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24/06/2021 - 08:24

Os impactos do aumento do custo de construção nos fundos de Lajes Corporativas no Brasil


No início da crise sanitária mundial muitas indústrias de produção de material de construção frearam suas atividades. Este movimento junto com uma retomada da economia acima do esperado somado à distribuição do auxílio emergencial gerou uma inflação por demanda. Além disso, o aumento do preço de commodities e a alta do dólar também contribuíram ao estimularem a exportação dos insumos pelos produtores, causando um choque negativo na oferta dos insumos no mercado nacional, reforçando a pressão inflacionária nos materiais de construção.

Um fator que reforça essa inflação é o valor acumulado do indexador no ano de 2020, que ficou em 8,81%, mais do que o dobro da variação em 2019 (4,14% ao ano), segundo o Índice Nacional de Custo de Construção (INCC), indexador calculado pela FGV. Todos os grupos de insumos levados em consideração para o cálculo tiveram aumentos expressivos. Como por exemplo os condutores elétricos (42,30%), tubos e conexões PVC (32,20%), tubos e conexões de ferro e aço (31,50%), cimento Portland comum (25,30%), Esquadrias de alumínio (22,80%), entre outros.

Com esse cenário, os Fundos Imobiliários de Lajes Corporativas foram bastante impactados. Com o aumento dos preços dos insumos utilizados para construção, as construtoras passaram a ter, basicamente, duas escolhas: parar de construir ou repassar os custos para o preço final. Ao se tratar do mercado imobiliário - cíclico e com empresas bem consolidadas – a segunda escolha é tendenciosa. Entretanto, com a pandemia do Covid-19, os fundos de investimento imobiliários de Lajes Corporativas sofreram muito com as vacâncias, o que assustou seus investidores e impactou diretamente suas cotas, causando quedas nesse período.

Uma situação propícia para um possível descolamento de preços, visto que o montante do mercado tende a ser puxado para cima no médio prazo, enquanto os Fundos Imobiliários do segmento são negociados em patamares muito baixos, a maioria com um valor de desconto entre 20 e 30% do seu valor patrimonial.

De um lado uma indústria que enfrenta uma escalada de preço dos seus insumos, e na outra ponta, imóveis prontos, que estão sendo negociados com grandes descontos, algumas vezes, abaixo do custo de reposição (preço para se construir o mesmo imóvel no mesmo nível e localidade). Em algum momento essa diferença diminui, o mercado se ajeita. Sendo assim, cabe ao investidor avaliar os riscos e potenciais de cada categoria antes de investir, sendo a decisão de alocação de portfólio individual e personificada.

. Por: Flávio Pacelli, Head de Fundos Imobiliários da RIVA Investimentos, assessoria qualificada vinculada à XP Investimentos que desenvolve soluções personalizadas para pessoas, famílias e empresas.

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