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01/09/2021 - 08:53

Paço Imperial inaugura a exposição “O Som do Tempo ou tudo que se dá a ouvir”


Com uma instalação imersiva e inédita, sobre o tempo e a memória, exposição estará ligada ao entorno, funcionando de acordo com as badaladas dos sinos das igrejas ao redor.

No dia 9 de setembro, o Paço Imperial inaugura a exposição “O Som do Tempo ou tudo que se dá a ouvir”, com uma grande instalação inédita da artista carioca Ursula Tautz, com curadoria de Ivair Reinaldim. Resultado de cinco anos de pesquisa, a instalação aborda o tempo e a memória. Composta por nove toneladas de terra negra, em formato de pirâmide, que soterram uma cadeira com braços e alto espaldar, além de areia dourada e badalos de sinos, a instalação de dois metros de altura é envolta por três filmes, que são projetados pelo ambiente. Por meio de uma obra imersiva, integrada ao espaço e ao entorno, cada visitante terá uma experiência única na mostra, que irá se transformar ao longo do tempo, com o germinar da terra que integra a instalação. Um desdobramento do trabalho será apresentado na ArtRio, de 8 a 12 de setembro.

— A exposição nos trará a oportunidade de presenciar não apenas um trabalho instalativo de arte contemporânea, mas a apreensão de uma experiência singular de montagem de imagens, sons e tempos, num jogo entre memórias pessoais e coletivas, realidade e ficção. Para além do visual ou do sonoro, a mostra é uma experiência para o corpo. Um convite para a vivência não virtualizada do mundo — afirma o curador Ivair Reinaldim.

A exposição tem uma forte carga histórica e foi pensada especialmente para o Paço Imperial, palco de importantes acontecimentos da história do Brasil, como o Dia do Fico, a Abolição da Escravidão e a Proclamação da Independência do Brasil. — A obra tem relação com o nosso País. O trono soterrado pela terra faz alusão à colonização. E, após a pandemia da Covid-19, não foi mais possível desvincular o monte de terra das cenas que vimos todos os dias em consequência das inúmeras mortes causadas pelo vírus. Mas a terra é forte, preta e fértil, enquanto a areia dourada é uma referência às nossas riquezas, revelando a dicotomia do nosso país — conta a artista Ursula Tautz.

Sobre a montanha de terra, estarão diversos badalos de sinos quebrados, —badalos mudos, parados, que trazem memórias de um tempo congelado, uma tentativa de unir passado e presente —diz a artista. No entanto, é possível ouvir, de dentro do Paço Imperial, o badalar dos sinos das diversas igrejas ao seu redor, que marcam as horas. O som destes sinos estará sincronizado com os filmes, comandando sua projeção. Quando as badaladas que marcam a meia hora tocarem, os filmes serão paralisados. Quando as badaladas das horas inteiras tocarem, os filmes apagarão e retornarão após o término das badaladas, repetindo o processo ao longo de todo o dia.

— São vários tempos conversando ao mesmo tempo: o tempo do agora, marcado pelas badaladas dos sinos, o tempo passado dos filmes, o tempo histórico do Paço Imperial e das igrejas. São diversas maneiras de ver e sentir e cada um terá uma experiência única, particular —diz a artista, cuja intenção foi criar um ambiente imersivo para os visitantes. —Estamos tão saturados de imagens, que a arte tem que te capturar, te transportar para outro lugar —ressalta.

Os filmes têm a exata duração do tempo que o Paço Imperial fica aberto diariamente, seis horas. Desta forma, cada visitante terá uma experiência distinta. —Ou ele verá um trecho diferente do filme, ou não verá imagem nenhuma, ficará apenas diante do grande soterramento com seus cheiros e texturas —diz a artista. Além disso, a instalação irá se transformar durante o período da exposição. Da terra negra, que é fértil, com certeza germinarão plantas.

—Trata-se de uma instalação impossível de ser narrada e/ou fotografada na sua totalidade, uma vez que nem relatos nem registros são capazes de dar conta das sequências e simultaneidades promovidas pela vivência da matéria, sons e visualidades no ambiente expositivo - fragmentos que, em conjunto, extrapolam aquilo que separadamente evocam — diz o curador.

Exposição “O Som do Tempo ou tudo que se dá a ouvir”, de Ursula Tautz , com abertura no dia 09 de setembro de 2021, das de terça a sábado e feriados, das 12h às 18h, Exposição: até 21 de novembro de 2021, Paço Imperial, Praça XV de Novembro, 48, Centro - Rio de Janeiro(RJ). Entrada Franca. | http://amigosdopacoimperial.org.br

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