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21/05/2021 - 10:03

Doenças Infecciosas: uma ameaça significativa para saúde global

E você com isso?

Você já parou para pensar quais ações nós, como sociedade, podemos executar para combater a maior parte das doenças infecciosas que nos rodeiam? O crescimento da coletividade em um planeta altamente globalizado traz consigo conquistas tecnológicas que envolvem diferentes cenários passando pela agroindústria, transporte e mobilidade, até o crescimento econômico dos países altamente industrializados.

Contudo, o crescimento rápido e em larga escala sem planejamento expõe certas fragilidades. Grande parte delas estão relacionadas às diversidades biológicas dos nossos ecossistemas. Como falaria David Quammen, escritor e divulgador científico norte-americano, sacuda uma árvore e dela cairão coisas. Consulte agora seu pensamento e analise quantas perturbações ecológicas nós seres humanos provocamos desordenadamente. Será que essas perturbações podem trazer algum impacto relacionado ao surgimento de doenças infecciosas?

Com o crescimento sem planejamento, são causadas grandes perturbações ecológicas às custas do desenvolvimento econômico e tecnológico. Cada vez mais temos animais silvestres e diferentes organismos capazes de causar doenças (patógenos) entrando em contato com grandes populações. Somamos a isso o comportamento humano de desintegração de ecossistemas naturais e biomas, o que promove a propagação de patógenos emergentes e reemergentes de forma exponencial. Mesmo países com alto investimento em ciência têm dificuldade de lidar com o desenvolvimento e a produção de novos fármacos para o tratamento e o combate de novas doenças infecciosas.

Talvez você esteja se perguntando, como surgem novas doenças infecciosas? Nessa reflexão vamos nos limitar a pensar sobre as zoonoses: as doenças infecciosas de um animal que podem ser transmitidas ao humano. Quando falamos em doenças infecciosas deve-se ter em mente que aproximadamente 75% delas são emergentes de origem zoonótica, e aproximadamente 3/4 dessas doenças são oriundas de animais silvestres, aqueles mesmos que estão com seu hábitat destruído cada dia mais. Sem alimento e deslocados do seu espaço, esses animais ficam mais próximos de nós e, junto com eles, uma diversidade de patógenos (vírus, bactérias, fungos, protozoários). As zoonoses derivadas de animais silvestres representam uma ameaça significativa e crescente para saúde global, como a que estamos observando com a propagação desenfreada da COVID-19 (e das suas variantes).

Como as doenças infecciosas de animais silvestres se propagam para os humanos? Isso acontece através de um evento chamado de transbordamento zoonótico. Ele ocorre quando diferentes espécies de animais compartilham do mesmo espaço (ou estão muito próximas), o que permite que um patógeno passe de uma espécie hospedeira para indivíduos de outra espécie, comportamento muito evidenciado com diferentes vírus.

Partindo dessa análise, qual a melhor forma de combate às doenças infecciosas? Só será possível quando indivíduos e sociedade pensarem coletivamente, unindo forças e refletindo na tríade homem, animais e meio ambiente. Isto é a “Saúde Única”, representa união e trabalho conjunto entre a saúde desta tríade. Ela é a favor do desenvolvimento econômico, industrial e biotecnológico, desde que a esfera de poder sirva para coibir e mitigar as perturbações ecológicas, estabelecendo um equilíbrio entre os três. Assim, com cada um exercendo seu papel e ocupando seu espaço, se faz a colaboração para o crescimento e desenvolvimento das sociedades de forma segura.

. Por: Willian Barbosa Sales, biólogo, doutor em Saúde e Meio Ambiente, e coordenador dos cursos de pós-graduação área da Saúde do Centro Universitário Internacional Uninter.

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