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20/08/2021 - 07:31

Logística integrada e digitalização


Os desafios de nearshoring da indústria de tecnologia na América Latina.

Cada vez mais as empresas estão decidindo deslocar suas cadeias produtivas para países próximos de seus mercados finais, considerando fatores como a guerra comercial entre Estados Unidos e China e o aumento dos custos de transporte, que tornam menos lucrativo ter seus processos produtivos na Ásia -Região pacífica. Por sua vez, a mudança pós-pandêmica nos hábitos de consumo gerou um aumento na demanda por bens de consumo eletrônicos, o que se tornou um grande desafio para o setor. Nesse cenário, a América Latina tem uma oportunidade única de desenvolvimento econômico por meio do 'nearshoring', onde a integração da cadeia de suprimentos e a digitalização de processos tornam-se pilares operacionais.

Durante os anos 80 e meados dos anos 90, o modelo de economia de grande escala levou as empresas transnacionais a realocar cadeias produtivas (Offshoring), muitas delas mudando suas fábricas para a Ásia. Esse processo foi impulsionado principalmente por mão de obra de baixo custo e garantias de acesso a mercados populosos como Índia e China, entre outros, reduzindo custos operacionais e maximizando lucros.

No entanto, o forte desenvolvimento econômico que esse modelo gerou nos mercados asiáticos tornou cada vez menos lucrativo para as empresas manter suas atividades produtivas offshoring. Isso, segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), deveu-se a fatores como o crescimento da economia da Ásia-Pacífico; aumento dos salários e conseqüente aumento do poder de compra dos países subdesenvolvidos; automação dos processos de produção; aumento nos custos de transporte; preço do petróleo e a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, bem como as mudanças nos hábitos de consumo e a revolução da TI.

Nesse cenário, muitas empresas decidiram diminuir seu nível de dependência operacional no Oriente, seja adicionando novos centros de manufatura em diferentes partes do mundo ou movendo os processos de montagem para locais mais próximos dos mercados de destino — prática conhecida como nearshoring.

O modelo de nearshoring ganhou impulso significativo nos últimos cinco anos, mas a recente crise de saúde da Covid-19 acelerou essa transição, levando muitas empresas a aproximar suas linhas de produção de regiões como a América Latina, para melhor lidar com os altos custos de transporte, enquanto também minimizando o impacto que possíveis interrupções na cadeia de suprimentos podem ter nos mercados locais.

Essa mudança de modelo está facilitando o investimento estrangeiro nas economias latino-americanas, com México, Brasil, Argentina, Chile, Costa Rica e Colômbia concentrando a maior parte desse investimento na região. A localização geográfica estratégica da América Latina próxima à América do Norte, alto potencial de produção de energia, grande variedade de recursos naturais e uma força de trabalho cada vez mais especializada farão com que a região se beneficie significativamente das vantagens do nearshoring, tanto no desenvolvimento econômico quanto na capacidade de atender o crescimento doméstico exigem.

Mudanças na demanda e hábitos de compra — Nos primeiros 6 meses de 2021, a mudança nos hábitos de consumo de produtos eletrônicos gerou um aumento significativo na demanda por esses bens em toda a América Latina. Isso pode ser amplamente explicado pelo boom do comércio eletrônico e do varejo omnicanal. Nesse sentido, o nearshoring permite às empresas da região reagir de forma mais ágil ao crescimento da demanda e responder aos desafios colocados nos principais portos da América Latina pelo aumento do volume de importações.

O aumento da demanda por eletrodomésticos beneficiou todos os países produtores da região, particularmente o México - o principal mercado para a fabricação de produtos de tecnologia de consumo na América Latina - onde a indústria abrange desde o projeto e fabricação de componentes, até a submontagem, fabricação de produtos finais em setores como telefonia, informática e eletrodomésticos.

Logística integrada e digitalização: os desafios de nearshoring da indústria de tecnologia na América Latina Desde 2019, o México se posicionou como o maior parceiro comercial dos Estados Unidos, com comércio exterior superior a US $ 614 bilhões. É o primeiro destino nearshoring para empresas transnacionais norte-americanas de computadores, eletrodomésticos e eletrônicos de consumo. Sua proximidade com os Estados Unidos permite reduzir o tempo de entrega dos produtos aos consumidores e, além disso, simplifica a customização desses produtos para nossa região.

Com uma visão global que favorece o nearshoring na América Latina, ainda há espaço para melhorias, pois a produção na região atualmente se limita à montagem final e com cadeias de suprimentos simplificadas. Assim, investir em tecnologia e especialização da força de trabalho é fundamental.

— Quando se trata de nearshoring na América Latina, os desafios imediatos são melhorar a confiabilidade da cadeia de suprimentos, pois a visibilidade e a capacidade de controle são essenciais, ao mesmo tempo em que se caminha para a automação dos centros de distribuição e estimula o desenvolvimento de expertise e infraestrutura digital para agregar valor às cadeias de suprimentos — diz Luis Fernando Guzmán, especialista em tecnologia e eletrônica da Maersk para o México e América Central.

Rumo a uma logística integrada — No médio prazo, o nearshoring será um pólo de crescimento significativo para as economias locais na América Latina, melhorando o acesso ao fornecimento, reduzindo o custo de produtos eletrônicos e impulsionando a especialização da força de trabalho.

Ao mesmo tempo, esse modelo também apresenta novos desafios para a região. Os fornecedores estão mais distantes dos pontos de montagem, tornando a logística integrada essencial para ter visibilidade operacional e capacidade de adaptação a qualquer contingência. Manter o fluxo de mercadorias em movimento e reduzir o tempo de armazenamento ao mínimo também são questões a serem consideradas.

— Ter uma logística integrada implica gerir de forma eficiente as relações com todos os atores envolvidos na cadeia de abastecimento: transporte, armazenamento, controlo de inventário e rastreabilidade. Nesse sentido, a Maersk oferece soluções integrais para a indústria de tecnologia e eletrônica. Compreende os desafios e necessidades de cada setor da indústria, entregando soluções sob medida que proporcionam visibilidade, consistência e otimização constante na movimentação dos produtos, com gerenciamento imediato de informações e documentação em toda a cadeia — continua Luis Fernando Guzmán, especialista em tecnologia e eletrônica da Maersk para o México e América Central.

Um exemplo disso são as soluções de Supply Chain Management (SCM) da Maersk, uma plataforma de tecnologia que combina dados e partes interessadas e gerenciamento de remessas para personalizar serviços de acordo com as necessidades da indústria de tecnologia.

A plataforma permite a otimização de estoque, automação de compras e pagamentos com fornecedores, gerenciamento de documentação em tempo real e ajustes de fluxo de carga por meio de projeções de mudanças na demanda. Tudo isso por meio de intercâmbio eletrônico de dados (EDI), que agiliza e automatiza processos.

Uma equipe de mais de 5.000 pessoas em 158 locais estratégicos ajuda a gerenciar todos os atores da cadeia de suprimentos, como fornecedores, intermediários e linhas de produção realocadas. Tudo isso com a capacidade de identificar dificuldades e planejar soluções que rentabilizem a logística.

Como operadora logística líder da região, a Maersk possui mais de 300.000 metros quadrados de infraestrutura de armazenamento e armazenamento em toda a América Latina, juntamente com uma extensa rede de serviços e soluções para transporte marítimo, aéreo e terrestre. Isso serve para simplificar e dar flexibilidade às cadeias de suprimentos da indústria de tecnologia e eletrônica, podendo se adaptar aos desafios apresentados pelo nearshoring.

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