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22/05/2008 - 09:47

Hotéis são alvo fácil para quadrilhas

Com o aumento da violência, não são apenas as empresas e as residências que estão em perigo. Hoje, um alvo fácil para as quadrilhas são os hotéis. Isso porque eles possuem a ingrata desvantagem de que qualquer pessoa consegue entrar e ter acesso a diversos setores a qualquer hora, basta apenas se hospedar. Muitas vezes, não existe um controle de acesso físico ou feito por um segurança como no caso dos bancos ou das grandes empresas.

E esse controle se torna menor ainda se o assaltante estiver com boa aparência. Uma pessoa que chega de terno e gravata falando ao celular dificilmente é barrada. A desculpa do corpo de segurança é que a interrupção pode ser interpretada como falta de educação com o cliente. Um verdadeiro absurdo, já que não existe maior falta de educação do que ser roubado em um local que possui segurança privada.

Hoje, um dos maiores problemas dos empreendimentos é que eles só pensam em investir na segurança depois que todo o projeto de engenharia já está concluído. Como diretor de uma empresa especializada em consultoria de segurança e sistemas integrados, posso afirmar que quase 90% dos nossos clientes só procuraram ajuda depois que a construção já estava pronta, ou seja, somente na fase da infra-estrutura ou de acabamento. Uma péssima alternativa, já que a segurança deve ser planejada muito antes, no desenho e no projeto arquitetônico.

Apenas depois de uma análise de riscos é que os empresários saberão o que realmente precisarão comprar para garantir a segurança. Não adianta ter as melhores câmeras e instalar os melhores equipamentos se não souberem quais são os riscos e as possíveis perdas. Antes, é preciso identificar onde e como ocorrerão e quais prejuízos podem causar, para depois implantar as medidas preventivas de segurança. Desta maneira, dinheiro será poupado e os melhores resultados garantidos.

Outro problema comum na rede hoteleira é que são poucos os estabelecimentos que deixam claro os verdadeiros riscos do local. Por exemplo, é obrigação de um estacionamento informar aos motoristas se o veículo está segurado em caso de roubo ou furto. Da mesma maneira, também é obrigação do hotel avisar aos hóspedes quais são os lugares onde eles podem deixar seus objetos sem preocupação e onde é necessário ter um cuidado maior. Uma maneira interessante de resolver esse problema é entregar ao hóspede as normas e os procedimentos de segurança na recepção.

Para que se consiga montar um esquema eficaz, é preciso obedecer a alguns conceitos: identificar as áreas vulneráveis; implantar uma política de segurança com normas e procedimentos corretos; fornecer treinamento para toda a equipe e não apenas para os supostos vigias, já que maleiros, garçons, recepcionistas etc. também fazem parte da equipe de processos, e implantar equipamentos eficazes no combate ao crime, como câmeras com análise de comportamento que detectam um furto de uma mala e notificam a central de segurança responsável para que essa possa tomar as atitudes naquele momento.

Uma das alternativas encontrada pelas empresas é utilizar o circuito fechado de TV (CFTV), porém a gravação dos criminosos tendo sucesso pode ajudar, no máximo, a polícia quando ela tentar localizar os bandidos. O prejuízo de um cliente é irreversível e pode custar caro para a imagem de um hotel. É inútil um estabelecimento possuir um CFTV com diversos monitores e não ter as ferramentas necessárias para tomar as atitudes certas e com pronta-resposta imediata. Hoje, existem tecnologias mais avançadas que permitem a integração entre os sistemas de controle de acesso, sensores, alarmes de incêndio, sonorização, controle de portas, iluminação, ar condicionado etc.

O grande problema é que no Brasil temos uma cultura reativa. Só tomamos as providências quando o estrago já está feito. É como deixar para ir ao hospital apenas quando se está doente. Faz-se necessário que as empresas, e nesse grupo incluímos os hotéis, invistam mais nas “vacinas” para evitar gastos excessivos com “remédios”.

. Por: David Fernandes, CPP, é diretor da Previne Security, empresa especializada em consultoria em segurança e sistemas integrados. É diretor do 1° Portal do Gestor de Segurança Acadêmico. No Brasil, é o 31º brasileiro a receber o CPP - Certified Protection Professional, maior certificação internacional em segurança e que representa uma medida objetiva do conhecimento e competência de um profissional na área de gestão de segurança empresarial. Em todo o mundo é o maior reconhecimento aos profissionais da área. Também é Diretor de Assuntos de Prevenção do CONSEG Água Fria / Mandaqui / Tremembé.

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