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27/07/2021 - 08:15

Venda de cimento atinge 31,5 milhões de toneladas no 1S21, diz SNIC


E mantém bom desempenho. Com as vendas do primeiro semestre mantendo boa performance, a indústria do cimento espera para os próximos meses um arrefecimento dos ganhos obtidos até maio, como já apontam os dados de desempenho de junho que teve crescimento de 1,7% comparado com o mesmo período em 2020. Para 2021 as projeções do consumo de cimento apontam um crescimento em torno de 6% .

Este quadro se deve, principalmente, em função de uma base de vendas muito fraca no período de janeiro a maio do ano passado e o efeito estatístico que favoreceu os percentuais de crescimento da atividade nos primeiros cinco meses deste ano. Em linha com as previsões do Sindicato Nacional da Industria do Cimento (SNIC), o arrasto estatístico passa a partir de junho a impactar negativamente a performance de vendas da commodity. Em junho, comparado com o mesmo mês de 2020, o crescimento foi de 1,7% reduzindo o acumulado para ainda significativos 15,8%.

A autoconstrução, reformas (residencial e comercial) ainda em alta e a continuidade de obras do setor imobiliário são as principais razões de demanda do produto. Atualmente, esses vetores de consumo respondem por aproximadamente 80% da destinação do cimento no país e colaboraram com as vendas no mercado interno, que atingiram em junho 5,5 milhões de toneladas. No acumulado do ano — janeiro a junho — foram vendidas 31,5 milhões de toneladas.

Cabe salientar, que o desempenho acumulado até maio de 19,3% passou em junho a 15,8%, uma perda de 3,5% de pontos percentuais, demonstrando uma desaceleração no ritmo de vendas do setor. Ao se analisar a venda de cimento por dia útil, 236,4 mil toneladas, há uma diminuição de 0,5% sobre maio deste ano e aumento de 1,5% em relação ao mesmo mês de 2020.

Na contramão da desaceleração das vendas de cimento, o índice de confiança do consumidot está em trajetória de recuperação pelo terceiro mês consecutivo. O destaque fica para o indicador de confiança da construção2, que apresentou a maior alta nos últimos 12 meses. Diante deste cenário, teremos um desafio maior que é mantermos a boa performance, chegando ao final do ano com o crescimento aproximado de 6%.

— Acreditamos que o setor deve continuar em um bom ritmo de crescimento. O aumento das vendas de imóveis residenciais em patamares surpreendentes sustenta o desempenho do setor de cimento, mas impõe cautela para o futuro. É fundamental a continuidade dos lançamentos imobiliários, a manutenção do ritmo das obras, aumento da massa salarial (emprego e renda) e da atividade econômica que manterão o fôlego do auto construtor e a confiança do empreendedor. A infraestrutura continua sendo uma atividade de extrema importância para a indústria do cimento e os resultados dos leilões e concessões ocorridos principalmente a partir de abril começarão a ser percebidos em 2022— ressalta Paulo Camillo Penna, presidente do Sindicato Nacional da Industria do Cimento (SNIC).

Perspectivas — As projeções do consumo de cimento apontam um crescimento em torno de 6% para 2021. A economia no primeiro trimestre esteve acima do esperado. Há uma melhor perspectiva na questão fiscal possibilitando um maior gasto público. A taxa de isolamento foi menor, diminuindo os efeitos negativos da pandemia e a vacinação acelerou, melhorando expectativas e possibilitando uma abertura gradual a partir do segundo semestre.

Ainda há novos leilões de concessões (aeroportos regionais, saneamento municipais, rodovias, ferrovias) e investimento público em infraestrutura gerando boas perspectivas para a atividade. Apesar desse cenário é preciso acompanhar os desdobramentos das reformas estruturantes (administrativa e tributária), a evolução da taxa Selic (o aumento inibe novas construções imobiliárias) e a recuperação do emprego e da massa salarial.

Estas incertezas se somam à um outro problema, a inflação de custos. A crise hídrica, com significativos aumentos de custos de energia elétrica, irá impactar drasticamente o desempenho da eletrointensiva indústria do cimento. Desde 2015 o setor vem sofrendo forte pressão de custos de produção no frete, sacaria, energia elétrica e térmica (coque de petróleo), principalmente. Esse movimento de alta, compromete a sustentabilidade financeira da atividade.

A indústria se esforça no projeto de ampliação dos combustíveis alternativos na busca da redução de emissões e da dependência do coque, um produto majoritariamente importado. A queima de resíduos em fornos de cimento, tecnologia mundialmente consagrada e conhecida como coprocessamento surge como importante alternativa para redução das emissões no setor, além de representar uma solução ao passivo ambiental. A energia térmica é de longe o maior item de custo para a produção do cimento e a indústria tem como meta a substituição de 55% do coque até 2050.

Coprocessamento — Presente no Brasil desde o final da década de 90 e na Europa desde os anos 70, a tecnologia de coprocessamento, que integra a economia circular, constitui uma das soluções para o problema de disposição ambientalmente adequada de resíduos, transformando-os em energia. Infelizmente, o Brasil conta ainda com mais de três mil lixões em razão do não atendimento por cerca de 55% municípios brasileiros, em claro conflito com a Política Nacional de Resíduos Sólidos

Um grande marco para o país, nesse sentido, aconteceu em 2019, quando o setor cimenteiro passou a coprocessar, além dos resíduos industriais e biomassa, já há muito utilizados, os Resíduos Sólidos Urbanos. Importante ressaltar que, até 2030, o setor pretende coprocessar cerca de 2,5 milhões de toneladas ano, contribuindo diretamente para erradicação dos lixões e significativa ampliação da vida útil de aterros sanitários. Adicionalmente, o coprocessamento tem um importante papel na Política Nacional de Mudanças Climáticas, com redução da emissão de gases de efeito estufa.

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