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24/05/2008 - 07:19

Biocivilização


Não é novidade, mas o ministro Mantega ignora a máxima: quod licet Jovi non licet bovi. Em suma, se Nosso guia abusa de suas profundas metáforas, simplificando tudo, talvez por falta de conhecimentos, a ponto de nada mais importar além do tom de voz do discurso, de um senhor coberto de diplomas poderíamos esperar algo mais.

É simplesmente inaceitável essa conversa tola de "cofrinho", mesmo porque , o sr Ministro não sabe o que ou quanto colocará nele e de onde virão as moedinhas. Em compensação, como na fábula da leiteira e do pote de leite, o tal "cofrinho' sustentará o eixo da nossa geopolítica, e fará tudo que já se faz hoje mesmo sem dispor desse precioso vetor macroeconômico. Dá calafrios imaginar o "cofrinho" transformado em repositório de polonetas - a dívida reduzida generosamente à metade ainda não foi totalmente paga e foi renegociada com juros negativos - bolivetas, afriquetas e quejandos.

Um princípio básico da administração reza que o nível de profundidade ao qual se deve descer aumenta a medida que diminui o número de galões do orador. Assim, Nosso guia traça as linhas magnas, os ministros devem colorir as figuras geométricas traçadas pela altiloqüência presidencial e assim por diante, até o companheiro responsável pelo vazamento que nem vazamento é. Do sr. Ministro da Fazenda seria de se esperar algo além da soltura dos costumeiros e coloridos balões de ensaio.

Seria interessante, por exemplo, saber a que sobras ele se refere, num momento em que a inflação parece não ser mais do malvado "feijãozinho". Acenaria ele com a redução dos gastos da máquina estatal? Never! O negócio é atirar farpas no BC.

Se não conseguimos gerar superávit nominal, condição na qual faz sentido constituir um fundo de excedentes reais, separaríamos uma fração do superávit primário, e ao invés de pagar juros e amortizações, jogaríamos em projetos de retorno digamos sem garantia, para usar um eufemismo.Vamos adquirir mais dólares a custa de maior endividamento interno? Não se espera um discurso recheado de letras gregas e equações diferenciais, mas será que o distinto público é composto apenas de entendidos em "cofrinhos"?

. Por: Alexandru Solomon é escritor, formado pelo ITA em Engenharia Eletrônica e mestrado em Finanças na Fundação Getúlio Vargas. Tem seu recente romance´Não basta sonhar` (Ed. Totalidade) disponível nas livrarias Cultura (www.livrariacultura.com.br), Saraiva (www.livrariasaraiva.com.br) e Laselva (www.laselva.com.br). | E-mail do autor: [email protected]

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