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27/05/2008 - 10:48

ABDI e Unicamp lançam Boletim de Conjuntura Industrial

A indústria brasileira teve forte crescimento em 2007, puxado pela demanda interna, em especial pela formação bruta de capital fixo o padrão de crescimento da indústria brasileira até o momento parece não contribuir significativamente para pressionar em demasia a demanda por energia; a indústria brasileira continua crescendo com aumento expressivo no nível de emprego e de salários.

Estas são algumas das conclusões do Boletim de Conjuntura Industrial, estudo realizado pela ABDI – Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – junto com o NEIT – Núcleo de Economia Industrial e da Tecnologia – da Unicamp, sobre o comportamento da indústria em 2007. A parceria prevê a divulgação de quatro boletins por ano.

Nesta análise dos números trimestrais da indústria, destaca-se o crescimento vigoroso no período, na qual as taxas de crescimento no acumulado ao longo do ano foram de 6% para indústria geral e 5,8% para a indústria de transformação.

Um dado importante para o crescimento da indústria foi o papel ativo da demanda interna ao longo de 2007, que pode ser observado pelo crescimento mais acelerado do consumo das famílias (6,5%), das importações (20,7%) e da formação bruta de capital fixo (13,7%) em 2007. Os dados referentes à taxa de investimento mostram um valor ao redor dos 16% do PIB até o final de 2005. Essa taxa alcançou um patamar ligeiramente superior em 2006 e continuou crescendo em 2007, atingindo 17,7% do PIB. Por fim, aponta o estudo, houve uma generalização do crescimento industrial no ano passado: de 27 setores analisados, 21 apresentaram crescimento.

De acordo com o Boletim, de maneira geral, 2007 foi extremamente positivo para a indústria, não apenas pelas taxas elevadas de crescimento, mas também pelo fato de ter sido liderado pelo setor de bens de capital e pelos reflexos positivos sobre a geração de emprego e salários. A expectativa para 2008 é que esse padrão se mantenha, uma vez que as obras prioritárias do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) devem acelerar os investimentos em infra-estrutura. Além disso, a trajetória de expansão da renda e do crédito também cria expectativas positivas sobre o setor de bens de consumo.

Neste ponto, a publicação alerta que alguns fatores que podem criar obstáculos para a continuidade desse crescimento, como o cenário internacional indefinido. Uma crise internacional mais profunda e prolongada, por um lado, pode dificultar a expansão das exportações. Por outro, pode criar dificuldades para a continuidade da expansão do crédito e para a retomada na redução das taxas de juros.

O comportamento das importações, conforme destaca o boletim, é fonte de preocupação, uma vez que os dados analisados já indicam que as importações vêm crescendo em um ritmo forte, criando algumas dificuldades em alguns setores e aumentando o conteúdo importado em outros.

O último aspecto apontado no boletim que merece atenção diz respeito aos efeitos da continuidade do crescimento sobre a matriz energética do país. Os fatores que afetam a oferta de energia com certeza vão ter um peso fundamental, mas também é interessante observar o comportamento da demanda. Uma análise mais detalhada dos setores industriais em termos de intensidade energética permite avançar na avaliação da pressão exercida pelos distintos setores industriais, principalmente aqueles mais dinâmicos em termos de crescimento, sobre a matriz energética do país. Isto se torna relevante em um contexto no qual a indústria é responsável por aproximadamente 38% do consumo total de energia no país (Balanço Energético Nacional do Ministério de Minas e Energia, 2007).

Segundo o Boletim, o padrão de crescimento da indústria até o momento parece não contribuir significativamente para pressionar em demasia a demanda por energia.

A primeira edição do Boletim de Conjuntura Industrial traz ainda uma análise específica sobre a indústria de transformados plásticos, a chamada 3ª geração da cadeia petroquímica. No Brasil, o setor apresentou um fraco desempenho entre 1996 e 2005. O custo das operações industriais e a elevação nos preços de derivados de petróleo foram alguns dos elementos que contribuíram para o fraco desempenho. Entretanto, tem apresentado mostrou alguns sinais positivos no que diz respeito ao incremento da produção física e à criação de emprego.

A perspectiva de maior crescimento da economia e o reduzido grau de consumo per capita de plásticos no país colocam a possibilidade de um desempenho favorável do setor de transformados plásticos no futuro, podendo viabilizar inclusive o aumento de sua participação no total da indústria brasileira em diversas variáveis. O setor de transformados plásticos enfrenta, portanto, o grande desafio de explorar tal possibilidade encontrando formas de incrementar sua competitividade.

Segundo o Boletim, o setor apresentou um faturamento de R$ 40 bilhões em 2006 (ABIPLAST). Nesse ano, o consumo per capita brasileiro atingiu 24,4 kg/hab., inferior à média mundial e cerca de um quarto daquele verificado nos Estados Unidos. Em 2007, os principais destinos das exportações brasileiras de transformados plásticos foram Argentina (23,2%), EUA (14,3%) e Chile (8,3%).

As importações de transformados plásticos também estão concentradas em alguns países de origem. Em 2007, 78,3% das importações de plásticos vieram de apenas 10 países, com destaque para os países europeus (Alemanha, Itália e França) e países asiáticos (China e Japão). É importante ressaltar o crescimento das importações da China, de onde vieram US$ 10,5 milhões em produtos de plástico, em 2000, e US$ 121,7 milhões, em 2007, enquanto as exportações brasileiras de plásticos para a China foram de apenas US$ 8,5 milhões em 2007.

Segundo o Boletim, são muitos os desafios para este segmento da indústria brasileira: a capacidade de inovação e de diferenciação de produtos, relacionada à criação de novos projetos e produtos; a capacitação na gestão de processos; o acesso a financiamentos e capacidade de realização de investimentos e de atualização tecnológica, principalmente de máquinas e moldes utilizados no processo de transformação dos plásticos; e a capacidade de articulação com os demais níveis da cadeia produtiva, tanto fornecedores de resinas, máquinas e moldes, quanto distribuidores e clientes. | www.abdi.com. br

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