Secretário fluminense defende incentivo para à indústria criativa

O Secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, Julio Bueno, disse hoje que a indústria do século XX - siderurgia, mineração, metal-mecânica - deve ser usada para impulsionar a chamada indústria criativa, que engloba setores como audiovisual, tecnologia da informação, moda e design. A defesa foi feita pela manhã durante a abertura do Fórum Rio Criativo, evento organizado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).

- O Rio vive um momento de fortalecimento da economia e temos previstos cerca de R$ 100 milhões em investimentos até 2010. São setores fortes, como petróleo e gás, siderurgia e logística. O desafio é que essa indústria do século XX alavanque a indústria do século XXI, que é uma vocação natural do estado. O Rio é o centro nacional do audiovisual e da música, por exemplo. O momento econômico atual tem que ser aproveitado - avaliou Bueno.

De acordo com o Secretário, o Rio e o Brasil têm também um compromisso com a questão ambiental, com a biodiversidade e as fontes de energias renováveis. Para Bueno, é uma questão que envolve o governo e toda a sociedade civil, que precisam entender a importância do momento atual para o futuro do estado e do país.

O presidente da Fijan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, que fez a abertura do primeiro painel do Fórum Rio Criativo, destacou que esse segmento da economia já responde por 16% do PIB nacional e por 18% do PIB fluminense. Além do peso na economia do estado, o setor criativo paga acima da média do rendimento mensal dos fluminenses, segundo Gouvêa Vieira.

Outro palestrante do evento foi o consultor inglês Phillip Dodd, principal mentor da renovação da imagem da Grã-Bretanha. De acordo com o especialista, o Rio tem vocação natural para indústria criativa e citou a Lapa como exemplo de sucesso de reinvenção de espaço urbano.

- Visitei a Lapa ontem à noite e vi como o espaço se regenerou de forma criativa através da música, do design, do lazer - disse Dodd.

O consultor inglês não oferece uma fórmula de sucesso para a reinvenção da economia, mas citou vários fatores importantes para atingir resultados nessa área: educação criativa para crianças; fortalecimento de universidades de artes e de design; melhoria do ensino universitário; fomento e proteção à propriedade intelectual; suporte ao que chamamos no Brasil de arranjos produtivos locais (APLs); e atração de talentos criativos, entre outros.