemia se tornou ainda mais pesada. Há mães que negociaram a continuação do home-office, para dar conta da supervisão das aulas dos filhos e dos afazeres domésticos e outras desistiram do emprego e abriram mão de suas carreiras em prol dos cuidados com os filhos e casa.

. Por: Karin Kenzler, psicóloga e psicopedagoga.

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