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30/06/2021 - 08:58

CPTM faz 29 anos. Mas o que os ferroviários têm para comemorar?


A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) completou 29 anos de serviços prestados à população de São Paulo. Ao todo, sete linhas ligam o centro da capital com diversas cidades do estado. Por dia, a CPTM transporta em média 3 milhões de passageiros – número que diminuiu durante a pandemia para 2 milhões de passageiros.

Durante essas quase três décadas, a CPTM passou por diversas fases, incluindo a entrega pelo Governo de suas linhas consideradas mais eficientes, a 08 e 09, num processo duvidoso de concessão. Nesse tempo, teve várias administrações e conseguiu alcançar um nível elevado de qualidade no serviço. Indiscutivelmente, isso só foi e é possível devido ao trabalho dos ferroviários que se dedicam diariamente para manter o transporte público ferroviário funcionando, e bem. No entanto, apesar de serem parte importante nesse processo, os ferroviários nunca foram nem têm sido valorizados pela CPTM. Prova mais recente é a companhia insistir em reajuste zero nas negociações do ACT 2021/2022. É um completo desrespeito com uma categoria que não parou um dia durante o caos instalado pela Covid-19 no estado e, mesmo correndo muitos riscos, se dedica e mantém o serviço em ordem.

Outro ponto importante a ser lembrado é o fato de a CPTM, a mando do governo do Estado de São Paulo, se negar a pagar o PPR 2020, cuja primeira parcela deveria ter sido liquidada em 31 de março e a segunda está prevista para 30 de junho. Até agora, porém, nem sinal de cumprimento dessa obrigação firmada e que já, inclusive, em previsão orçamentária aprovada. Que conclusão chegamos? Não foi paga por falta de respeito mesmo.

O tema merece uma conta rápida. Se são transportados 2 milhões de passageiros por dia a R$ 4,40 a tarifa, então, diariamente a CPTM recebe R$ 8,8 milhões ou R$ 264 milhões por mês ou R$ 3,17 bilhões por ano. Isso sem contar o subsídio do governo estadual, os aluguéis dos espaços comerciais e publicitários nas estações. Ora, e vira as costas para os seus funcionários em relação a um direito adquirido?

A lista de desmandos é grande e inclui a falta de produtos obrigatórios para a segurança dos ferroviários durante a pandemia, como álcool gel e máscaras. Além disso, a empresa não queria fornecer máscaras aos ferroviários, mas queria distribuir aos usuários! Esses itens essenciais só se tornaram obrigatórios após ação judicial do Sindicato e intervenção do Ministério Público, que obrigou a CPTM a disponibilizar todos os equipamentos de proteção individual para os seus funcionários. Mais uma luta vencida pela pressão sindical.

São 29 anos de muito progresso para a CPTM como meio de transporte, mas não há o que comemorar. Os trabalhadores da companhia têm direitos que devem ser cumpridos. Vamos lutar até o fim. Exigimos respeito com a categoria. Afinal, a CPTM não existiria sem os seus ferroviários!

. Por: José Claudinei Messias, presidente interino do Sindicato da Sorocabana. | www.sorocabana.org.br

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