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12/06/2021 - 08:06

Brasil exporta 2,6 milhões de sacas de café em maio de 2021, diz Cecafé


Em maio, só não foi maior por conta dos entraves logísticos relativos à disponibilidade de bookings e contêineres.

Continuidade dos problemas logísticos e processo de adequação na emissão dos certificados de origem da OIC impactaram o desempenho. Nos anos civil e safra, contudo, resultado é positivo e Brasil confirma recorde nos embarques da temporada 2020/21.

As exportações brasileiras de café, em maio de 2021, totalizaram 2,616 milhões de sacas de 60 kg e geraram US$ 357,6 milhões ao país. No comparativo com o mesmo mês do ano passado, o desempenho representa queda de 20,3% em volume e de 13,2% em receita cambial. Os dados constam no relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

Segundo o presidente da entidade, Nicolas Rueda, em maio, o desempenho das exportações foi impactado pela continuidade dos entraves logísticos, com falta de contêineres e de espaço nos navios, e pelas adequações que vêm sendo realizadas no processo de modernização da emissão dos certificados de origem da Organização Internacional do Café (OIC), requeridos no embarque do produto.

— O volume de exportações tem sido recorde no acumulado da safra, o que reflete uma colheita também recorde em 2020/21 e a altíssima competitividade do café brasileiro no exterior. Em maio, só não foi maior por conta dos entraves logísticos relativos à disponibilidade de bookings e contêineres, causados por congestionamentos em muitos portos asiáticos e norte-americanos, em função da alta demanda por alimentos e demais produtos nessas regiões ocasionada pela pandemia — explica.

Diante do cenário, o presidente do Cecafé ressalta o “grandíssimo” trabalho que vem sendo realizado pelas equipes logísticas dos exportadores. — Esses profissionais têm redobrado esforços para cumprir os compromissos de embarque frente a essas dificuldades, principalmente no que se refere aos sucessivos cancelamentos de booking por parte dos agentes marítimos— enaltece.

Outro fator que interferiu no desempenho registrado em maio é a adequação no critério das apurações dos embarques dos certificados de origem, requeridos nas exportações de café, aprovado pela OIC, que passará a considerar a data de conhecimento de embarque e não mais a liberação aduaneira.

— Com os embarques considerando o (Bill of Lading) BL e não mais a liberação aduaneira, os números das exportações de Cecafé, (Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia) Secex e da própria OIC tendem a se ajustar e ficar muito próximos — conclui.

Recorde na safra — Mesmo um mês antes do fechamento da temporada 2020/21, o Brasil já bateu o recorde em volume exportado durante uma safra. De julho de 2020 ao final de maio deste ano, o país remeteu 42,5 milhões de sacas ao exterior, o que representa incremento de 14,3% sobre idêntico intervalo anterior e supera as 41,4 milhões de sacas registradas nos 12 meses do ciclo 2018/19, até então o maior nível apurado nas remessas de café do país.

A receita cambial com os envios de café ao exterior nos 11 meses da safra 2020/21 totalizou US$ 5,406 bilhões — melhor patamar dos últimos cinco anos, — montante que implica alta de 12,8% na comparação com os recursos obtidos com os embarques de julho de 2019 ao fim de maio de 2020.

Ano civil — No acumulado dos cinco primeiros meses de 2021, os envios de café ao exterior pelo Brasil somaram 17,767 milhões de sacas, o que equivale a uma média de 3,5 milhões de sacas por mês e confere recorde para a exportação no período. Esse volume representa evolução de 5,1% em relação ao intervalo entre janeiro e maio de 2020, quando o país remeteu 16,9 milhões de sacas a seus parceiros internacionais. No acumulado deste ano, os embarques brasileiros de café renderam o também recorde US$ 2,359 bilhões, crescimento de 4,9% no comparativo anual.

Principais parceiros — No acumulado de 2021, os Estados Unidos seguem como os principais importadores dos cafés brasileiros, com a aquisição de 3,402 milhões de sacas, crescimento de 2,2% na comparação com igual período em 2020. Na sequência, vêm Alemanha, com 3,211 milhões de sacas (+6,7%); Itália, com 1,311 milhão (-13%); Bélgica, com 1,276 milhão (+11,1%); e, fechando o top 5, o Japão, com a importação de 981,4 mil sacas (+15,2%).

Destaca-se, ainda, o crescimento de 50,6% nas exportações brasileiras de café para países produtores, que importaram 1,222 milhão de sacas nos primeiros cinco meses de 2021. Quando o recorte inclui apenas café verde, salienta-se ainda mais essa evolução, que chega a 84,5%, com outras nações cafeeiras elevando a importação do produto in natura de 522,2 mil para 963,3 mil sacas. Os países árabes também merecem destaque com a aquisição de 777 mil sacas no intervalo, alta de 20,8% no comparativo anual.

Cafés diferenciados — O Brasil exportou 2,652 milhões de sacas de cafés diferenciados (aqueles que têm qualidade superior ou algum tipo de certificado de práticas sustentáveis) de janeiro a maio, volume que representa 14,9% dos embarques totais no período. O preço médio desse produto foi de US$ 172,05 por saca, o que gerou recursos na ordem de US$ 456,4 milhões nos cinco meses, equivalentes a 19,3% da receita total gerada no intervalo.

Tipos de café — O café arábica foi o mais exportado pelo Brasil no agregado entre janeiro e maio de 2021, com o envio de 14,680 milhões de sacas ao exterior, o que corresponde a 82,6% do total. O segundo melhor desempenho foi registrado pelo segmento de solúvel, que embarcou 1,545 milhão de sacas (8,7% do total), seguido pelo café canéfora (robusta e conilon), que soma 1,528 milhão de sacas exportadas (8,6%).

Portos — Santos permanece como o principal canal de escoamento dos cafés do Brasil em 2021. De janeiro a maio, 13,926 milhões de sacas partiram do porto paulista, o que representa 78,4% dos embarques totais. Na sequência, vêm os portos do Rio de Janeiro, com a remessa de 2,640 milhões de sacas (14,9%), e de Vitória (ES), com 501 mil sacas (2,8%).

O Cecafé — Fundado em 1999, o Cecafé representa e promove ativamente o desenvolvimento do setor exportador de café no âmbito nacional e internacional. A entidade oferece suporte às operações do segmento por meio do intercâmbio de inteligência de dados, ações estratégicas e jurídicas, além de projetos de cidadania e responsabilidade socioambiental. Atualmente, possui 120 associados, entre exportadores de café, produtores, associações e cooperativas no Brasil, correspondendo a 96% dos agentes desse mercado no país.

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